quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Vilas Residenciais da UHE Tucuruí: Reunião aprova pareceres técnico e jurídico que viabilizam a proposta de venda das casas das vilas

 



Os diretores da Associação dos Moradores da Vila Permanente (Asmovip), participaram de reunião na tarde da última segunda-feira (11/10) com diretores da Eletrobras/Eletronorte. Na oportunidade foram analisados os pareceres do corpo técnico e jurídico da empresa, favoráveis aos processos de doações e de comercialização das 2.452 casas que formam as vilas residências da UHE, na cidade de Tucuruí, no sudeste do estado do Pará.

Histórico - As Vilas Residenciais da Eletronorte, surgiram ainda na década dos anos 70, para suprir a grande demanda de trabalhadores que buscaram a cidade de Tucuruí para trabalhar na construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí.

Ao longo destes mais de 40 anos, muitas casas foram desmobilizadas e muitos prédios doados para órgãos das esferas: federal, estadual e municipal. Inclusive, recentemente tramita também dentro da Eletrobras, processo de doação da Vila Militar que faz parte da Vila Península para o patrimônio do Exército Brasileiro.

Atualmente a Vila Residencial está dividida em: Vila Permanente, Vila Marabá, Vila Tropical e Vila Península. Com um total de 2.452 casas residenciais, construídas com os recursos dos cofres do governo federal. Muitas destas casas se depreciaram ao longo do tempo, foi então que a empresa estatal decidiu ampliar a oferta e passou a realizar o comodato destas residências a empresas, particulares e órgãos públicos, através do pagamento de aluguel.

Com os aluguéis mensais recebidos pela empresa Eletrobras Eletronorte ao longo deste período, já foram arrecadados uma ‘bolada’. Mensalmente a empresa arrecada em média o valor de R$ 1.500.000,00 (um milhão e meio de reais), desses recursos, os valores são destinados para: tratamento de água, manutenção de rede elétrica, pagamento do fornecimento de energia, limpeza urbana (capina, roçagem e podas de árvores), segurança patrimonial, coleta de lixo e entulhos.

Desde sua criação até os dias atuais, se formos fazer um comparativo da arrecadação com as taxas dos aluguéis cobrados ao longo dos 40 anos, a empresa já arrecadou o total de R$ 960.000.000,00 (novecentos e sessenta milhões de reais), ou seja, em média, as 2.452 casas alugadas, já deu de ganho para a Eletrobras Eletronorte o valor de R$ 391.000,00 (trezentos e noventa e um mil reais) cada uma casa alugada.

Avanço – Com a reunião realizada e a aprovação dos pareceres técnicos e jurídicos, todos os moradores das vilas residências, além do corpo administrativo da Eletrobras Eletronorte estão otimistas pela conclusão positiva de todo o processo, que terá ainda que passar por algumas fases. A saber, após a decisão favorável do parecer técnico e jurídico, agora a proposta segue para a avaliação, análise e aprovação da Diretoria Executiva da estatal. Posteriormente vai ao Conselho Fiscal. Mas, quem vai ‘bater o martelo’ e decidir pela aprovação de todas as fases serão o Conselho Administrativo da Eletrobras Eletronorte.

O que se espera, e que todos esses trâmites sejam acelerados, e que o ‘fantasma’ da possível privatização da estatal não ameace essa resolução, pois se isso acontecer todo o processo que hoje está em andamento e favorável para a possível doação e comercialização das casas poderá ser em vão.


Cadastro do SPU – Para corroborar com o andamento do processo de doação e comercialização das vilas residências de Tucuruí, a Secretaria de Patrimônio da União, com sede em Belém, já caiu em campo e realizou o castro de todas as famílias, respeitando os procedimentos necessários para o processo de transferência da Vila Residencial de Tucuruí, identificando as famílias que se enquadrem nos perfis para receberem doações e aquelas que pode ter a prioridade na aquisição direta das casas.

Proposta – O grupo de trabalho formado pela Defensoria Pública e Ministério Público do Pará, Secretaria de Patrimônio da União (SPU), NIPE-IFPA, Prefeitura de Tucuruí e representantes da Associação dos Moradores da Vila Permanente, e que conta com a colaboração do Deputado Federal Hélio Leite (DEM), líder da Bancada Paraense na Câmara Federal e do Dr. Luan Constantini, apresentaram uma proposta que visa colaborar no encaminhamento de todos os procedimentos de doação e comercialização das 2.452 casas, ficando a cargo da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), realizar todos os cadastramentos das famílias residentes, observando os limites de salários, e os aplicando conforme as normas próprias do órgão, que possibilitarão que as famílias enquadradas possam ser beneficiadas com a doação das casas que residem há décadas. As famílias que residem nas casas das vilas, e que possui um equilíbrio financeiro estável, também serão enquadrados nas diretrizes do SPU, e terão dentro das suas faixas salariais o benefício da aquisição direta das residências ondem moram a muito anos.

Assim todos os moradores terão o direito constitucional de terem um teto para morar, tanto através de doação direta, como da aquisição. Respeitando o que foi proposto pelo grupo de trabalho, que prevê ainda, no momento da compra, as casas comercializadas, devem obedecer a seu valor, com base na planta de construção original da época, não considerando, portanto, as melhorias, modificações e reformas introduzidas pelos moradores ao longo de mais de 30 anos de moradia.

 

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