segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sem pagamentos: Funcionários da Etuzea entram em greve










 Posto de Saúde do Bairro Terra Prometida

WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Novamente volta a cena à empresa de Construção ETUZEA, denunciada em 2012 por alguns parlamentares da Câmara de Vereadores de Tucuruí por suspeitas de beneficiamento em licitações com a Prefeitura de Tucuruí, que culminou com a preposição de abertura de CPI, que há época foi “derrubada” em função da maioria dos vereadores faziam parte da base de apoio do governo municipal.

Na manhã desta segunda-feira (23), diversos canteiros de obras da prefeitura de Tucuruí, de responsabilidade da Empresa ETUZEA, em Tucuruí, sudeste paraense, amanheceram paralisados, em função a falta de pagamentos dos salários referente ao mês trabalhado, e que não foi pago pelo atual administrador da empresa José Gomes, conhecido pela acunha de “Russinho”, que atua como presidente da Comunidade do bairro Tozetti, e que também é irmão do ex-procurador da empresa ETUZEA, atual prefeito do município de Goianésia do Pará, João Gomes “Russo”, que foi quem deu início a todas as obras desde 2011, que hoje se encontram paralisadas por falta de pagamentos dos salários dos trabalhadores.

Os operários acusam a empresa de maus tratos, falta de fornecimento de alimentação e até água potável nos canteiros que é inexistente.

Um dos pedreiros, que não quis seu nome identificado para não sofrer represálias, afirmou receber apenas R$ 1.600,00, mas, só receberam o mês de novembro no dia 17, por que acionaram esta equipe do jornalismo comandado por Wellington Hugles, e no momento do levantamento da matéria, “Russinho” estava na obra, e para não sair na imprensa pagou os salários, mas desde o dia 15 de dezembro os salários estão atrasados, e o que é pior, “Russinho” esteve com os trabalhadores no canteiro e disse ser “palhaçada” fazer greve e que não vai pagar ninguém este ano, “imaginem no final do ano no dia do Natal querer dar um presente ou uma ceia para nossos familiares e não podermos, isso é correto?”, desabafa entristecido o operário com lágrimas nos olhos.

Denuncias dão conta que, desde que eles começaram a trabalhar na empresa, nunca receberam o 13º salário, nunca gozaram férias e não tiveram suas carteira de trabalho assinada, um dos funcionários que já esta na empresa há cinco anos, afirmou sempre ficarem na clandestinidade por que o “Russo”, hoje prefeito de Goianésia do Pará, que era o chefe da empresa, disse não teria condições de fichar ninguém.

A obra do Posto de Saúde do Bairro Terra Prometida como exemplo que está paralisada, deveria ter sido entregue em junho de 2012, segundo a doméstica, Cláudia Lima, moradora do bairro, “este Posto de Saúde era para ser feito em um ano, e já se arrasta por mais de dois anos, e quem está sofrendo e a população sem saúde básica”.

Também estão em greve os trabalhadores da empresa ETUZEA das obras da construção do Novo Cemitério Municipal, que mesmo sem licenciamento ambiental, e a empresa não ter concluído nem 30% do total da obra, já está funcionando com sepultamentos, que segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMA), não existe autorização e nem licenciamento para esta em funcionamento com sepultamentos.

Os trabalhadores das obras de reformas das Escolas Teles de Menezes no bairro Nova Tucuruí e Zolima Tenório no bairro Alto Alegre, todas da empresa ETUZEA, resolveram cruzar os braços também e ameaçaram denunciar coletivamente ao Ministério do Trabalho e na Justiça do Trabalho pela falta de legalidade dos funcionários que na verdade trabalham “encostados” sem terem seus direitos garantidos e tendo que trabalharem sem nenhum equipamento de segurança (EPI) e em jornadas de trabalho totalmente irregular, sem o mínimo de descanso semanal.

Segundo os trabalhadores da empresa ETUZEA, nestas obras que foram contratadas pela Prefeitura de Tucuruí, o valor aproxima-se a R$ 5 milhões, por isso, eles não entendem o porquê de serem sacrificados em não receberem o salário trabalhado.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Tucuruí, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

Em contato telefônico com o “suposto” responsável pelas obras do Posto de Saúde, Novo Cemitério e das duas escolas, segundo as informações prestadas por José Gomes conhecido como “Russinho”, informou que realmente o salário dos trabalhadores estão atrasados, mas tudo em função a falta de pagamento por parte da Prefeitura de Tucuruí, disse que os funcionários “reclamam de mais”, segundo “Russinho”, está tudo funcionando de forma correta, ao ser indagado sobre o 13º salário e as férias não pagas, ele saiu pela tangente dizendo, no momento oportuno faremos uma conversa com os trabalhadores, mas garantiu que até as 12 h desta terça-feira (24), faria o pagamento dos salários atrasados.

Afirmou ainda que não tinha feito por estar sem segurança para levar com ele no momento do pagamento.

Com referência aos prazos de entrega das obras, que se encontra todos atrasados a mais de 2 anos, “Russinho” recusou-se a falar sobre o assunto.


Um comentário:

  1. É muito simples isso meu caro, a lei de contratos e licitações pública 8.666/93 diz que quando a empresa contratada não cumpre com suas obrigações para com as leis trabalhistas, aqui no caso salários atrasados, a responsabilidade passa a ser solidária, sendo a contratante ou o órgão gestor da obra...nesse caso a PMT...

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