quinta-feira, 30 de maio de 2013

UPA atesta que bebê chegou morto a Unidade

A mãe Rosana Cassia Leite Cardoso mostra os documentos expedidos de óbito e a foto de seu filho morto no caixão






WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Os familiares da criança de sete meses R.D.C.L., continuam revoltados pela perda súbita de seu bebê no final da manhã do último sábado (25).
Segundo informações da mãe Rosana Cassia Leite Cardoso, 19 anos, seu filho já vinha com um quadro de problemas respiratórios e tosse há dias. Sendo levado a UPA no último dia 26 de março, e recebendo atendimento através do médico Luciano Alves de Oliveira, que solicitou o exame do RX do Tórax da criança e passou um medicamento para a tosse e febre do menor. Por mais três vezes a mãe dirigiu-se a UPA com o mesmo quadro de saúde do bebê, recebendo o mesmo atendimento e ao final sendo manda para sua casa com receituário médico.
Complicações – Em função a uma queda, ocorrida de uma cama no último dia 19, o bebê de sete meses de vida, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, segundo informações da mãe Rosana Cassia Leite Cardoso, à criança estava com um “galo” na testa e com sangramento no ouvido.
Ao chegar a UPA, o menor foi atendido pelo mesmo médico Marcelo A. C. Silva, que requisitou encaminhamento para o Hospital Regional de Tucuruí, mesmo sendo questionada pela mãe a internação da criança, o médico apenas declarou que, “ele não precisava ficar internado na UPA”.
Ao procurar o Hospital Regional de Tucuruí – HRT, depois de encaminhado pelo médico, seu filho foi colocado em uma maca e deram entrada no hospital, passado algum tempo de atendimento o bebê foi entregue a mãe, sendo orientada a retornar para sua casa, e se houvesse alguma reação ou complicação, que se deslocasse novamente a UPA.
Passado cinco dias, na última sexta-feira (24), novamente teve início à peregrinação do bebê, sendo levado com febre ao atendimento na UPA. A mãe chegou ao local as 12 h, e só conseguiu ser atendida as 15 h, pelo médico Victor Paes, que examinou a criança, e segundo informações de Rosana Cassia, mandou que fosse feita uma medicação injetável em seu filho, com Dipirona e outro medicamento de iniciais DV.
Após uma hora da aplicação do medicamento, novamente foi conferida a febre da criança que ainda estava com 37,5 º C, sendo os enfermeiros orientados pelo médico para nova dose de medicação, ficando a criança deitada no colo da mãe em um salão de espera de atendimento dentro do prédio da UPA até quase o final da noite.
Por volta das 22h40min, Rosana foi novamente atendida e seu bebê teve sua temperatura avaliada, estabilizando naquele momento em 36 º C, sendo orientada para voltar para a sua casa, Rosana ainda questionou se seu bebê poderia ficar internado, haja vista, a alteração momentânea da febre, e em sua casa ela não teria assistência para a criança, segundo a mãe o médico informou que “lá só ficaria quem estivesse mesmo doente”.
Retornando para sua casa as 23 h, como naquela noite estava chuviscando, tanto a mãe como o filho, apanhou todo o sereno da noite.
E ao chegar a sua casa, a criança já estava ‘queimando’ em febre, sendo orientada pelos técnicos da UPA, se a febre voltasse ela aplicaria dez gotas de Paracetamol no bebê, sendo feito o medicamento, que garantiu que a criança dormisse já na manhã do último sábado (25), o bebê até acordou animado e brincando.
A mãe informou que, “o bebê chegou a comer bem, após o almoçou colocou ele na rede para descansar”, pouco antes do meio dia, seu irmão de criação chamou Rosana informando que o bebê estava chorando, foi quando ao ver o filho desfalecido dentro da rede, ela pegou a criança no colo, tomou um mototáxi e foi derradeiramente para a UPA, ao chegar lá, segundo afirma a mãe, seu filho ainda estava respirando, com os olhos piscando, e foi atendido por duas moças, que o colocaram em uma maca e no balão de oxigênio, dando início a massagem cardíaca para reanimá-lo levando-o as pressas para a urgência dentro da UPA.
Uma das atendentes em desespero solicitou que a outra chamasse com urgência o médico, sendo orientada que não tinha nenhum médico no prédio da UPA naquele momento.
Por volta das 14 h, a mãe foi informada que tudo foi feito para tentar reanimar a criança de sete meses, mas, que o bebê já teria dado entrada na UPA sem vida.
A mãe revoltada acusou a todos de negligência, haja vista, ela ter entregado a criança ainda com vida, às enfermeiras e passado o atendimento foi informada que seu bebê estava morto. Rosana disparou acusações no momento de desespero contra a gestão da UPA, haja vista, a criança ter ficado até o fim da noite do dia anterior dentro daquela unidade de saúde queimando em febre e com o quadro de saúde com complicações, e ninguém quis internar o menor, mandando-a para sua casa, e passado menos de 12 horas que saiu da UPA, chegou aqui para atendimento de urgência e agora seu filho está morto. “Meu filho veio com vida e foi levado vivo para o atendimento dentro da UPA, mas, como não tinha médico na hora, meu filho morreu sem ter nenhuma assistência”, declarou Rosana.
Isso e uma vergonha, “uma cidade tão rica, onde toda hora estamos vendo obras e postos de saúde na televisão, mas, tudo fantasia de enganação, a realidade é que quem é pobre está é ferrado, morrendo na mingua, sofrendo sem nenhuma assistência médica nem hospitalar”, disparou a mãe.
Quero providências para elucidar a morte de meu filho, ele tinha sete meses, meu único filho, cheio de vida e saúde, e um futuro, sendo ceifada sua vida por negligência dentro da UPA, que há uma semana, “vem empurrando o caso do meu filho com a barriga”.
Nem atestado de óbito foi dado, para que a mãe soubesse a causa morte do seu filho, o que foi fornecido foi um papel para que a funerária pudesse realizar o sepultamento do bebê ainda no domingo (26).
Segundo a mãe, os atendentes disseram que a criança veio a óbito em função de “Derrame Craniano”, pelo hematoma na testa causado há cinco dias, devido a uma queda da cama.
A mãe rebate, e explica que ela trouce o menor para ser atendido no último dia 19, se não fizeram o correto, a incompetência e imprudência não e dela.
A mãe esta irredutível exigindo a punição dos envolvido pela morte de seu filho, inclusive ela pediu na hora da morte o exame do IML, sendo orientada pela UPA que não seria necessário para este caso.
Certidão de Óbito - A mãe procurou novamente a equipe de reportagem na última terça-feira 28, para pedir providências das autoridades, inclusive, realizou registrou de ocorrência policial na Seccional de Tucuruí, para apurar as causas reais da morte de seu único filho de sete meses de vida, pois os responsáveis pela UPA, expediram uma certidão de óbito, de que a criança já teria chegado morta no local, a certidão de óbito atesta como causa morte ‘parada cardiovascular’.
É fato, que este motivo e impossível ser o correto da causa da morte do menor, haja vista, a mãe afirmar que chegou com a criança com vida na UPA, e as duas atendentes ainda colocaram a criança na maca e no oxigênio, e iniciaram a reanimação, “se o bebê estivesse morto, para que as atendentes o colocariam no oxigênio e entrariam com ele na urgência para atendimento exigindo a presença do médico”.
Para a mãe Rosana Cassia Leite Cardoso, 19 anos de idade, houve negligência dentro da UPA, culminando com a morte de seu bebezinho, inclusive, quando ela esteve na UPA na segunda-feira (27), para receber o atestado de óbito, o médico lhe orientou, que, ele daria este documento como se a criança tivesse morrido antes de chegar a UPA, haja vista, se fosse de outra forma, ele teria que pedir a necropsia do cadáver, que deveria ser desenterrado e levado para o IML para os exames, sendo aceita pela mãe que não deseja que seu filho seja submetido a esta situação de escárnio e seu tumulo violado.
A mãe apela às autoridades de Tucuruí, ao secretário de Saúde Charles Tocantins e ao Ministério Público, ao Conselho Tutelar, ao Conselho da Criança e do Adolescente e A Comissão de Saúde da Câmara de Tucuruí para que sejam apurados e esclarecidos os fatos que levaram a morte de seu filho, pois fatos como estes podem virar corriqueiros, sendo que novos óbitos de crianças podem voltar a ocorrer, e acumulando apenas números estatísticos, e ao final não são elucidadas as causas reais que levam ao aumento na mortalidade infantil em nossa cidade.
O diretor da UPA Samir Antunes nos informou que, por uma questão de cidadania, não deseja que com a publicação desta matéria, tente afastar a sociedade da UPA por medo, pelo contrário, temos o maior prazer em atender a população. “Temos duzentas pessoas que saem das suas casas pra trabalhar ali, e que de alguma forma se decepcionaram com o editor desta matéria”. Pois elas de certo modo admiram e acompanham o seu trabalho, mas, que ficaram “tristes pela forma, diria até "leviana", que foi tratado o assunto e colocado os fatos”.
Não esqueça que todos nós podemos precisar da UPA, “inclusive você e pode ter certeza que não vão medir esforços para lhe atender da melhor maneira”.
Ainda segundo o diretor, ele afirmar não ter nada contra o jornalista, “e até acho que compartilhamos do mesmo propósito de ajudar a sociedade”, sinta-se a vontade para esclarecer suas dúvidas na “minha sala” antes mesmo de publicar. Não perca “a sua credibilidade, senão, um dia vai chegar ao ponto de ninguém mais acompanha-lo”.
O diretor da UPA ficou de encaminhar uma Nota de Esclarecimento com referência ao caso da morte do menor a redação do jornal, mas, após várias tentativas de contatos da redação com o diretor, até o fechamento desta edição nada foi enviado.
A redação externa que as afirmativas do diretor nada trazem constrangimentos a nossa equipe de trabalho, haja vista, que o caos na saúde em Tucuruí, esta mais do que notório, e não estamos com “leviandade”, ou seja, falar a verdade em Tucuruí e “leviano” e “mentiroso” e dê dar à oportunidade a mãe Rosana de falar seus sentimentos e esperávamos que a UPA se pronunciasse tecnicamente no fato exposto.
Sabemos que competentes profissionais prestam serviços em todas as áreas da saúde, mas, tenho certeza que mesmo com a intenção e a vontade de tentarem até fazer um milagre, mas, sem as mínimas condições materiais, técnicas e de equipamentos que deveriam ser garantidas pela gestão municipal e impossível atender com excelência aos enfermos, que hoje superlotam a UPA em função ao colapso total das unidades básicas de saúde municipal inexistentes em toda a cidade.

Um comentário:

  1. é sempre assim a familia é pobre nada acontece falam o que querem puniçao a esses caras ai

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