segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Sem água: População de Tucuruí amarga 72 horas sem água nas torneiras





População está a mais de 72 h sem o líquido precioso nas torneiras


WELLINGTON HUGLES
De: Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles

Cerca de 100 mil habitantes da cidade de Tucuruí, sudeste paraense, amargam a mais de 3 dias com a falta de água nas torneiras. Desde as 9 h da manhã da última sexta-feira (2), houve o desligamento da maior estação de captação e bombeamento de água da cidade, que abastece 80% dos bairros de Tucuruí, em função ao comprometimento dos motores que realizavam a captação de água do córrego do Igarapé Santos, na adutora que liga a estação a cidade, no KM 4 da rodovia BR 422, conhecida como Transcametá.

Desde o início da manhã da última sexta-feira (2), a autarquia Nossa Água, responsável pelos serviços de manutenção e distribuição de água potável para os mais de 110 mil habitantes da cidade, realiza os reparos para o retorno do funcionamento da estação e a distribuição de água para os bairros da cidade, mas em função aos motores que são bastante antigos, e que já foram muitas vezes recuperados, todos chegaram ao seu limite, e queimaram por completo, paralisando todo o bombeamento de água para toda a cidade de Tucuruí. 

Mais de 100 mil pessoas ficaram sem o líquido precioso nas torneiras em toda a cidade no final de semana, se estendendo já nesta segunda-feira (5), grandes filas se formaram em diversos pontos de toda a cidade, em residências com poços artesianos e nas bicas públicas, a suspensão atingiu os mais de 20 bairros tucuruienses.



O fornecimento de água tratada na cidade de Tucuruí é realizado pela administração municipal de forma gratuita desde o ano de 1996, mas que nos últimos seis anos, entrou em estado de sucateamento para a sua privatização, que mesmo sendo lançada pelo gestor municipal no último mês de maio, e aprovada a “toque de caixa” pelos vereadores, a Parceria Público Privada (PPP da Nossa Água), deu com os “burros n’água”, a Prefeitura de Tucuruí, chegou ainda a lançar edital para este fim, mas em função a negativa das empresas de participarem do certame, por que tinham certeza do “eminente calote” na prestação dos serviços terceirizados, a Prefeitura decidiu suspender a implantação da “PPP da Nossa Água” e retornar as atividades normais da autarquia, que mesmo recebendo os repasses mensais no valor de R$ 400 mil para sua manutenção, já se encontra totalmente sucateada e inviabilizada de funcionamento, em função ao descaso da gestão municipal.

Dos 35 mil pontos de ligações existentes na cidade, com estes valores assegurados no orçamento municipal de R$ 400 mil mensais, cada residência em média contribui mensalmente com R$ 12,00 para ter o recebimento de água potável em suas torneiras, mas isso ocorre apenas no papel, por que raramente a água chega às torneiras durante os 30 dias do mês.

O interessante é que dentro do Projeto de Lei original, enviado pelo prefeito Sancler Ferreira e aprovado pelos vereadores da Câmara de Tucuruí, cada morador seria obrigado a desembolsar no mínimo o valor de R$ 15,00 mensais pela água potável que poderia chegar a sua torneira, através de uma empresa particular, correndo o risco de não o pagando, ter seu nome negativado, ora, se custeada pelos cofres da Prefeitura no valor de R$ 15,00 não está funciona, imagine através de uma empresa que visa apenas o lucro.

É fato, que a população não aceita mais este descaso da gestão pública de Tucuruí, que não tem recursos para adquirir sequer as bombas que necessita para realizar a captação de água da nascente do igarapé Santos, agora imaginem, um governo, que não tem condições de adquirir um equipamento que custa em média R$ 4 mil, realmente a administração está passando por problemas irreversíveis.




Decisão – Em uma decisão inédita na região, a justiça de Tucuruí, decidiu atender a Ação Popular impetrada pelo MPE, que requereu a suspensão imediata da privatização da “Nossa Água”, que era uma medida salutar da gestão municipal para a viabilidade da chegada de água potável nas torneiras dos contribuintes.

Dentro da salutar decisão, a juíza suspendeu a “PPP da Nossa Água” e determinou prazo para que a Prefeitura de Tucuruí realize a interligação da Estação de Tratamento de Água (ETA), construída pelo Governo Federal, através da Eletrobras Eletronorte, ou seja, o município terá que realizar a colocação de cerca de 800 metros de tubulação ainda de sua obrigação dentro do Convênio de Cooperação assinado entre PMT/Eletrobras Eletronorte, para que entre em funcionamento a distribuição de água tratada e em abundância através da ETA da Vila Permanente, para mais de 100 mil ligações residenciais, em todos os bairros da cidade de Tucuruí, mas há quatro anos inviabilizado, em função ao marasmo e o despreparo, culminando com a desordem da atual gestão municipal, que vem “empurrando com a barriga” esta conclusão com a intenção de usar este benefício, como “trampolim eleitoral” nas vésperas das eleições, e quem sofre e o povo, que fica há anos a fim, sem condições de receber o líquido precioso em suas torneiras, mesmo sendo detentor do maior lago da região norte do país e tendo o município rodeado pelas águas abundantes do virtuoso Rio Tocantins.


Contraponto - A equipe de reportagem procurou a direção da autarquia Nossa Água e a assessoria de comunicação da Prefeitura de Tucuruí, mas foi informada que não teriam condições de esclarecer nada, antes do retorno do prefeito Sancler Ferreira, que estava “veraneado” nas praias do litoral nordestino.


Santa Mônica – Dentro das precariedades existentes no sistema de captação e distribuição de água de Tucuruí, relembramos um escândalo que foi “abafado”, em função as estratégias de mídia da Prefeitura, quando da construção do sistema elevado do bairro da Santa Mônica, onde milhões de reais foram liberados pelo Governo Federal para este fim, e a empresa de um parente da ex-secretária de Finanças Sheila Vaz foi contratada, sendo pago os valores totais para a realização dos serviços, e na verdade a obra não saiu do papel, mais uma investigação que deverá ser feita pelo Ministério Público Federal (MPF), e desvendar mais um “esquema” de enriquecimento ilícito, fraudes em licitação, formação de “cartel” para pagamentos e recebimentos sem a devida prestação dos serviços, além da fraude tributaria, envolvendo a secretária Sheila Vaz, o prefeito Sancler Ferreira e o empresário beneficiado. 

Um comentário:

  1. Caro amigo Hugles, me responda uma dúvida que tenho, por gentileza. A família Vaz Rodrigues, como somos conhecedores, sempre está envolvida em coisas ilícitas nessa prefeitura, assim como no caso do concurso, onde os dois irmãos dessa senhora acima citada, estão "coincidentemente" em uma mesma colocação e com a mesma pontuação para um dos cargos ofertados. Gostaria de saber de vossa senhoria, se está sendo feito algo contra essas irregularidades gritantes no tocante a realização deste certame, pois todos sabemos o que aconteceu lá, mas nada se diz a respeito. Aproveito para parabenizá-lo por este excelente trabalho que vem prestando a nossa população, pois você é nossa voz contra esses desmandos que vêm acontecendo. Continue assim amigo, firme e forte, pois Deus é contigo. Abraços.

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