quinta-feira, 26 de setembro de 2019

AGIOTAGEM (Parte 1) – Investigações em 11 Prefeituras, e podem ter causado morte de 2 prefeitos no sudeste do Pará



Investigações em 11 Prefeituras, e podem ter causado morte de 2 prefeitos no sudeste do Pará

Segundo matéria do jornalista investigativo Paulo Jordão e publicada no site Ver-o-Fato, as investigações iniciadas em 2017, após o assassinato do prefeito de Tucuruí, Jones William da Silva Galvão, em 25 de julho, indicam que, além dele, o gestor de Goianésia do Pará, João Gomes, conhecido como Russo, pode ter sido alvo de assassinato, tudo porque, ambos se envolveram com uma suposta organização criminosa formada por agiotas e contraíram dívidas para bancarem suas campanhas.

Não está ainda confirmado se a morte do prefeito de Breu Branco, Diego Kolling, filho do ex-prefeito, Alemão, teria sido uma forma de represália de agiotas, mas as suspeitas continuam no crivo dos investigadores.

Uma operação, batizada de “Redoma do Lago”, coordenada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), em conjunto com a Procuradoria Geral do Ministério Público do Pará, investiga a existência de um esquema criminoso que envolve agiotagem nas prefeituras de Tucuruí, Goianésia do Pará, Anapu, Cametá, Cumaru do Norte, Jacundá, Novo Repartimento, Pacajá, Parauapebas, Rondon do Pará e Tailândia.

As apurações iniciais realizadas pela Procuradoria da Prefeitura de Tucuruí mostraram uma nova modalidade de fraudes para lesar os cofres públicos das prefeituras.
Trata-se de agiotagem para bancar campanhas de candidatos, com contrapartida de sociedade da organização criminosa no mandato.

Neste caso, o candidato assume compromisso com os agiotas de pagar a dívida e de entregar várias pastas municipais para o grupo criminoso.

No ultimo dia 8/03, o Procurador Geral do Ministério Público do Pará, Dr. Gilberto Valente Martins, recebeu denúncia por meio da Procuradoria do Município de Tucuruí, relatando o modo de agir da quadrilha no município e em outras prefeituras paraenses.

Tucuruí – Segundo o levantamento, a quadrilha desviou aproximadamente R$ 180.000.000,00 (cento e oitenta milhões) dos cofres municipais.

O golpe foi constatado por uma auditoria e perícia contábil feita pelo contador e perito Kleber da Cunha Ota, nas notas de empenhos, notas de liquidação e ordens de pagamento entre o período de 1º de janeiro de 2015 a 30 de abril de 2018.

Foi constatado “grande volume de pagamentos irregulares, frutos de processos licitatórios e contratos realizados à época para um grupo de empresas, tendo à frente o empresário Alexandre de França Siqueira, sócio majoritário e administrador das empresas”.

Uma parte da denúncia da Procuradoria da Prefeitura de Tucuruí diz o seguinte: “Aqui destacamos tão somente os pontos relevantes que evidenciam uma organização criminosa que atuava no município de Tucuruí ao arrepio da lei penal, durante o período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de julho de 2017 e, retornando, no período de dezembro de 2017 a 30 de abril de 2018, constatando práticas de direcionamento em certames licitatórios e fraudes nos processos licitatórios, perpassando por simulação de execuções de prestação de serviços para validar as liquidações das despesas, até chegar às ordens de pagamentos, realizadas com documentos fiscais inidôneos e cheques utilizados para pagamentos com assinatura totalmente divergente da assinatura padrão oficial do prefeito Jones William da Silva Galvão, assassinado em 25 de julho de 2017, ensejando tudo para o efetivo desvio de recurso público”.

Segundo a denúncia, as provas levantadas, aponta o empresário Alexandre Siqueira França como chefe do esquema criminoso, sendo ele titular de várias empresas que ganharam licitações nos municípios envolvidos.

Alexandre Siqueira figura como o principal financiador da campanha do prefeito assassinado de Tucuruí, Jones William.

A maioria dos cheques descontados tinha como beneficiárias as empresas de Alexandre Siqueira. O esquema era repetido sistematicamente nas outras prefeituras. Um inquérito corre em segredo de justiça.

Além de Siqueira, estão envolvidas no esquema a viúva de Jones William, Graciele da Silva Galvão, funcionária do Banpará que facilitava os descontos dos cheques e que também descontou cheques pessoalmente enquanto o corpo do marido era velado; Poliana da Silva Rocha, gerente da agência do Banpará de Goianésia; Moisés Gomes Soares Filho,conhecido como Moises Águia, secretário municipal de finanças; Odir José Moraes Viana, empresário; Firmo Leite Giroux, ex-superintendente do IPASET (Instituto Previdenciário de Tucuruí); Andrey Fernandes Mateus, servidor público do IML.

Outros envolvidos no esquema criminoso também estão sendo investigados, segundo apuração do site Ver-o-Fato.

Nos próximos dias novos fatos reveladores virão a tona, afivelem os cintos e relaxem, pois muitos dos que se dizem “anjos de candura” vão conhecer as profundezas do inferno.

Texto: Paulo Jordão

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