Ancleuton Holanda Dias e Anderson Silva Miranda
Sede da empresa Sudbook no Maranhão
Crimes vão desde fraudes na
internet até venda de resultados eleitorais para políticos do sudeste do Pará
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
A equipe de inteligência
coordenada pelo Major Marcus Vinícius da IV Companhia de Policiamento Regional da
Polícia Militar do Pará, comandada pelo Coronel Barata, sediada na cidade de
Tucuruí, sudeste do Pará, cumpriu na tarde desta sexta-feira (27), no município
de Breu Branco, os mandados de prisões expedidos pelo juiz José Gonçalo de
Sousa Filho, da 1ª Vara Criminal da Capital São Luís, dos sócios proprietários
da empresa de relacionamento Sudbook – Serviços On line do Brasil Ltda. – EPP, Ancleuton
Holanda Dias, 28 anos, conhecido pelo codinome de “Feinho”, natural da cidade
de Imperatriz, no estado do Maranhão e Anderson Silva Miranda.
Os pedidos de prisões
temporárias foram feitos após conclusão do inquérito policial que investigou o
golpe aplicado em São Luís e em outros estados pelos três sócios da empresa. Na
decisão do Poder Judiciário constam outras medidas cautelares de caráter
sigiloso.
De acordo com os trabalhos da
polícia judiciária, o principal autor do crime foi identificado como Ancleuton
Holanda Dias, 28 anos, conhecido por “Feinho”, natural de Imperatriz. Os
mandados de prisão também foram expedidos para mais dois integrantes da
quadrilha Anderson Silva Miranda e Luís Antônio Paixão.
O delegado Paulo Aguiar,
titular da Delegacia de Defraudações, disse que o crime chega a mais de R$ 20
milhões. No levantamento inicial, os autores conseguiram arrecadar, com
investidores de São Luís e outros estados, cerca de R$ 20 milhões e fugiram da
cidade.
Paulo Aguiar relatou que as
investigações tiveram início logo que começaram a aparecer às denúncias de que
eles haviam fugido depois de darem o golpe em pessoas que haviam investido no
negócio.
A descoberta do golpe - O
golpe foi detectado no último dia 9 de janeiro, depois que um grupo de
investidores invadiu a sede do Sudbook em São Luís/MA e constatou que o imóvel
estava vazio. Desde então, eles não conseguiram mais contato com os
responsáveis pelo negócio.
Modos operantes - O grupo
promovia palestras, as quais eles denominavam de “confraternizações”, em que
convenciam as pessoas, intituladas “investidores”, a entregar valores que
variavam de R$ 3 mil a R$ 210 mil, com a promessa de que esse dinheiro seria
investido na Bolsa de Valores e que gerariam lucros significativos aos
aplicadores.
Os investigados ofereciam às
pessoas físicas parte de ações de uma empresa denominada Sudbook Serviços On
Line do Brasil Ltda. – EPP. A princípio, eles se apresentavam aos clientes como
uma rede social semelhante ao mundialmente conhecido Facebook.
Breu Branco - Antes da
legalização da empresa, ocorrida em 13 de novembro de 2013, os indiciados
usavam a Empresa Ancleuton Holanda Dias – ME portadora do CNPJ
11.603.814/0001-37, fundada em 2009, com o nome de fantasia AM Software, localizada
na Travessa Flavia Vieira, nº 5 , bairro Liberdade, no município de Breu
Branco, sudeste do Pará.
As investigações detectaram
que, em nome desta empresa AM Software, diversos cheques sem fundos foram distribuídos
às vítimas, como forma de pagamentos aos supostos investimentos feitos pela
Sudbook.
A prisão – Através de um trabalho
minucioso que já se estendia há vários dias, coordenado pela equipe de inteligência
da Polícia Militar do Pará através do CPR IV, e que teve o monitoramento direto
do Major PM Marcus Vinicius, que diuturnamente estavam em vigilância aos nacionais Ancleuton Holanda Dias e Anderson Silva Miranda, que estavam vivendo em uma residência alugada na
Avenida Slong, no centro da cidade de Breu Branco.
A casa caíu - Foi questão de tempo, para
que a PM colocasse as mãos nos foragidos de justiça do estado do Maranhão. Primeiramente
os militares da inteligência da PM deixaram o estelionatário bem a vontade para
prosseguir com seus contatos, e sua cadeia de “esquemas” fraudulentos, que eram
ofertados por eles, desde fraudes pela internet (racker), até a venda de resultados
de eleições, que segundo os acusados eram feitos através de invasão do sistema de apuração da justiça eleitoral e a
alteração dos votos dos candidatos, alterando resultados e dando a vitória aos
que contratavam seus serviços, Ancleuton Holanda, conhecido pelo codinome de “Feinho”,
fez diversos contatos com muitas pessoas de Tucuruí, Breu Branco, Goianésia do
Pará, Novo Repartimento e Jacundá, tentando de todas as formas ampliar sua rede
social de fraudes, a Sudbook, arregimentando grandes empresários e políticos
para entrarem na rede com grandes quantias em dinheiro, inclusive, muitas pessoas
da região sudeste do Pará, caíram no golpe de “Feinho”, que estava vivendo
tranquilamente como foragido da lei e com uma vida luxuosa,.
Nestes contatos
Ancleuton Dias também fazia os contatos da venda de resultados eleitorais, dando
como garantia os prefeitos da região, que segundo sua afirmativa, foram beneficiados
e eleitos através do esquema por ele comandado.
Racker – O nacional Ancleuton
Holanda Dias, 28 anos, conhecido por “Feinho”, natural de Imperatriz/MA, foi
preso juntamente com seu comparsa Anderson Silva Miranda, pela PM, as 15 h desta
sexta-feira (27), na residência onde morava em Breu Branco/PA, em cumprimento ao
mandato de prisão da Comarca de São Luís do Maranhão, com ele foi apreendido: uma
pistola municiada com 19 projéteis, 10 aparelhos de notebooks, 2 aparelhos de
celular, a quantia em espécie de R$ 10.250,00, 2 veículos automotivos e um computador
completo de ponta, que segundo Ancleuton Holanda Dias, era utilizado para realizar
ações delituosas de captura de senhas e compras pela internet, através de
fraudes eletrônicas.
Fraude Eleitoral - Em suas primeiras
declarações, Ancleuton Holanda Dias, afirmou que já teria prestado inúmeras ações
como hacker em Tucuruí e região, inclusive, ele teria invadido o sistema de informática
da justiça eleitoral nas eleições de 2012, e manipulado os resultados das eleições
dos municípios de Tucuruí, Breu Branco, Novo Repartimento e Goianésia do Pará,
por valores que variaram de R$ 150 mil até R$ 2 milhões, para cada candidato
eleito através da suposta fraude eleitoral, Ancleuton Dias, foi incisivo em
afirmar que já estava se preparando para repetir o golpe nas eleições deste
ano, e que muitos clientes que seriam confirmados como candidatos já estavam em
sua agenda para contato e contrato.
Ancleuton Holanda Dias, disse
ainda, que vários prefeitos eleitos que foram beneficiados, pelo que ele afirma
ser um “esquema fraudulento eleitoral”, nos municípios de sua atuação na região
sudeste do Pará, não cumpriram na integridade com os repasses dos valores combinados
dos serviços realizados na suposta “fraude eleitoral”, por isso, não estava mais
negociando com estes políticos para as eleições de 2014.
A Polícia Militar do Pará
apresentou após o cumprimento de mandado judicial ao delegado de Polícia Civil
Carlos Paisane, os nacionais Ancleuton Holanda Dias e Anderson Silva Miranda,
juntamente com o material apreendido, para que fossem tomadas as providências legais,
que após as oitivas, os foragidos de justiça do estado do Maranhão deverão ser recambiados
a capital São Luís.