TRF suspende reintegração de
posse das casas do residencial “Cristo Vive” à CEF
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Após 40 dias da ocupação das
1.001 casas que estavam em obras do residencial "Cristo Vive", iniciadas
em 2012, com recursos assegurados de mais de R$ 50 milhões através do programa
do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”, em Tucuruí, sudeste paraense. Mas
que foram ocupadas por mais de mil famílias desde o último dia 4 de setembro.
A ocupação causou muitas
preocupações aos mais de 8 mil inscritos, que aderiram ao programa desde o ano
de 2010, através de cadastro junto a Secretaria de Assistência Social da
Prefeitura de Tucuruí, para serem beneficiados com uma moradia popular através
do Programa “Minha Casa, Minha Vida”.
O imbróglio foi criado em
função ao gestor municipal Sancler Ferreira, em suas duas eleições municipais,
usou como promessa de campanha a entrega destas moradias, realizando um
cadastro em 2008, totalizando mais de 4 mil inscritos, e no ano de 2012, as
vésperas das eleições, utilizou do mesmo “esquema” para arrebanhar eleitores em
um novo cadastro para o recebimento destas moradias, cadastrando mais 4.600 famílias,
totalizando 8.600 cadastros.
Passado mais de um ano com as
obras paralisadas, a sociedade civil organizada decidiu pela invasão das casas,
que estavam se deteriorando ao longo do tempo, abandonadas sem previsão para
serem entregues.
A segunda empesa contratada
para as obras do residencial “Cristo Vive”, a Tec Casa atravessa diversas
dificuldades e atrasos nos pagamentos dos funcionários, segundo a empresa, em
função a falta de pagamentos das medições das obras que estavam sendo concluída,
pela contratante a Caixa Econômica Federal, e após a invasão da área, decidiu
abandonar as obras e dar entrada no procedimento de rescisão contatual com a
CEF.
Pedido de liminar a Justiça Federal
- A Caixa Econômica Federal, órgão do governo federal, que adquiriu o terreno
do ex-senador Ademir Andrade em 2011, pelo valor a vista de R$ 3,5 milhões,
para a construção das 1.001 unidades residências, através dos recursos oriundos
do BNDS através do Programa "Minha Casa, Minha Vida”, requereu junto à
Justiça Federal em Tucuruí, liminar de reintegração de posse, para dar
prosseguimento às obras e posteriormente atender ao cadastro da Prefeitura de Tucuruí,
realizando a análise financeira e de crédito, para liberar assinatura do
contrato e a entrega das chaves das casas.
A Justiça Federal de Tucuruí
após analisar o pedido, decidiu pela reintegração de posse do Residencial “Cristo
Vive” a requerente Caixa Econômica Federal, por entender que o terreno e a construção
estão sendo financiadas com recursos do governo federal e que há a necessidade da
conclusão das obras, além de atender aos ditames legais para a viabilidade da
entrega das unidades residenciais.
Reintegração – Tudo estava
certo para que na manhã desta quinta-feira (22), a Polícia Federal que se deslocou
em grande quantidade de agentes à Tucuruí e juntamente com os policiais militares
do estado, através do Comando de Operações Especiais vindos de Belém, realizariam
o cumprimento da decisão judicial.
“Virada-de-Mesa” – Mas durante
a noite desta quarta-feira (21), forças políticas atuaram dentro da capital
federal, e conseguiu uma “virada-de-mesa”, requerendo junto ao Tribunal Regional
Federal (TRF), a suspensão da liminar expedida pela Justiça Federal de Tucuruí,
que acatou o pedido da Caixa Econômica
Federal na reintegração de posse do terreno e das 1.001 unidades residências em
obras no residencial “Cristo Vive”.
A decisão do TRF foi expedida
ainda na madrugada desta quinta-feira (22), decidindo pela suspensão da reintegração
de posse do residencial “Cristo Vive” à CEF, com isso, os agentes federais e o
PM’s voltaram para suas origens sem cumprirem com o determinando, causando um prejuízo
incalculável com o deslocamento, hospedagem e alimentação, além de diárias aos
agentes e militares.
Dias de tranquilidade – Com a decisão
exaurida pelo TRF, as mais de mil famílias que ocupam o residencial “Cristo
Vive”, poderão respirar tranquilizados, pois a reintegração de posse do
residencial à Caixa Econômica Federal, só
voltará a ser realizada, após o julgamento do mérito através dos Juízes do TRF,
em Brasília.
Com isso, os moradores do
“Cristo Vive”, poderão comemorar está vitória provisória, que dará um prazo ainda
maior aqueles que realmente não tem moradia, e possam ter um teto para seus
familiares.
A Caixa Econômica Federal vai
recorrer da decisão, e deverá aguardar o julgamento do mérito em sessão do TRF,
em Brasília, e posteriormente ter seu direito garantido de retornar ao seu patrimônio
as 1.001 casas que ainda deverão ser concluídas as obras, e entregues aos
beneficiários que aguardam há anos por estas moradias.
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