sábado, 25 de maio de 2013

Bebê de sete meses morre na UPA de Tucuruí




WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Os familiares da criança de sete meses R.D.C.L., estão revoltados pela perda súbita de seu bebê no final da manhã deste sábado (25). Segundo informações prestadas pela mãe Rosana Cassia Leite Cardoso, 19 anos, seu filho já vinha com um quadro de tosse há vários dias, sendo levado pela primeira vez a UPA no último dia 26 de março, e recebido atendimento pelo médico Luciano Alves de Oliveira, que solicitou o exame do RX do Tórax da criança e passou um medicamento para a tosse e febre.
Com o resultado do exame a mãe solicitou que o médico desse uma posição do que estava ocorrendo, sendo informado pelo médico que a criança estava normal e necessitava de umas sessões de aerossol.
No início do mês dia 7, a mãe retornou com o bebê até a UPA, sendo atendido pelo médico Marcelo A. C. Silva, que solicitou novamente o RX do Tórax da criança, e novamente passou medicamentos para a febre e tosse e a aplicação de inalação.
No dia 19, a criança de sete meses levou uma queda da cama de sua avó, ficando com um hematoma na testa, e as pressas, foi levada a UPA, estando à criança com uma hemorragia no ouvido. Na UPA, o menor foi atendido pelo mesmo médico Marcelo A. C. Silva, que requisitou encaminhamento para o Hospital Regional de Tucuruí, mesmo sendo questionada pela mãe a internação da criança, o médico apenas declarou que, “ele não precisava ficar no UPA”.
Ao procurar o Hospital Regional de Tucuruí – HRT, para ser atendida após o encaminhamento pela UPA, seu filho foi colocado em uma maca e nada de atendimento especializado foi realizado no bebê, sendo orientada a retornar para sua casa, e se houvesse alguma reação que se encaminhasse a UPA novamente.
Passado cinco dias, na sexta-feira (24), novamente teve início a peregrinação do bebê, sendo levado com uma altíssima febre a UPA, chegando ao local as 12 h, sendo atendida as 15 h, pelo médico Victor Paes, que examinou a criança, e segundo informações de sua mãe Rosana Cassia, mandou que fosse feita uma medicação injetável em seu filho, com Dipirona e DV.
Passado uma hora novamente do medicamento, foi conferida a febre da criança que ainda estava com 37,5 ºC, sendo orientado pelo médico nova dose de medicação, ficando a criança deitada no colo da mãe em um salão de espera de atendimento dentro do prédio da UPA.
Por volta das 22:40 h, Rosana foi novamente atendida e seu bebê teve sua temperatura avaliada, estabilizando naquele momento em 36 ºC, sendo orientada a ir para sua casa, Rosana ainda pediu que o bebê ficasse internado, haja vista, a alteração momentânea da febre, e em sua casa ela não teria assistência para a criança, segundo a mãe o médico informou que “lá só ficaria quem estivesse mesmo doente”.
Retornando para sua casa as 23 h, como estava chuviscando, tanto a mãe como o filho, apanhou todo o sereno da noite.
E ao chegar à casa, a criança já estava queimando em febre, sendo orientada na UPA se a febre voltasse ela daria dez gotas de Paracetamol para o bebê, tudo feito, a criança dormiu, e na manhã deste sábado até acordou animado e brincando.
A mãe informou que o bebê chegou a comer bem, após o almoçou colocou ele na rede para descansar, pouco antes do meio dia, seu irmão de criação chamou Rosana informando que o bebê estava chorando, foi quando ao ver o filho desfalecido dentro da rede, ele pegou a criança no colo, tomou um mototáxi e foi derradeiramente para a UPA, ao chegar lá, segundo afirma a mãe, seu filho ainda estava respirando, com os olhos piscando, e foi atendido por duas moças, que colocaram a criança no balão de oxigênio e começaram a fazer a massagem cardíaca para reanimá-lo.
Uma das atendentes solicitou que a outra chamasse com urgência o médico, sendo orientada que não tinha nenhum médico no prédio da UPA.
Por volta das 14 h, a mãe foi informada que tudo foi feito para tentar reanimar a criança de sete meses, mas, que o bebê já teria dado entrada na UPA sem vida.
A mãe revoltada acusou a todos de imprudência, haja vista, a criança ter ficado a te o fim da noite do dia anterior e ninguém quis internar o menor, e passado menos de 12 horas que saiu da UPA, chegou a óbito.
“Meu filho veio com vida e foi levado vivo para o atendimento dentro da UPA, mas, como não tinha médico na hora, meu filho morreu sem ter nenhuma assistência”.
Isso e uma vergonha, “uma cidade tão rica, onde toda hora estamos vendo obras e postos de saúde na televisão, mas, tudo fantasia de enganação a realidade e que quem e pobre está e ferrado, morrendo na minguá sofrendo sem nenhuma assistência médica nem hospitalar”, disparou a mãe.
Quero providências para elucidar a morte de meu filho, ele tinha sete meses, meu único filho, cheio de vida e saúde, e um futuro, sendo ceifada sua vida por imprudência dos atendentes e médicos, que há uma semana, “vem empurrando o caso do meu filho na barriga”.
Nem atestado de óbito foi dado, para que a mãe soubesse a causa morte do seu filho, o que foi fornecido foi um papel para que a funerária pudesse realizar o sepultamento do bebê.
Segundo a mãe, os atendentes disseram que a criança veio a óbito em função de “Derrame Craniano”, pelo hematoma na testa causado há cinco dias, devido a uma queda da cama.
A mãe rebate, e explica que ela trouce o menor para ser atendido no dia 19, se não fizeram o correto, a incompetência e imprudência não e dela.
A mãe esta irredutível exigindo a punição dos envolvido pela morte de seu filho, inclusive ela pediu o exame do IML, sendo orientada pela UPA que não seria necessário para este caso.
O velório da criança, esta ocorrendo na Rua Alcobaça, número 35, na avenida de ligação entre o bairro Terra Prometida e o Getat, a tristeza e a emoção esta tomando conta de todos em função de ser uma criança que era cheia de vida.
O seu sepultamento está marcado para as 9 h deste domingo 26, no cemitério público Jardim da Saudade.
Segundo informações colhidas pelos responsáveis pela funerária, quando há a morte fora do hospital e nos fins de semana, que segundo declarado pelos atendentes da UPA, que foi o caso da criança, o hospital fornece um atestado provisório para o sepultamento, mas, que não consta a causa morte, e na segunda-feira, será expedido o atestado de óbito constando todos os detalhes da criança e o motivo do óbito.
É fato que a menos de uma semana estivemos fazendo uma matéria onde a população reclamou da falta de medicamentos na UPA, para os pacientes, uma movimentação foi causada no prédio, que culminou com o acionamento da Polícia Militar para evitar um tumulto generalizado, desde as 10 h da manhã daquele dia, a população esperava pelo atendimento dos médicos, que se eximiam de realizar as consultas em função da falta total de medicamentos, que do foi resolvida 12 horas depois, as 22 h, com um empréstimo de medicamentos oriundo do Hospital Regional de Tucuruí.
Fatos como estes estão virando corriqueiros na cidade, em função a falência da saúde publica, com o sucateamento das unidades básicas e o fechamento do hospital municipal, além da transferência da maternidade municipal para dentro do HRT a quase três nãos.
Neste caso, só resta à população vir atrás de atendimento na UPA uma unidade construída pelo governo Dilma Rouseff, e que atende a toda a atenção básica dos mais de 100 mil habitantes de Tucuruí.
É fato, que Tucuruí hoje e um dos municípios do estado que vem recebendo mensalmente um volume financeiro para a saúde que causa inveja a muitos municípios de maior porte do estado, só não sabemos, para onde esta sendo canalizados estes recursos, por que, para o atendimento da saúde da população não esta chegando, e agora, a população esta sem condições de levar seus entes queridos no momento que precisam salvar suas vidas com urgência.
Não estamos longe de um colapso total na saúde de Tucuruí, ou seja, só falta o anúncio “Aqui jaz a saúde de um povo”, porque já esta efetivamente constatada a morte da saúde em nossa cidade.

Um comentário:

  1. Gostaria de saber o porque de não ter sido feito uma tomografia na criança quando a mesma esteve no Hospital Regional??? Aconselho que seja realizada uma necropsia no iml para levantamento da Causa da Morte.

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