domingo, 6 de julho de 2014

Aumenta a criminalidade em Tucuruí: “Maranhãozinho” é morto enquanto dormia no KM 11

Jean Lima da Conceição, vulgo “Maranhãozinho”

WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

Após duas semanas do assassinato do nacional Jean Lima da Conceição, 27 anos, em uma das palafitas as margens do Lago do rio Tocantins na Vila de Pescadores, localizada no KM 11 ao lado da rodovia da BR 422, em Tucuruí, sudeste do Pará, até o momento, nenhuma pista que levasse ao autor do crime foi esclarecida, sendo mais um assassinato que vai acumular aos inúmeros homicídios ocorridos em Tucuruí, ficando apenas como números em gráficos da segurança pública do estado do Pará.

Segundo levantamento apresentados esta semana pela Fundação Sangari que mostram, de 2002 a 2012, houve aumento de 175% nas taxas de crimes desta natureza no Pará. O número de homicídios, que no início da década, em 2002, era de 1.186, pulou para 3.261 em 2012.

Só neste último ano foram verificadas em todo território paraense 41,7 mortes por 100 mil habitantes, totalizando 126 homicídios por 100 mil nos dez anos avaliados (2002 a 2012).

O Estado do Pará tem sido responsável por uma verdadeira eclosão de homicídios em quantitativos que crescem de forma acelerada. As maiores vítimas são jovens com idade entre 15 e 29 anos.
Com esses números, o Pará desponta entre as unidades federativas brasileiras onde a violência sofreu uma disparada na última década.

Mas o que realmente impressiona nesses números são suas magnitudes. No ano de 2012, com todas as quedas derivadas da Campanha do Desarmamento e de diversas iniciativas estaduais, aconteceram acima de 271 mortes por mês, ou mais de nove mortes por dia.

Em dez anos mais de 26 mil pessoas foram assassinadas no Pará. Isso coloca o Pará na 7ª posição em número de homicídios na comparação entre todos os estados brasileiros mais o Distrito Federal.

Para se ter uma ideia, em 1998 o Pará ficava em 19º lugar neste triste ranking de assassinatos. O número de mortes por homicídio naquele ano era de pouco mais de 13,3 pessoas por 100 mil habitantes. Quando são comparados os dados desde 1998 até 2012, observa-se um crescimento de 213,5% no número de mortes.

A população de Tucuruí amarga a 4ª posição, em se comparando aos municípios do estado, do crescente aumento de homicídios nos últimos anos, em 2012, fora a área metropolitana de Belém, Tucuruí passou para de 8ª para a 3ª colocação neste ranking de insegurança, criminalidade e assassinatos.

Os moradores da cidade estão sem ter o que fazer, são assaltos a mão armada a qualquer hora do dia, e com agravantes, na grande maioria, os meliantes deixam às vítimas com algum ferimento.

Os roubos de celulares cresceram astronomicamente, só neste primeiro semestre de 2014, pularam para mais de 200%, diariamente ocorrem cerca de 12 a 15 assaltos com roubo de celulares, bem como arrombamentos a residências, na Vila Permanente, que sempre foi considerado o bairro com menos índice de criminalidade, desponta no 3º lugar no aumento de arrombamentos, roubos e assaltos, perdendo apenas para o bairro centro e Jardim Colorado.

Roubos de motos, que eram apenas fatos isolados no dia-a-dia da dos tucuruienses, passaram a serem corriqueiros. Semanalmente 2 a 3 motos são furtadas, e na maioria são utilizadas para práticas delituosas.

KM 11 – No último dia 22 de junho, o nacional Jean Lima da Conceição, vulgo “Maranhãozinho”, foi assassinado em seu quarto, enquanto dormia em uma das palafitas as margens do lago da Hidrelétrica de Tucuruí, na confluência da BR 422 com a entrada de Tucuruí, Vila Permanente e o município de Novo Repartimento.

Segundo informações dos populares, Jean Lima, conhecido pelo apelido de “Maranhãozinho”, era contumaz na prática de arrombamentos e assaltos, além de comercializar ilegalmente drogas, sendo possível calcular que, sua morte pode estar vinculada a acerto de contas de seus comparsas ou dívidas ao “cartel de tráfego”.

A verdade é que, a população tem sofrido com a insegurança, que assola a cidade em todos os bairros, “ninguém esta mais tranquilo pelas ruas da pacata Tucuruí, muito menos em nossas casas”, afirma Conceição Lima, 44 anos, moradora do bairro Jardim Colorado, antes ouvíamos apenas falar de assaltos durante a semana, “agora estamos convivendo com os assaltantes, fazerem os desmandos que querem, próximos as nossas casas, sem termos como denunciá-los por medo de represálias, cadê  a polícia e o governo que não veem isso”, disparou revoltada a moradora.

Mortes como a de “Maranhãozinho” acumulam as estatísticas da PM, e servem de amostragem, para novas ações de segurança, mas, infelizmente dentre estas perdas em assaltos e assassinatos, estão sendo ceifadas vidas de pessoas de bem, pais e mães de famílias, assim como de seus filhos, e que passado tanto tempo não tiveram pelo menos suas mortes elucidadas.

É importante frisar, que estes índices de criminalidade, comércio ilegal de venda de entorpecentes, assassinatos e homicídios, começaram a aumentar após o “congelamento” da economia local, com o término das grandes obras, que culminou com o fechamento e o desaquecimento do comércio local, único ramo de absorção de vagas de emprego, com isso, ficando um grande numero de pessoas ociosas e que para não ver seus familiares passarem dificuldades, enveredaram para o mundo do crime.

Ocasionando um caos social, que deveria ser cuidado com maior atenção pela Prefeitura de Tucuruí, que nada fez ou faz, apenas absorvendo uma quantidade de pessoas, os “apadrinhados”, estando à municipalidade comprometida com cerca de 3.800 funcionários “encostados”, endividando a Prefeitura em quase R$ 13 milhões mês, com sua folha de pagamento, em um município que arrecada por mês R$ 20 milhões. Achando que contratações temporárias, ou “eleitores de cabresto”, seria a solução da redução de geração de emprego e renda que vem atravessando o município desde o ano de 2009, que antes estava em franco desenvolvimento, mas, se estagnando e retrocedendo em mais de 20 anos, em apenas 5 anos de má gestão pública municipal.


Segundo pesquisa, a população de Tucuruí considera classe "C" (pobre), passou a ficar ainda mais pobre, e a concentração de riquezas passou a ficar nas mãos de um “grupo” de pessoas bem “articuladas politicamente” da cidade.

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