sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Polícia Civil deflagra operação contra o desvio de recursos públicos e corrupção em Breu Branco


Polícia Civil deflagra operação contra o desvio de recursos públicos e corrupção em Breu Branco

A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira, 17, a segunda fase da Operação Burserina, para dar cumprimento a ordens judiciais de prisão preventiva nos municípios de Breu Branco e Tucuruí, no sudeste paraense. Três pessoas foram presas acusadas de associação criminosa responsável por um esquema de desvio de dinheiro público, com mandados de prisão preventiva.

Iniciada por volta de 6 horas, a operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Foram presos, em Breu Branco e Tucuruí, os empresários Wesley Luchi, Lindomar Miranda dos Santos e Odair José Moraes Viana, suspeitos de integrar a associação criminosa para fraudar licitações. Eles já estão recolhidos no Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT) à disposição da Justiça.

Responsável pela operação, o delegado Carlos Eduardo Vieira, titular da DRDP, explica que as ordens judiciais, nesta segunda fase da operação, foram expedidas pelo juiz Andrey Magalhães Barbosa. A operação policial contou com a participação de policiais civis da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), da DRDP/DRCO e equipes da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), da Superintendência Regional do Lago de Tucuruí, Seccional Urbana de Tucuruí e Delegacia de Breu Branco.

O esquema criminoso ocorria quando as empresas, em nome de "laranjas", eram representadas por pessoas contratadas para atuar em procedimentos licitatórios junto à administração pública. "Dessa forma, através de ajuste prévio, ocorria a escolha fraudulentamente da empresa vencedora da licitação, a qual era contratada pelo ente público com desvantagem para o erário, culminando com o desvio de recursos públicos", explica Carlos Eduardo Vieira.

Há dez dias foi deflagrada a primeira fase da operação, que resultou, na ocasião, no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e de seis mandados de busca e apreensão em domicílios e órgãos públicos de Breu Branco. A partir das provas coletadas na primeira fase, explica o policial, a Polícia Civil encontrou novos indícios para apontar o envolvimento de mais três pessoas nos crimes. Dessa forma, destaca o delegado, foram solicitadas as prisões preventivas junto ao Poder Judiciário da região de Breu Branco.

Entenda o caso

Iniciadas há aproximadamente um ano, as investigações são resultantes da Operação Hades, que foi realizada pela Divisão de Homicídios, no ano passado, para apurar a morte do então prefeito de Breu Branco, Diego Kolling, crime ocorrido em 16 de maio de 2017. Durante a investigação do homicídio, surgiram informações de crimes relacionados a desvios de recursos públicos.

Assim, a Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas, especializada em investigar esse tipo de crime, foi acionada para iniciar a investigação para apontar a autoria e materialidade de crimes contra a administração pública municipal em Breu Branco. Durante as investigações, salienta o delegado Carlos Vieira, a equipe da DRDP constatou que algumas empresas foram implantadas na cidade com único objetivo de compor um quórum para instalação de licitação na Prefeitura de Breu Branco, enquanto outras licitações previamente ajustadas garantiram a vitória no certame licitatório para contratar com o ente público e fazer valer, dessa forma, seus interesses econômicos.

Foram presos, na primeira fase da operação Burserina, Ricardo José Peçanha Lauria, Evanoel Almeida de Araújo e Neilton Carlos da Silva Sena. Um deles - Ricardo Peçanha, mais conhecido na região como “Ricardo Chegado”- já estava no Presídio de Tucuruí acusado da morte do prefeito Diego Kolling.

Enquanto a Divisão de Homicídios realizava a Operação Hades, a equipe policial da DRDP chegou a apreender material que revelava a atuação fraudulenta de Ricardo Peçanha e participação de outros empresários, por meio das empresas MAK Empreendimentos, Construções, DNR Construções e Atitude Empreendimentos.

O delegado Carlos Vieira, titular da DRDP e presidente do inquérito policial, solicitou à Justiça as medidas cautelares de prisão preventiva contra os investigados. Em resposta, o delegado teve parecer favorável do promotor de Justiça de Breu Branco, Francisco Charles Pacheco Teixeira, na decretação das prisões expedidas pelo Poder Judiciário.

Para o delegado, os resultados da segunda fase da operação irão direcionar a atuação policial na continuidade das investigações para apontar outros envolvidos no crime de desvio de recursos públicos e até na constatação de novos crimes e instauração de novos inquéritos policiais.

Texto:
Walrimar Santos

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