Marinalva da Cruz paciente em tratamento na Unacon, acompanhada do seu esposo Delcimar de Oliveira, juntos integraram-se a programação do Janeiro Branco na Unacon, em Tucuruí
Campanha destaca a necessidade de discutir o tema principalmente em tempo de pandemia junto aos pacientes em tratamento oncológico na Unacon/Tucuruí.
No mês da campanha do Janeiro Branco, O Instituto Diretrizes juntamente com o Hospital Regional de Tucuruí e a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Dr. Vítor Moutinho (Unacon), ampliou o debate, e realizou uma programação especial visando a importância dos cuidados com a saúde mental que vem sendo afetada em todo o mundo pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a psicóloga da Unacon - Tucuruí, Taynara dos Reis, o Janeiro Branco é uma ação importante para sensibilizar a população quanto à necessidade do cuidado e atenção para a saúde mental. Porém, ela destaca que essa atenção deve ser uma campanha contínua e não somente em janeiro. “Um fator agravante em 2020 e 2021 é que nesse período de pandemia, o isolamento social e o aumento da desigualdade são alguns dos fatores que facilitam o sofrimento psíquico”, explica.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial.
O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%). Em março de 2020, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) já advertia, em artigo internacional publicado no 'Brazilian Journal of Psychiatry', que a pandemia traria uma quarta onda relativa às doenças mentais.
Neste ano de 2021, essa foi a 8ª edição da campanha Janeiro Branco, com o lema “Todo Cuidado Conta”. A ação deste ano busca promover um pacto pela saúde mental em meio à pandemia da covid-19. A ideia da campanha foi criada em 2014, e faz alusão ao início do ano, considerando janeiro como uma “página em branco” para ser preenchida com novas metas, objetivando o bem-estar da saúde mental.
Saúde Mental X Pandemia - O cenário de pandemia acentuou o sofrimento psíquico na população provocado pelo isolamento decretado em função da pandemia. Fatores que influenciam o impacto psicossocial estão relacionados à magnitude da epidemia e ao grau de vulnerabilidade em que a pessoa se encontra no momento.
A Agência Nacional de Saúde - ANS advertiu, entretanto, que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças. A maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal. Reações comuns diante deste contexto englobam sentimento de impotência e desamparo perante os acontecimentos, solidão, irritabilidade, angústia, tristeza, raiva, salientou a Agência.
Tratamento na rede - A Unacon, oferece atendimento e assistência aos pacientes e seus acompanhantes desde o acolhimento em consultório e durante as sessões de quimioterapia, além do Hospital Regional de Tucuruí manter em pleno funcionamento uma ala exclusiva para tratamento psiquiátrico.
Os Centros de Atenção Psicossocial - Caps, são serviços especializados de saúde mental inseridos na comunidade e que funcionam de portas abertas, ou seja, não é necessário encaminhamento para ser acolhido. Atualmente a Secretaria Municipal de Saúde, conta com uma unidade do Caps, em funcionamento no bairro do Mangal, em Tucuruí.
Uma pessoa que apresente sofrimento psíquico, como depressão, ansiedade, pânico, delírios, faça uso de drogas e tenha pensamentos de suicídio, ela pode procurar o Caps de acordo com o tipo de serviço oferecido: transtorno, infantil ou uso de álcool e outras drogas, e dependendo da evolução do tratamento o Hospital Regional de Tucuruí mantêm em pleno funcionamento uma ala exclusiva para tratamento psiquiátrico.
Recomendações - Em caso de sofrimento intenso, a procura por ajuda especializada é primordial. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, se não for feita nenhuma intervenção específica para as reações e sintomas manifestados.
A própria mudança da rotina habitual contribui para o desencadeamento de reações e sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Há ainda maior probabilidade de ocorrência de distúrbios do sono, abuso de substâncias psicoativas e ideação suicida, além do agravamento de transtornos mentais preexistentes e exposição a situações de violência para pessoas que ficam expostas à presença de agressor no domicílio, especialmente mulheres.
A Fiocruz recomenda também que a pessoa mantenha ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas; evite o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções; busque um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional. Se a pessoa estiver trabalhando durante a pandemia, deve ficar atenta a suas necessidades básicas, garantindo pausas durante o trabalho e entre os turnos.
Atendimento especializado:
* Centro de Atenção Psicossocial – (Caps) – é um serviço público de saúde para pessoas de todas as idades e que apresentem sofrimento psíquico intenso decorrente de transtornos mentais graves e persistentes ou do uso de álcool e outras drogas.
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