quinta-feira, 21 de março de 2013

Índios invadem canteiro de obras do sítio em Pimental em Altamira



Um grupo de índios, de etnias ainda não confirmada, colonos e ribeirinhos invadiram, invadiram logo pela manhã desta quinta-feira (21), o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHBM) no sítio Pimental, em Altamira, oeste do Pará. Logo cedo antes mesmo dos funcionários chegarem para troca de turno de trabalho, dezenas de indígenas chegaram a pés no local e tomaram de conta da entrada do canteiro, os funcionários foram dispensados do trabalho retornando para Altamira.
Segundo informações do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela execução da obra, cerca de 60 pessoas estão no local. "A primeira medida que tomamos foi paralisar as atividades para garantir a segurança dos trabalhadores e dos próprios índios. Ainda não fomos informados do motivo da invasão", afirmou o assessor de imprensa do CCBM.
Ainda, de acordo com o consórcio, as negociações com os índios devem ser feitas através da Norte Energia que deve enviar um representante para as devidas providências.
O canteiro da obra invadido foi o Sítio Pimental, o principal onde as obras estão mais adiantadas.
As informações da empresa Norte Energia dão conta que é uma ocupação pacífica. Gerentes e equipe da Norte Energia já estão no local dialogando e recebendo as reivindicações. A Força Nacional também está no local com cerca de 12 homens.
No site da Ong Xingu Vivo a advogada de direitos humanos, Maíra Irigarai, que acompanha a ação a pedido das lideranças indígenas, relata que os protestos têm diferentes reivindicações. "Os povos da região estão sofrendo muitos impactos com o avanço das obras de Belo Monte, que afetam também o rio e os peixes".
Segundo a advogada, os moradores da comunidade do Km 45, vivem ao lado da obra e relatam que estão sem energia elétrica e sofrendo com a desinformação promovida por funcionários da Norte Energia, que segundo os colonos estão dizendo que a terra não é mais deles.
Manifestantes dos povos Xipaia, kuruaya e Canela, de uma área ainda não demarcada, conhecida como Jericoá, denunciam não ter sido incluídos no PBA, plano oficial de mitigação dos impactos de Belo Monte. Vivendo há cerca de 10 km das obras, estão sem poços artesianos, com dificuldade de encontrar peixes no rio e suas embarcações não suportam o sistema de transposição.

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