População impediu sessão de Vereadores que daria um golpe na economia do município

WELLINGTON HUGLES

De Tucuruí

Foto: Wellington Hugles

A população tucuruiense através das entidades civis organizadas: MAB, Sinsmut, Lemt, Unest, Associações Comunitárias e entidades de classes, tomaram as galerias da Câmara de Tucuruí na manhã da última terça-feira (22), puxando palavras de ordem os presentes exigiram dos vereadores que marcassem uma audiência pública, para que fossem discutidos os projetos de vital importância para a economia do município nos próximos 4 anos, como o Plano Plurianual de Investimentos e Programas de Duração Continuada (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estão tramitando na casa de leis, bem como a discussão e aprovação de emendas a Lei do Orçamento Anual de 2014 (LOA) encaminhada para aprovação pelo prefeito Sancler Ferreira.

Antes mesmo da abertura oficial da sessão, que não ocorreu em função ao início das discussões proposta pelo líder do prefeito Sancler Ferreira na Câmara, o vereador José Vieira (PDT), em função a presença da liderança do MAB da região Roquevan Alves, que pediu a palavra para comunicar aos legisladores, que se não houvesse a compreensão dos parlamentares de realizarem audiências públicas para que a população tivesse o direito no entendimento e na participação com propostas para garantir investimentos em todas as camadas da sociedade e setores da administração municipal. Roquevan foi incisivo em afirmar que, “estamos em uma manifestação pacífica, mas, se não houver o interesse dos nossos vereadores que representam a população, radicalizaremos e não deixaremos a sessão ser realizada”.

Uma ampla discussão ocorreu entre as lideranças e os vereadores José Vieira (PDT) e Deley Santos (PPS), que de fato, a menos de um mês eram os lideres de um “grupo de dissidentes” que por falta de cumprimento dos acordos assumidos por Sancler com os vereadores da base aliada, estavam acordados para realizarem a cassação do atual prefeito reeleito Sancler Ferreira.

O vereador Deley Santos foi direto em afirmar, após ter sido ovacionado com muitas vaias, que a população que ali estava se manifestando, “com certeza tinham recebido certa educação do seu líder Roquevan, e que não se manifestariam novamente de forma ofensiva”, na verdade, se a população vem recebendo educação de um representante do povo, o Roquevan que agora tornou-se educador pelo vereador Deley, esta comprovado que o governo municipal não está cumprindo com o seu papel de garantir no mínimo educação, saúde e assistência social, o tripé principal de um governo, com isso, demostrando o caos imposto pelo governo Sancler, sem esquecer que atualmente a vice-prefeita Henilda Dias é esposa do vereador Deley Santos.

O vereador Deley também foi hostil aos questionamentos levantados pelo presidente da Liga Esportiva Wellington Hugles, que afirmou que qualquer discussão de pautas que levassem a onerar ainda mais a municipalidade, afeta diretamente o PPA, LDO, LOA principalmente o Projeto de Lei que instituiu a nova Estrutura Administrativa.

O líder do prefeito vereador José Vieira, ao ser indagado sobre o Concurso Público, afirmou que nossa população não está em condições educacional de passar no certame, sendo beneficiadas apenas as pessoas que virão de fora, por isso, tem que ser garantida a manutenção dos quase 4 mil contratados.

Se observarmos que o município comemorou e fez uma grande divulgação durante um mês inteiro, dizendo ter recebido o reconhecimento nacional de excelência no conceito educacional, porque a alegação do parlamentar Jose Vieira, em afirmar que por falta de uma preparação educacional, os moradores de Tucuruí serão prejudicados com a realização do concurso público.

Em seu pronunciamento o vereador José Vieira afirmou ainda que, “grupos descontentes” estavam tentando manobrar a população, para evitar a aprovação das leis que tratam do futuro da economia e da manutenção da cidade.

O vereador Vieira em diversas vezes afirmou que o vereador Bena Navegantes estava legislando em causa própria, e que, “outros interesse estavam por trás de sua revolta”.

O vereador Bena Navegantes falou que as menções do vereador Vieira em nada lhe deixaram a pensar que fosse para ele, até porque, segundo o vereador, se ele votar a favor do povo, mesmo tendo sua proposta derrotada, ele se sentira vencedor, por ter consciência que não estar traindo o povo que o elegeu.

O presidente da Câmara vereador Florival Nunes, que durante toda a discussão ficou observando as ações dos vereadores governistas, onde tanto o vereador Vieira como Deley, tomou a frente como “presidentes” da Câmara, e estavam tomando as rédeas e os encaminhamentos do andamento da reunião, esclareceu que, mesmo estando em pauta o Projeto de Lei do Executivo que trata da legalização da Estrutura Administrativa, que, diga-se de passagem, já está em execução desde o dia 1º de janeiro de 2013, sem a aprovação da Câmara de Vereadores, que inclusive, está onerando a municipalidade e aumentando em valores astronômicos a folha de pagamento da prefeitura, esclareceu que, e importante à participação popular, e que os vereadores não podem aprovar leis que venham a prejudicar o povo como foi a aprovação do Ipaset em março passado, que agora virou um imbróglio, e quem esta “pagando o pato” são os funcionários da prefeitura.

Como os manifestantes de forma pacífica já estavam ocupando além das galerias, a plenária da Câmara, o vereador Florival Nunes com o apoio dos 11 vereadores presentes, resolveu transferir a sessão ordinária que ocorreria nesta data para o dia 5 de novembro, e em atendimento aos questionamentos populares os vereadores de comum acordou aprovaram a realização de audiências públicas para o estudo, discussão e apresentação de emendas ao projeto originário do poder executivo o PPA, LDO e LOA, ficando preestabelecido o dia 4 de novembro as 9 h no Centro de Convenções de Tucuruí, a realização da primeira Audiência Pública, com a participação das entidades comunitárias, sociedade civil organizada as autoridades de todas as esferas do município.

Durante a discussão ficou definido pelos vereadores, que as emendas propostas e aprovadas durante a audiência pública organizada pela Câmara de Vereadores de Tucuruí serão apresentadas na sessão de análise e discussão, e aprovadas pelos parlamentares no PPA, LDO e LOA.

Com esta atitude, ficou comprovada a serenidade e o amadurecimento político democrático dos vereadores, que terão mais este voto de confiança no sentido de que façam valer os mandatos para os quais foram eleitos, legislando sim em prol da coletividade e não servindo apenas de meros leitores dos projetos encaminhados por Sancler aprovando-os na integra como manda o prefeito.

Graças a esta ação popular, os vereadores que hoje formam a base de sustentabilidade do prefeito Sancler Ferreira na Câmara, a saber: Dioney Tardinni, Daivison Freeway, João Pé-de-Ferro, Deley Santos, Cantão, Irmão Marajá e Jairo Holanda, comandados pelo líder José Viera, tiveram esta surpresa, haja vista, na última sessão os vereadores terem ameaçado que nesta sessão seria aprovada todas as leis encaminhadas pelo prefeito que estavam na Câmara, com ou sem a anuência do presidente Florival, isso porque, eles têm a maioria absoluta no parlamento.

Fragilizados, os vereadores que hoje estão de bem com o povo graças à defesa das propostas da coletividade, os vereadores Bena Navegantes, Florival Nunes, Peri, Dodô e Cleuton Marques, estão passando as maiores privações, por terem perdidos as regalias e o respeito, que lhe são direitos constitucionais como legisladores pela prefeitura de Tucuruí, haja vista, o prefeito Sancler Ferreira entender que os vereadores que lhe fazem oposição, têm que serem tratados no “chicote”.

A esperança da população, é que, “disparidades” e “tramoias” arquitetadas por Sancler, como a autorização de um empréstimo de R$ 31 milhões, a liberdade de que o prefeito possa manusear os valores e realizar remanejamento, bem como fazer novos empréstimos ou mesmo manusear os recursos das reservas de contingência, sem a necessidade de consulta aos vereadores, assim como, a destinação de valores astronômicos com a mídia do governo e para a manutenção de seu gabinete.

Tendo uma esperança e o voto de confiança de que sejam discutidos, e após apresentadas, aprovadas as emendas as leis, muito embora, o prefeito tendo a maioria dos vereadores que hoje forma o G-8, realizar uma “reviravolta” e no momento da votação esquecer o que foi dito e assinado, e votarem de acordo com a orientação do seu líder maior o prefeito Sancler Ferreira.

A população esta atenta a esta situação que nos próximos dias terá seu desdobramento e ficará vigilante para coibir mais uma traição à população, assim como os servidores que foram apunhalados e hoje estão sofrendo o descaso do poder público com a criação do Ipaset.