terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Moradia: Mais de 300 famílias lutam por ocupação no bairro da Matinha e nas margens da eclusa de Tucuruí









Moradia: Mais de 300 famílias lutam por ocupação no bairro da Matinha e nas margens da eclusa de Tucuruí

WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

Cerca de 300 famílias sem-teto ocupam áreas de terra no bairro da Matinha, nas proximidades da Vila Pioneira e as margens da Eclusa de Tucuruí.

Segundo os ocupantes, esta área foi desapropria pela Eletrobras Eletronorte para que fosse viabilizada a conclusão das obras das eclusas, “com as detonações dos explosivos, ficamos em uma área de risco, e as antigas residências estavam desmoronando e com rachaduras, a estatal decidiu indenizar os imóveis e desapropriar a área, para que fosse viabilizada a conclusão das eclusas, próximo ao Rio Tocantins a jusante, passado 8 anos que a área foi entregue a tutela da Prefeitura de Tucuruí, para a realização de obras e serviços, nada foi feito, sendo que a área estava servindo de covil de ladrões e drogados, com o acumulo de lixo e insetos, estando abandonada pelo governo municipal”, afirmou Dilce Santos Amorim, 49 anos, ocupante de um pedaço de terra.

Após a conclusão das obras das eclusas, a área ficou abandonada, por isso, as famílias que aguardavam a liberação de uma casa no Residencial Cristo Vive, construído através do programa “Minha Casa Minha Vida”, do governo federal, e que estavam cadastradas pela prefeitura em duas oportunidades, uma nas vésperas das eleições de 2008 e outra nas eleições de 2012, mas, com a invasão das casas, ficaram sem oportunidade de terem o sonho da casa própria concretizada, por isso, decidiram ocupar a área, que segundo informações e de responsabilidades da Prefeitura de Tucuruí, mas que nunca realizou nenhuma limpeza ou viabilizou  projetos de instalação de serviços em prol da população de Tucuruí.

“Aqui tínhamos linha de ônibus, que passava na Rua Santo Antônio até o bairro São Francisco, coleta de lixo, água potável e uma população feliz, com o abandono da prefeitura, já há 7 anos, tudo acabou, ficamos literalmente a vê navios”, disparou Alirio Paulo.

Os ocupantes decidiram ampliar a luta pela moradia, ocupando diversas áreas de terra as margens da eclusa, no bairro da Matinha, parte da Vila Pioneira e São Francisco. 

Até o momento, apenas uma equipe da Gamasp esteve no local, dias atrais, a priori, para tentar a força retirar os ocupantes, mas desistiram, e marcaram para está última segunda-feira (11), uma reunião para negociarem a saída pacífica das famílias, mas não compareceu ao local, um dos coordenadores da ocupação, informou que está sendo garantida a liberdade a todos que precisa de uma área de terra, para construir sua moradia, inclusive, está sendo garantindo a área de marinha, as margens do Rio Tocantins, e a linha de divisão do canal da eclusa, com isso, não impedindo nenhuma atividade da empresa estatal.

A ocupação segue a todo o vapor, a área já foi desmatada, sendo retirado o matagal que tomava conta do bairro, surgindo a cada dia um novo bairro, com muitas famílias. 

Para Adélia Lima, 35 anos, destes 22 morando em Tucuruí, “tivemos que tomar esta atitude, porque, fomos duplamente enganadas pelo prefeito da cidade, que iludiu nosso povo carente com as promessas de casas, e nas duas eleições confiamos neste “sujeito” e fomos duas vezes enganados, agora daremos sangue em defesa de nossa área de terra”.

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