“Cofre Limpo”: MP requereu
prisão de supostos envolvidos em esquema de fraudes baseado em denúncia “anônima”
WELLINGTON HUGLES
De Breu Branco
Foto: Divulgação
O Ministério Público do Pará
através da Promotoria de Justiça de Breu Branco deflagrou na manhã desta
segunda-feira (13) de junho, a operação intitulada “Cofre Limpo”, que vai apurar
os possíveis crimes de peculato, corrupção ativa e passiva e formação de
quadrilha, no envolvimento de empresários que prestaram serviços à municipalidade
e funcionários públicos da Prefeitura de Breu Branco. No total 6 mandados foram
cumpridos pela Justiça.
Os mandados de prisão
preventiva foram requeridos pelo Promotor de Justiça de Breu Branco Francisco
Charles Pacheco Teixeira, e acatados pelo Juiz da Comarca de Breu Branco Jonas Sousa,
para que as investigações referentes ao levantamento das supostas
irregularidades em contratações de empresas de prestações de serviços, não
fossem comprometidas.
No total 6 pessoas foram presas
e apresentadas ao titular da Delegacia de Breu Branco Delegado Rommel Sousa,
sendo elas: Olandismá Soares de Sá (Secretário de Administração e membro da
Comissão de Licitação), Otto Nelson Pereira Silva (Empresa ONP Construções),
Jorge Barbosa dos Santos (Ex-secretário de Obras), Milton Dias da Silva
(Engenheiro da Prefeitura de Breu Branco), João Alves de Sousa e Sérgio Soares
de Sousa (Sócios da empresa Comercial Alves).
Denúncia Anônima - As
investigações foram iniciadas em Dezembro de 2015, pela Promotoria de Justiça
de Breu Branco, que recebeu uma “carta anônima” que também foi encaminhada ao
Procurador da Republica do Ministério Público Federal, relatando em detalhes, a
suposta fraude aos cofres públicos de Breu Branco.
Na denúncia “anônima”, recheadas
de informações, dão conta de um “esquema” de fraudes em licitações, estando
envolvidos empresários locais, além do ex-secretário de Obras de Breu Branco Jorge
Santos, que, segundo a “denúncia anônima”, estaria em conluio com o Chefe de Licitação
da Prefeitura Olandismá Sá, com o intuito de lesar os cofres da municipalidade direcionando
os serviços e obras para empresas que eram irregulares, principalmente dos
serviços de recuperação e manutenção das estradas vicinais.
Ainda dentro da “denúncia anônima”,
feita com “grande conhecimento de causa”, o que transparecer que o relator da
denúncia, tinha conhecimento abalizado de todos os “Modus operand”, que supostamente
poderiam estar acontecendo há anos, na gestão municipal, acusando os
denunciados, que teriam sido os responsáveis pelo desvio de valores monetários
dos cofres públicos de Breu Branco desde o ano de 2013.
“Modus operand” - Analisa-se
dentro da denúncia, que o relator mesmo caracterizado como “anônimo”, tinha
conhecimento do suposto “esquema”, em função aos detalhes ofertados dentro da
denúncia, parecendo até que, o “denunciante anônimo” fazia parte integrante do
suposto “esquema”, que vinha ocorrendo no passado, e que por não estar sendo
praticado de forma irregular na atual gestão, realizou a denúncia com o único
intento de macular o nome do atual prefeito Adimilson, prejudicando-o
politicamente em uma futura disputa eleitoral.
Ficando latente que as
denúncias formuladas pelo suposto “anônimo” tem o único papel de macular a
honra, e tentar enlamear a forma transparente pela qual o governo de Adimilson
vem gerindo os recursos da Prefeitura de Breu Branco com a intenção principal
de perseguir e prejudicar uma possível reeleição do prefeito em outubro
próximo.
MP - Segundo
o promotor Charles Pacheco, após ter recebido a carta denúncia, assim como
também foi ofertada ao MPF. O MP iniciou a realização das oitivas dos acusados,
e dentro das investigações, foram requeridos documentos para análise junto a Prefeitura,
e após a concretização de que havia uma suspeita de possibilidades de ações
delituosas, foi solicitada pela Promotoria de Justiça de Breu Branco ao
judiciário, a prisão preventiva dos denunciados, para que não houvesse a tentativa
de atrapalhar ou melindrar as investigações.
“É importante
frisar o desempenho ilibado do funcionário do judiciário, o oficial de justiça
Eudes, que esteve à frente dos cumprimentos dos mandados com o apoio da PM, e
conseguiu realizar a prisão de todos os suspeitos”, concluiu Pacheco.
Durante à tarde da
segunda-feira (13), os acusados foram levados para o IML de Tucuruí, onde
realizaram exame de corpo delito e levados para audiência de custódia na
comarca de Breu Branco, sendo encaminhada a tutela do Sistema Penitenciário do
Pará.
Administração Pública – Em
nota, a assessoria do prefeito de Breu Branco Adimilson Mezzomo, esclareceu
que, a Prefeitura colocou-se ao inteiro dispor do Ministério Público e da
Justiça, para quaisquer novas informações ou esclarecimentos, como já estava
fazendo durante os procedimentos de apuração realizados pelo MP, “não temos
nenhuma dúvida que estamos sendo alvos de perseguição de pessoas que neste
período eleitoral estão tentando “enlamear” e “prejudicar” nosso governo, mas
estamos conscientes que através do trabalho competente do Ministério Público e
da Justiça de nossa cidade, tudo será esclarecido e passado a limpo, e se
houver envolvimento de quaisquer funcionários da municipalidade, em
beneficiamento próprio ou de terceiros, tomaremos todas as medidas cabíveis,
por que, desde que assumimos a Prefeitura de Breu Branco, trabalhamos de forma transparente
e cumprindo todas as leis, por que, sabemos que administrar o dinheiro público
e uma tarefa difícil, mas nos policiamos diariamente para não cometer ou sermos
levados a cometer equívocos administrativos, os quais, segundo informações noticiadas
pela imprensa, ocorreram em gestões anteriores e que levaram os gestores a
perda de seus direitos políticos, e temos absoluta certeza, que sairemos deste
episódio criado pelos meus “desafetos e opositores” de cabeça erguida, pois uma
denúncia criada através de uma “pessoa anônima”, logo se concretiza como algo
infundado, criado para macular um governo serio e límpido, e não se materializa
quando a verdade vem à tona, e digo a população de Breu Branco que fiquem
tranquilos, por que, nada temeremos e continuaremos a levar obras, serviços e
desenvolvimento a toda à cidade”, esclareceu Adimilson Mezzomo.
Ainda na nota, o prefeito recebeu com muita surpresa a deflagração da operação pelo Ministério Público e Justiça, até porque, segundo o prefeito, a administração municipal colaborou prestando todas as informações necessárias no período de apuração, realizado pelo MP, e reafirmou que todos os
documentos comprobatórios de licitações, contratos e pagamentos de seu governo
e de governo anteriores, estarão a disposição, para que sejam efetivamente
esclarecidos os fatos denunciados por um “anônimo”, destacou ainda, que assim como, alguns meios
de comunicação deram ênfase em noticiar este episódio amplamente, após o resultado da apuração,
esperamos que também seja garantida a mesma publicidade na reposição da verdade,
“muitos tentam enlamear um trabalho serio e honesto que estamos realizando a
frente do governo de Breu Branco, mas, somos tementes a Deus e o colocamos a frente
de todos os nossos trabalhos, sempre somos vitoriosos”, concluiu Adimilson.
Investigações - Agora será
questão de tempo, para que o MP conclua os trabalhos e possa substanciar a denúncia
“anônima” e enquadrar os envolvidos dentro dos rigores da lei.
O promotor Charles Pacheco
esclareceu ainda, que durante as investigações os acusados terão todo o direito
ao contraditório, e que não é deles o papel de provar suas inocências, “e sim o
MP terá a obrigação de apresentar as provas de seus crimes, mas, se ao final não
forem substanciadas as provas dos supostos crimes, as denúncias ora
apresentadas de forma “anônima” ao órgão ministerial, serão declaradas
infundadas e os acusados serão liberados, inclusive a pedido do próprio
MP”.
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