terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Hospital Regional de Tucuruí: Médicos suspendem cirurgias eletivas e ameaçam paralisar atividades





Hospital Regional de Tucuruí: Médicos suspendem cirurgias eletivas e ameaçam paralisar atividades

WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles 

O Hospital Regional de Tucuruí – HRT atravessa uma das piores crises da nova administração, que tem a frente o enfermeiro Junior Veloso, dentre as carências, destaca-se o atraso nos pagamentos dos salários dos prestadores de serviços contratados através dos recursos do SIAFEM (Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios), falta de repasses do Governo do Estado para aquisição de medicamentos, materiais necessários para a manutenção das Uti’s, a ausência de contrato para a equipe terceirizada de limpeza e o que é pior, a suspensão das cirurgias eletivas pelos médicos em função ao não cumprimento de acordo através da Secretaria de Estado de Saúde do Pará.

Visita do Secretário de Saúde – A crise no HRT de Tucuruí, no sudeste do estado, culminou com a visita em caráter de urgência do Secretário de Saúde do Estado, Dr. Vitor Manuel Jesus Mateus, na manhã desta segunda-feira (1), que veio vê “in loco” as carências da unidade, e comandar uma reunião com os médicos, para buscar um acordo, e assim, evitar uma paralisação dos profissionais.

Na pauta da reunião, foi discutida a redução nos valores dos contracheques dos médicos, no número de plantões, haja vista, segundo os médicos, em acordo anterior com o então secretário Hélio Leite, os médicos recebiam como compensação pelos inúmeros procedimentos realizados no HRT, o total de 6 (seis) plantões a mais, totalizando o valor de R$ 7.800,00, com isso, após a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado entre o Ministério Público do Pará e o Hospital Regional de Tucuruí, acarretou ao HRT, a obrigação de realizar todas as cirurgias eletivas existentes em um pré-cadastro realizado desde o ano de 2009, diga-se de passagem, de total responsabilidade dos municípios, totalizando cerca de quase 3 mil procedimentos de pacientes de todos os municípios da região do entorno do Lago de Tucuruí, com isso, os médicos estavam realizando em regime de “mutirão”, inúmeros procedimentos cirúrgicos em seus plantões, e nada recebiam pela realização destas cirurgias, a não ser esses plantões que eram pagos a mais, como forma de compensação dos seus serviços.

Mas a atual gestão da SESPA decidiu enxugar a folha de pagamento do HRT e cortou os plantões que estavam sendo pagos como compensatórios aos médicos que estavam atuando na realização de enxugar a lista de espera das cirurgias eletivas.
Foi este o “estopim” que levou os profissionais a suspenderem a realização das cirurgias eletivas. E mais uma vez, que sofre com isso, são os pacientes que amargam anos a espera de uma cirurgia para eliminar sua doença.


A reunião entre o secretário de Saúde Vitor Manuel Jesus Mateus foi tensa, os médicos chegaram ao ponto de anunciar a paralisação das atividades no HRT, mais uma contra proposta foi anunciada pelo secretário, no sentido de manter o pagamento de apenas 3 (três ) plantões a mais por mês, para que haja o retorno da realização das cirurgias eletivas e não seja deflagrada uma paralisação dos médicos, em Tucuruí.

O acordo foi palavreado, mas a decisão ainda não foi definitiva, havendo a necessidade da autorização do governador Simão Jatene, por outro lado, os médicos ainda estão descontentes e acenam não aceitarem a proposta do secretário, e nos próximos dias decidirão, em uma reunião da classe se vão cruzar os braços ou não.

Tomografia – Outra situação caótica que atravessa os serviços do HRT, que, por decisão do MP, foi obrigado a absorver todas as cirurgias eletivas, obrigação das prefeituras dos municípios consorciados, e quem tem a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Tucuruí responsável pela manutenção dos recursos, com isso, onerou ainda mais os serviços no HRT.

Outra dificuldade que atravessa o atendimento no HRT, e a ausência do Tomógrafo, que a quase um ano esta danificado, sem condições de recuperação, com isso, o estado decidiu pela contratação de uma empresa terceirizada, a IMIMI, e paga mensalmente algo entorno de R$ 100 mil. Mas, segundo informações da equipe de direção do HRT, já existe a disposição da unidade no almoxarifado da SESPA, em Belém, um aparelho de tomografia novo, mas que não pode ser trazido para Tucuruí, em função a falta de recursos para a contratação de empresa de transporte para este fim, atualmente o frete assegurado para este fim, custa R$ 28 mil e o estado não tem aporte para assumir estes custos.

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