Naquela época não foi realizado nenhum estudo de impacto ambiental ou mesmo uma programação para a transferência dos proprietários de grandes áreas e residências localizadas na área onde seria inundado pela barragem, sem nenhum escrúpulo e com o lema “pelo progresso do Brasil”, foram retirados todos os moradores de seus locais de origem, para que fosse dado espaço para a construção desta bilionária obra, com isso ao final foram inundadas todas as riquezas daquele povo, inclusive os seus entes queridos que encontravam-se sepultados no campo santo que foi juntamente com todos os sonhos daqueles moradores inundados em favor do desenvolvimento do país.
Naquela época para alojar uma imensidão de trabalhadores que vieram de toda a parte do Brasil, para a região da obra de Tucuruí, criando um inchaço populacional sem dimensões. Na época a empresa contratada para a execução das obras da hidrelétrica também recebeu a função de construiu os alojamentos e as residências para os trabalhadores.
Na época surgiu uma cidade dividida entre Vilas: Pioneira, Permanentes, Marabá e depois Tropical e Península.
Vamos viajar e imaginar o seguinte, estas casas foram construídas a mais de 30 anos, de lá para cá poucos ou quase nenhum tipo de melhorias foram realizadas pela empresa estatal Eletrobrás-Eletronorte, e sim pelos moradores com seus próprios recursos.
Estas casas foram habitadas por milhares de pessoas durante estes anos, que sempre foram obrigadas a pagar aluguéis para a estatal Eletrobrás-Eletronorte. Na época os aluguéis eram descontados diretamente dos holerites dos funcionários de todas as empresas prestadoras de serviços da estatal como é feito até os dias atuais. Só não sabemos informar se todos os funcionários efetivos da estatal que residem em Tucuruí realizam o pagamento do aluguel.
O interessante disso tudo é que todas as casas durante toda a execução do projeto de construção tanto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, como das Eclusas, foram construídas com recursos do tesouro nacional, ou seja, dos impostos de todos os brasileiros, que inclusive a população de Tucuruí também contribuiu.
Passado todo este período de locações de residências durante todos estes anos que foram realizadas as obras em Tucuruí, nunca sequer a estatal Eletrobrás-Eletronorte, criou nenhum programa ou abriu nenhuma discursão de qual seria a utilidade destas casas após o final das obras, haja vista, que o governo federal as construiu para atender os barrageiros e trabalhadores das obras das eclusas.
Como as obras chegaram ao fim ninguém até hoje da Eletrobrás-Eletronorte deu nenhuma posição do destino ou qual o proposito que serão direcionadas estas casas.
Após o fim das obras da Hidrelétrica, milhares de tucuruienses ficaram desempregados, mais com o retorno das obras das eclusas houve um pequeno aproveitamento da mão de obra operaria.
Mais com a finalização total das frentes de trabalho. O numero de desempregados aumento substancialmente, com isso muitos moradores que trabalhavam para sobreviver, pagando seus compromissos e principalmente seus alugueis, que anteriormente era rateado metade pela empresa e a outra metade pelo funcionário acabou, com isso sem a contra partida da empresa, e estando desempregado criou-se uma bola de neve com a inadimplência de centenas de pessoas que deixaram de pagar seus alugueis a estatal. E importante mencionar que hoje o menor aluguel pago a Eletrobrás-Eletronorte dentro da Vila Residencial é de R$ 435,00, e, o único beneficio deste valor é que todos os moradores da vila Residencial de Tucuruí não pagam energia elétrica tanto os moradores que moram em residências pequenas como os grandes empresários que são a maioria dos moradores da vila, enquanto um morador de baixa renda tem uma tv e uma geladeira, as grandes residências tem 10 centrais de ar, e dezenas de aparelhos eletroeletrônicos. Ou seja, os moradores mais carentes pagam em igual valor a energia e a manutenção de toda a estrutura da vila residencial igualmente com os moradores de maior poder aquisitivo que diga-se de passagem são a maioria na vila, ou seja, dois pesos e duas medidas instituídos pela administração da vila residencial em Tucuruí.
O interessante disso e que durante todo este período que estas casas foram locadas pela estatal Eletrobrás-Eletronorte, quantas dezenas de vezes já não foram pagos e liquidados os valores gastos tanto para a construção como pelo pequeno pedaço de terra das moradias mais populares.
E o que sempre é questionado pelos moradores, para onde vão os valores recolhidos destes alugueis mensais das quase 3 mil residências locadas pela Eletrobrás-Eletronorte em Tucuruí, pois se multiplicarmos uma média o valor do aluguel de R$ 600,00 totalizaremos R$ 1.800.000,00 ao mês e R$ 21.600.000,00 ao ano. Para onde vão estes recursos? Quem fiscaliza? Onde esta a prestação de contas? São estas perguntas que nunca são respondidas pela administração da Vila Residencial de Tucuruí orgão de direção da Eletrobrás-Eletronorte.
São realmente dois pesos e duas medidas que hoje a administração da Vila Residencial de Tucuruí da Eletrobrás-Eletronorte do Governo Federal, que tem hoje a nossa presidenta Dilma Roussef que juntamente com o ex-presidente Lula, quando estiveram em Tucuruí no dia 30 de novembro de 2010, para a entrega das obras das Eclusas, afirmaram que “Essas eclusas que inauguramos hoje, é uma obra gigantesca, mais só terão sentido se significarem a melhoria da qualidade de vida de mulheres e homens desse País. Se elas apenas beneficiarem grandes grupos econômicos, estaremos apenas repetindo os erros históricos do Brasil, onde quem era rico ficava mais rico, e quem era pobre, ficava mais pobre”.
E o interessante disso tudo é que um dia antes da vinda do presidente Lula á Tucuruí. O diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobrás-Eletronorte Adhemar Palocci, convocou a imprensa para uma coletiva, após a indagação feita por um jornalista com respeito a transposição das eclusas por pequenas embarcações e os ribeirinhos que a anos aguardavam o retorno da navegação do rio Tocantins que foi bloqueado com a obra da Usina, Palocci foi contundente a afirmar que “as eclusas não serão para pequenas embarcações, apenas para grandes embarcações”, as eclusas não terá condições de atender os pequenos ribeirinhos.
Novamente quando foi perguntado que existiam rumores pela cidade que no mês de dezembro de 2010, os moradores residentes da Vila Residencial da Eletrobrás-Eletronorte que realmente trabalharam para a construção da hidrelétrica e da eclusa que hoje se encontram desempregados e por este motivo com atrasos de alugueis, estariam com os dias contados pois a Eletrobrás-Eletronorte, estava com centenas de ordens judiciais de despejos prestes a serem expedidas como presentes de natal para os moradores.
Naquele momento Adhemar Palocci foi bastante direto, afirmando em voz alta e em bom tom que “tudo era boato, inclusive pode publicar que ninguém será despejado das casas da vila, trataremos este assunto com muita atenção e abriremos uma ampla negociação”.
Parece que realmente as coisas não estavam naquela época em perfeita sintonia pois o diretor da Eletrobrás-Eletronorte falava uma coisa e o presidente Lula afirmava outra. E agora´como podemos considerar a afirmativa do diretor da Eletrobrás-Eletronorte, quando disse a toda a imprensa presente na coletiva, onde foi gravado e filmando “que tudo era boato” e afirmou ser mentira a ordem de despejos.
Mais onde será que não esta em sincronia ou que não entendemos, pois nesta manhã de quarta-feira (4), os oficiais de justiça juntamente com todo o aparato policial e os caminhões da empresa Eletrobrás-Eletronorte, estarão realizando o cumprimento do mandado de duas ordens de despejos uma na Rua Santarem e outra na Rua Itaipu na Vila Residencial de Tucuruí, administrada através de locação a mais de 30 anos pela Eletrobrás-Eletronorte. Onde duas famílias, uma de um desempregado da obra e outra de um aposentado do INSS ficaram sem moradia.
Então onde foi que nos não entendemos a afirmação do diretor da Eletrobrás-Eletronorte Adhemar Palocci, quando afirmou no dia 29 de novembro de 2010, que a estatal não despejaria nenhum morador da Vila Residencial.
Na verdade não sabemos mais em quem acreditar ou então não sabemos quem manda mais uma pessoa que ocupa uma direção importantíssima na nossa estatal empresa do governo federal, ou um diretor jurídico lotado na administração de vilas em Tucuruí.
É desagradável estarmos colocando isso para o conhecimento público, pois sabemos da competência do diretor Adhemar Palocci, e sabemos que é uma pessoa que tem uma função importante no governo da presidenta Dilma Roussef e inclusive por ser irmão do chefe da Casa Cível da Presidência da Republica. Mais o diretor esta sendo desmentido por uma posição unilateral de um funcionário que esta ocupando a chefia de assuntos jurídicos da Eletrobrás-Eletronorte na administração da Vila Residencial em Tucuruí.
E difícil após todo este relato aguardar uma solução rápida das autoridades da Eletrobrás-Eletronorte, pois daqui a pouco os despejos já foram consumados, onde mais duas famílias vão aumentar o caos social que hoje passa a cidade de Tucuruí pelo falta de emprego e renda e principalmente o grande índice de falta de habitação na cidade.
Uma coisa e tentarmos equacionar este grande problema que se criou com o fim das obras em Tucuruí, pois, hoje, apenas testemunhamos nossa energia gerada pelas águas do nosso Rio Tocantins ser comercializada para boa parte do Brasil e agora com o início de funcionamento em junho das Eclusas ficaremos novamente a ver literalmente os navios passarem com as riquezas minerais e outras diversas sem nada termos em beneficio. O que nos restou destes grandes investimentos bilionários em Tucuruí foram apenas as desgraças, e os maiores índices de pobreza, marginalidade, falta de emprego e um imenso déficit habitacional.
Mais como ordem judicial não se discuti, cumpre-se. Seremos testemunhas mais uma vez de duas famílias que serão jogadas ao favelo da vida.
Até quando continuaremos a comungar com estes desmandos do governo federal, através da Eletrobrás-Eletronorte aqui em nossa região, quando Tucuruí terá os benefícios que foram prometidos ao longo destas três décadas pela Eletrobrás-Eletronorte, será que Belo Monte não será outro laboratório para as experiências infelizes da Eletrobrás-Eletronorte, assim como foi Tucuruí.
Esperamos que os nossos representantes os deputados estaduais, federais os senadores e o governador Simão Jatene tomem uma posição para resgatar esta divida que a estatal Eletrobrás-Eletronorte tem com Tucuruí e com a região do grande lago e de todo o estado do Pará.
Sentimos muito pelas familias despejadas, e sentimos mais ainda pela falta de governantes que nassa cidade tem, tendo em vista um politico eleito pelo povo, e para o povo não tomar as dores de seus eleitores, pois eles "politicos" somete eles podem fala pelo povo, para isso foram eleitos, mais como o trabalho desse politocos é focado somente no povo da casa deles, os demais ficam a ver navios e sem liderança, ano que vem teremos novamente todas as promesas de sempre e o povo terá a chance de literalmente ir a "forra".
ResponderExcluirEstamos pagando aluguel pra reforma apenas das calcadas, casas, dos moradores onde os funcionarios da ELN moram.As ruas dos moradores de baixo nao existem mais calcadas e nem como passar de uma rua outra, fora a escuridao da vila.Estamos andando quase na lama. Ja passou da hra de brigarmos para pagar-mos aluguel e ficarmos em definitivo com as mesmas.
ResponderExcluirEstas casas ja se pagaram, é vergonhosos esta conduta de despejos.
ResponderExcluirTudo nessa cidade é corrupção e/ou cartel, quem mantém essa condição na Vila da UHE é a classe de alto poder aquisitivo da ELN, empresariado e políticos de Tucuruí, que fazem dela seu condomínio, um paraíso para a classe média da cidade. Mas quem sai perdendo é o trabalhador de classe baixa que mora a anos nela e ainda tem que arcar com esses aluguéis de uma casa já paga. Quanto a taxas de manutenção/tratamentos d'água e esgoto, não digo nada, realmente exemplares e justo a sua cobrança. Mas aluguéis, essas casas já passaram da hora de serem vendidas. Porém a própria população sabe de tudo isso e se cala, pois se vende por alguns alguns litros de gasolina nas eleições, milheiros de tijolos e etc...
ResponderExcluir