sexta-feira, 2 de maio de 2014

Lei do Arrocho: Professores ocupam Câmara de Vereadores de Pacajá e podem ser confrontados pela PM


Professores de Pacajá em greve ocupam prédio da Câmara em protestam contra a tentativa de aprovação da Lei do Arrocho Salário do prefeito Tunico Doido

WELLINGTON HUGLES
De Pacajá
Foto: Wellington Hugles

Os professores da rede púbica municipal de Pacajá, estão ocupando desde as 6 h da manhã desta sexta-feira (2), o prédio sede da Câmara de Vereadores da cidade, em função a entrada em pauta para segunda e última votação do Projeto de Lei de autoria do prefeito Antônio Mares Pereira (PSB), conhecido na cidade como Tunico Doido, que a altera a Lei em vigor, e reduz os salários dos professores em 100 % em seus vencimentos, retirando o direito constitucional dos educadores em 60 % dos professores de nível superior e em 40 % dos professores de nível médio.

Os professores que estão em greve há mais de 15 dias, impediram no último dia 25 de abril a realização da sessão ordinária da Câmara, quando ocuparam o prédio, sendo suspensa a realização da sessão dos parlamentares, radicalizando com a tentativa da abertura de uma mesa de negociação com o fechamento da BR 230 durante todo o dia da última segunda-feira (28), na altura da entrada da cidade na ponte do Rio Pacajá que corta a Rodovia Transamazônica.

Durante o bloqueio da rodovia a Polícia Rodoviária Federal intermediou uma reunião com a Secretaria da Presidência da República, e o prefeito Tunico Doido para evitar que a manifestação perdurasse, informou que conversaria como os grevistas no último dia 30, mas infelizmente novamente o prefeito não cumpriu novamente com sua palavra e titubou da reunião, não comparecendo ao encontro.

O Sindicato dos Professores de Pacajá (Sintepp/Pacajá), já impetraram na Justiça de Pacajá quatro ações contra a administração municipal, mas, segundo sua coordenação, os processos dormem em gavetas no Fórum há meses.

Causou estranheza dos professores, que o prefeito Tunico Doido deu entrada em ação contra os professores, para coibir o direito à greve, por entenderem ser abusiva pelo gestor a forma de redução dos seus salários, e a Justiça da Comarca de Pacajá, concedeu liminar, tornando irregular a greve dos educadores e determinando o retorno às salas de aulas até o próximo dia 6, com risco de se não houver o cumprimento da decisão, serem o sindicato obrigado a pagar multa diária de R$ 5 mil até o cumprimento da determinação.

Revoltados com o cerco que se formou contrários aos seus direitos, e sabendo que os 11 vereadores de Pacajá serão os principais culpados pela aprovação, os mais de mil funcionários da educação ocuparam o prédio da Câmara de Vereadores de Pacajá, desde as 6 h da manhã desta sexta-feira, e permanecem no local até que a sessão seja prejudicada e nova data para a votação do segundo turno do Projeto de Lei seja agendada.

O prefeito de Pacajá Tunico Doido, solicitou ao Comando da Polícia Militar do Pará reforço de mais 100 PMs, para garantir a realização da sessão, estando os militares na porta da Câmara tentando retirar os manifestantes, mas se não houver a possibilidade da saída de forma ordeira, a PM está orientada de realizar a retirada de qualquer forma, para a realização da sessão da Câmara.

Podendo inclusive, haver confrontos e o uso de força policial para a retirada dos professores, que de forma pacífica estão lutado pelos seus direitos, é fato, que os moradores do Pacajá, deram total apoio aos PMs no momento em que eles lutavam pelos seus salários, e agora o governo do estado utiliza através do seu aliado o prefeito Tunico Doido, dos militares para coibir o direito de greve e de manifestação pela luta na manutenção dos seus salários.

Segundo os manifestantes, os professores não vão aceitar a aprovação e a entrada em vigor desta famigerada Lei de Arrocho Salarial, “ninguém quer que seja pago valores irregulares, mas uma lei que já nos beneficia há décadas, não pode ser altera pelo “bel prazer” do prefeito, só por entender que os professores não vão acompanhar o apoio político na reeleição do atual governador do estado, isso sim, é considerado crime eleitoral do prefeito, porque, quer nos obrigar a votar em um governo que é o espelho da gestão incompetente em Pacajá”.

Os ânimos estão acirrados, haja vista, a tentativa da PM de invadir a sede da Câmara, e o prefeito Tunico Doido, ter contratado ainda “jagunços”, para se infiltrar na manifestação e tentar depredar o patrimônio público da Câmara, com isso, dando opção à Polícia Militar de invadir e retirar a força os professores de dentro da sede da Câmara.

Os professores, alunos e a população da cidade exigem um posicionamento transparente dos vereadores do “lado” do prefeito de Pacajá, a saber: Adalto Jatobá (PSC), Alacid Tabuleiro (PDT), Mirim (PDT), Edson da Farmácia (PSDB), Miguel Noronha (PV) e Miguel Pedra (PPS), que estão convencidos de votarem contra o povo, e a favor do prefeito, em função as “barganhas e beneficias” que recebem do prefeito Tunico Doido.

Os professores agradecem e parabenizam os vereadores: Antônio Marcos Oliveira Lima (Marcão) (PP), Devaldo Soares Sousa (PT), Francisco Rodrigues dos Santos (Chico Direta) (DEM) e Vereador Max Luydyh (DEM), que não se curvaram ao poder econômico e ao “canto da sereia” do prefeito Tunico Doido, se posicionaram a favor da população e dos educadores, por terem convicções que os professores prepararam-se por anos para suas formações, e o poder público tem que reconhecer seus esforços e valorizar seus servidores com salários dignos, bem como, estão evitando o confronto e a invasão da PM para a retirada dos professores da plenária da deveria ser a “Casa do Povo”.



4 comentários:

  1. Gostei da reportagem, esta sim, está sendo fiel aos acontecimentos.

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  2. Tudo que está relado acima é a mais pura verdade.

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  3. É iss ai, Tomem conta da republica agora.
    So Assim eles não irão realizar a votação!

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  4. SÓ GOSTARIA DE LEMBRAR QUE NÃO FORAM QUATRO AÇÕES E SIM NOVE AÇÕES E O MINISTÉRIO PÚBLICO NADA FEZ ATÉ AGORA. HAJA VISTA QUE O PREFEITO TEM O TOTAL APOIO DE SEIS VEREADORES, MINISTÉRIO PÚBLICO, GOVERNO DO ESTADO, POLÍCIA MILITAR E UM GRUPO DE PISTOLEITROS, CONTRATADOS PELO PREFEITO PARA FAZER SUA SEGURANÇA E INTIMIDAR OS EDUCADORES E A POPULAÇÃO.

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