Polícia
Civil deflagra operação contra o desvio de recursos públicos e corrupção em
Breu Branco
A
Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira, 17, a segunda fase da Operação
Burserina, para dar cumprimento a ordens judiciais de prisão preventiva nos
municípios de Breu Branco e Tucuruí, no sudeste paraense. Três pessoas foram
presas acusadas de associação criminosa responsável por um esquema de desvio de
dinheiro público, com mandados de prisão preventiva.
Iniciada
por volta de 6 horas, a operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão a
Defraudações Públicas (DRDP), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime
Organizado (DRCO). Foram presos, em Breu Branco e Tucuruí, os empresários
Wesley Luchi, Lindomar Miranda dos Santos e Odair José Moraes Viana, suspeitos
de integrar a associação criminosa para fraudar licitações. Eles já estão
recolhidos no Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT) à disposição da
Justiça.
Responsável
pela operação, o delegado Carlos Eduardo Vieira, titular da DRDP, explica que
as ordens judiciais, nesta segunda fase da operação, foram expedidas pelo juiz
Andrey Magalhães Barbosa. A operação policial contou com a participação de
policiais civis da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), da DRDP/DRCO e
equipes da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), da Superintendência Regional
do Lago de Tucuruí, Seccional Urbana de Tucuruí e Delegacia de Breu Branco.
O
esquema criminoso ocorria quando as empresas, em nome de "laranjas",
eram representadas por pessoas contratadas para atuar em procedimentos
licitatórios junto à administração pública. "Dessa forma, através de
ajuste prévio, ocorria a escolha fraudulentamente da empresa vencedora da
licitação, a qual era contratada pelo ente público com desvantagem para o
erário, culminando com o desvio de recursos públicos", explica Carlos
Eduardo Vieira.
Há
dez dias foi deflagrada a primeira fase da operação, que resultou, na ocasião,
no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e de seis mandados de
busca e apreensão em domicílios e órgãos públicos de Breu Branco. A partir das
provas coletadas na primeira fase, explica o policial, a Polícia Civil
encontrou novos indícios para apontar o envolvimento de mais três pessoas nos
crimes. Dessa forma, destaca o delegado, foram solicitadas as prisões
preventivas junto ao Poder Judiciário da região de Breu Branco.
Entenda
o caso
Iniciadas
há aproximadamente um ano, as investigações são resultantes da Operação Hades,
que foi realizada pela Divisão de Homicídios, no ano passado, para apurar a
morte do então prefeito de Breu Branco, Diego Kolling, crime ocorrido em 16 de
maio de 2017. Durante a investigação do homicídio, surgiram informações de
crimes relacionados a desvios de recursos públicos.
Assim,
a Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas, especializada em investigar
esse tipo de crime, foi acionada para iniciar a investigação para apontar a
autoria e materialidade de crimes contra a administração pública municipal em
Breu Branco. Durante as investigações, salienta o delegado Carlos Vieira, a
equipe da DRDP constatou que algumas empresas foram implantadas na cidade com
único objetivo de compor um quórum para instalação de licitação na Prefeitura de
Breu Branco, enquanto outras licitações previamente ajustadas garantiram a
vitória no certame licitatório para contratar com o ente público e fazer valer,
dessa forma, seus interesses econômicos.
Foram
presos, na primeira fase da operação Burserina, Ricardo José Peçanha Lauria,
Evanoel Almeida de Araújo e Neilton Carlos da Silva Sena. Um deles - Ricardo
Peçanha, mais conhecido na região como “Ricardo Chegado”- já estava no Presídio
de Tucuruí acusado da morte do prefeito Diego Kolling.
Enquanto
a Divisão de Homicídios realizava a Operação Hades, a equipe policial da DRDP
chegou a apreender material que revelava a atuação fraudulenta de Ricardo
Peçanha e participação de outros empresários, por meio das empresas MAK
Empreendimentos, Construções, DNR Construções e Atitude Empreendimentos.
O
delegado Carlos Vieira, titular da DRDP e presidente do inquérito policial,
solicitou à Justiça as medidas cautelares de prisão preventiva contra os
investigados. Em resposta, o delegado teve parecer favorável do promotor de
Justiça de Breu Branco, Francisco Charles Pacheco Teixeira, na decretação das
prisões expedidas pelo Poder Judiciário.
Para
o delegado, os resultados da segunda fase da operação irão direcionar a atuação
policial na continuidade das investigações para apontar outros envolvidos no
crime de desvio de recursos públicos e até na constatação de novos crimes e
instauração de novos inquéritos policiais.
Texto:
Walrimar
Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário