População está a mais de 72 h sem o líquido precioso nas torneiras
WELLINGTON HUGLES
De: Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Cerca de 100 mil habitantes da
cidade de Tucuruí, sudeste paraense, amargam a mais de 3 dias com a falta de
água nas torneiras. Desde as 9 h da manhã da última sexta-feira (2), houve o
desligamento da maior estação de captação e bombeamento de água da cidade, que
abastece 80% dos bairros de Tucuruí, em função ao comprometimento dos motores
que realizavam a captação de água do córrego do Igarapé Santos, na adutora que
liga a estação a cidade, no KM 4 da rodovia BR 422, conhecida como Transcametá.
Desde o início da manhã da
última sexta-feira (2), a autarquia Nossa Água, responsável pelos serviços de
manutenção e distribuição de água potável para os mais de 110 mil habitantes da
cidade, realiza os reparos para o retorno do funcionamento da estação e a
distribuição de água para os bairros da cidade, mas em função aos motores que
são bastante antigos, e que já foram muitas vezes recuperados, todos chegaram
ao seu limite, e queimaram por completo, paralisando todo o bombeamento de água
para toda a cidade de Tucuruí.
Mais de 100 mil pessoas
ficaram sem o líquido precioso nas torneiras em toda a cidade no final de
semana, se estendendo já nesta segunda-feira (5), grandes filas se formaram em
diversos pontos de toda a cidade, em residências com poços artesianos e nas
bicas públicas, a suspensão atingiu os mais de 20 bairros tucuruienses.
O fornecimento de água tratada
na cidade de Tucuruí é realizado pela administração municipal de forma gratuita
desde o ano de 1996, mas que nos últimos seis anos, entrou em estado de
sucateamento para a sua privatização, que mesmo sendo lançada pelo gestor
municipal no último mês de maio, e aprovada a “toque de caixa” pelos
vereadores, a Parceria Público Privada (PPP da Nossa Água), deu com os “burros
n’água”, a Prefeitura de Tucuruí, chegou ainda a lançar edital para este fim,
mas em função a negativa das empresas de participarem do certame, por que
tinham certeza do “eminente calote” na prestação dos serviços terceirizados, a
Prefeitura decidiu suspender a implantação da “PPP da Nossa Água” e retornar as
atividades normais da autarquia, que mesmo recebendo os repasses mensais no
valor de R$ 400 mil para sua manutenção, já se encontra totalmente sucateada e
inviabilizada de funcionamento, em função ao descaso da gestão municipal.
Dos 35 mil pontos de ligações
existentes na cidade, com estes valores assegurados no orçamento municipal de
R$ 400 mil mensais, cada residência em média contribui mensalmente com R$ 12,00
para ter o recebimento de água potável em suas torneiras, mas isso ocorre
apenas no papel, por que raramente a água chega às torneiras durante os 30 dias
do mês.
O interessante é que dentro do
Projeto de Lei original, enviado pelo prefeito Sancler Ferreira e aprovado
pelos vereadores da Câmara de Tucuruí, cada morador seria obrigado a
desembolsar no mínimo o valor de R$ 15,00 mensais pela água potável que poderia
chegar a sua torneira, através de uma empresa particular, correndo o risco de
não o pagando, ter seu nome negativado, ora, se custeada pelos cofres da
Prefeitura no valor de R$ 15,00 não está funciona, imagine através de uma
empresa que visa apenas o lucro.
É fato, que a população não
aceita mais este descaso da gestão pública de Tucuruí, que não tem recursos
para adquirir sequer as bombas que necessita para realizar a captação de água
da nascente do igarapé Santos, agora imaginem, um governo, que não tem
condições de adquirir um equipamento que custa em média R$ 4 mil, realmente a
administração está passando por problemas irreversíveis.
Decisão – Em uma decisão
inédita na região, a justiça de Tucuruí, decidiu atender a Ação Popular
impetrada pelo MPE, que requereu a suspensão imediata da privatização da “Nossa
Água”, que era uma medida salutar da gestão municipal para a viabilidade da chegada
de água potável nas torneiras dos contribuintes.
Dentro da salutar decisão, a
juíza suspendeu a “PPP da Nossa Água” e determinou prazo para que a Prefeitura
de Tucuruí realize a interligação da Estação de Tratamento de Água (ETA),
construída pelo Governo Federal, através da Eletrobras Eletronorte, ou seja, o
município terá que realizar a colocação de cerca de 800 metros de tubulação
ainda de sua obrigação dentro do Convênio de Cooperação assinado entre
PMT/Eletrobras Eletronorte, para que entre em funcionamento a distribuição de
água tratada e em abundância através da ETA da Vila Permanente, para mais de
100 mil ligações residenciais, em todos os bairros da cidade de Tucuruí, mas há
quatro anos inviabilizado, em função ao marasmo e o despreparo, culminando com
a desordem da atual gestão municipal, que vem “empurrando com a barriga” esta
conclusão com a intenção de usar este benefício, como “trampolim eleitoral” nas
vésperas das eleições, e quem sofre e o povo, que fica há anos a fim, sem
condições de receber o líquido precioso em suas torneiras, mesmo sendo detentor
do maior lago da região norte do país e tendo o município rodeado pelas águas
abundantes do virtuoso Rio Tocantins.
Contraponto - A equipe de
reportagem procurou a direção da autarquia Nossa Água e a assessoria de
comunicação da Prefeitura de Tucuruí, mas foi informada que não teriam
condições de esclarecer nada, antes do retorno do prefeito Sancler Ferreira,
que estava “veraneado” nas praias do litoral nordestino.
Santa Mônica – Dentro das precariedades
existentes no sistema de captação e distribuição de água de Tucuruí,
relembramos um escândalo que foi “abafado”, em função as estratégias de mídia da
Prefeitura, quando da construção do sistema elevado do bairro da Santa Mônica, onde
milhões de reais foram liberados pelo Governo Federal para este fim, e a
empresa de um parente da ex-secretária de Finanças Sheila Vaz foi contratada,
sendo pago os valores totais para a realização dos serviços, e na verdade a obra
não saiu do papel, mais uma investigação que deverá ser feita pelo Ministério Público
Federal (MPF), e desvendar mais um “esquema” de enriquecimento ilícito, fraudes
em licitação, formação de “cartel” para pagamentos e recebimentos sem a devida prestação
dos serviços, além da fraude tributaria, envolvendo a secretária Sheila Vaz, o
prefeito Sancler Ferreira e o empresário beneficiado.
Caro amigo Hugles, me responda uma dúvida que tenho, por gentileza. A família Vaz Rodrigues, como somos conhecedores, sempre está envolvida em coisas ilícitas nessa prefeitura, assim como no caso do concurso, onde os dois irmãos dessa senhora acima citada, estão "coincidentemente" em uma mesma colocação e com a mesma pontuação para um dos cargos ofertados. Gostaria de saber de vossa senhoria, se está sendo feito algo contra essas irregularidades gritantes no tocante a realização deste certame, pois todos sabemos o que aconteceu lá, mas nada se diz a respeito. Aproveito para parabenizá-lo por este excelente trabalho que vem prestando a nossa população, pois você é nossa voz contra esses desmandos que vêm acontecendo. Continue assim amigo, firme e forte, pois Deus é contigo. Abraços.
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