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Cada vez mais o público
feminino vem conquistando espaços na sociedade, principalmente em ambientes -
antes - predominantemente masculinos. Com muita determinação e coragem, as
mulheres encaram novos desafios, deixando para trás quaisquer olhares preconceituosos
e de subestimação. Reconhecendo a relevância e astúcia das policiais penais,
em benefício da segurança das unidades penais, o Governo do Pará, por meio da
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), oferece
oportunidades para o engajamento e executa, com rigor, a busca pela igualdade
de gênero. Melry
Souza, da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), localizada no
Complexo Penitenciário de Santa Izabel, afirma que ser reconhecida pelo papel
profissional e tratada com igualdade, é um diferencial para as servidoras.
"A importância da mulher empoderada, da profissional, policial penal, é
de uma valia muito grande. Dá uma responsabilidade para a mulher polícia
penal, conseguir efetuar com êxito aquela - seja qual for - missão que foi
dada", afirma. Reflexo
do trabalho em prol de um ambiente de igualdade, a Seap, por meio da Escola
de Administração Penitenciária (EAP), garante a inserção das mulheres na
linha de frente no trabalho e ampliação das vagas para qualificação. Por
isso, a Seap tem se tornado paradigma na quebra de preconceito e humanização
do sistema prisional. Pela primeira vez na história, realizou um curso
voltado apenas para o público feminino e coordenado apenas por mulheres.
Técnica e habilidade, são as características das policias penais. Entre
as atividades, o maior destaque de confiança no trabalho, foi para a execução
da revista noturna, Comandada pelas participantes do curso, no Centro de
Reeducação Feminino (CRF) de Ananindeua, uma cadeia de grande porte. As policiais penais paraenses, foram as primeiras mulheres do Brasil a realizarem sozinhas, uma revista noturna. Atividade essa, de grande relevância para a segurança pública, pois garante a estabilidade do sistema 24 horas por dia, mantendo a disciplina dentro das unidades prisionais, obedecendo rigorosamente ao Manual de Procedimentos Operacionais da Seap. "Mulheres
à frente de ações, é um progresso relevante, não somente para o sistema
prisional, como para fora dele. A desconstrução da ideia, de que somente os
homens tem força e habilidades para controlar um sistema é um exercício
diário dentro dessa gestão, do qual não abro mão. Na nossa administração, as
mulheres estão no lugar que elas querem estar. ", afirma o Secretário de
Estado de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos. Qualificação No
I Curso de Intervenção Penitenciária Feminino (I CIPFEM), no Pará, encerrado
no último dia 22, mais 19 policiais penais femininas se tornaram aptas para
qualquer ação prisional, de forma técnica. Foram 15 dias de programação, com
disciplinas teóricas e práticas, para aperfeiçoamento das habilidades das
policiais penais. São técnicas de estratégias que devem ser aplicadas durante
possíveis crises, exigindo delas o pensamento lógico, a ação inteligente e
rápida para intervenções, defesa pessoal, escolta armada, combate a incêndio,
entre outras. O
curso marca uma nova trajetória no empoderamento das mulheres, dentro do
sistema penitenciário paraense, priorizando as peculiaridades e
especificidades desse público, o que representa 20% dos servidores
operacionais, que atuam dentro dos blocos carcerários e em operações
prisionais no Pará. O sistema prisional paraense possui atualmente, 1346
servidoras mulheres, destas, 588 são policiais penais e agentes
penitenciárias. Lotada
no Presídio Estadual Metropolitano II (PEM II), em Marituba, a policial
penal, Eliane Nunes Figueiredo, manifesta satisfação em participar da
primeira turma de um curso tão emancipador como o I CIPFEM. "Hoje, as
mulheres, igualmente aos homens, também executam atividades de alto risco e
que exige muita habilidade. As mudanças, você vê no sistema prisional agora,
depois de ter feito até uma revista noturna. Foi marcante.", comemora. Para
a participante Gisele do Nascimento, do CRF de Ananindeua "Mulheres
qualificadas para qualquer ação, devem acrescentar muito mais dentro da casa
penal, pois é importante a habilidade e preparo para lidar em todas as áreas
do sistema", afirma. Segundo ela, a Seap tem desempenhado uma função
brilhante nesse sentido. "Evidentemente nos superamos nesse percurso,
que foi um treinamento físico extremamente cansativo, mas muito proveitoso,
nos dando muito mais condições para executarmos melhor nosso trabalho. Eu
estou preparada pro que der e vier.", conclui. |
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