WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Após as
inúmeras denúncias de insalubridade do local, e a possibilidade da contaminação
da carne fornecida pelo abatedouro público de Tucuruí, a Agência de Defesa Agropecuária
do Estado do Pará - Adepará, tomou a iniciativa de realizar uma reunião na
Câmara de Vereadores para tentar equacionar a real situação do matadouro, que
segundo os coordenadores da Agência em Tucuruí, estava fechado de fato e de
direito pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará desde o mês de Maio de 2011, seu
funcionando após este período estava ocorrendo de forma clandestina.
Na pauta da
audiência pública, as condições estruturais, higiênico-sanitária e qualidade do
serviço de abate de bovinos no Matadouro Municipal de Tucuruí.
Adepará realizou explanação na audiência pública com os vereadores e a sociedade tucuruiense
Uma das
medidas paliativas e emergências proposta pela Adepará de Tucuruí, foi à
limpeza geral do local, para tentar dar condições de higiene no abate bovino,
ação que foi realizada e contou com apoio e a presença de dezenas de pessoas na
lavagem das dependências do abatedouro.
Equipe da Adepará, Vereadores de Tucuruí e populares realizaram a limpeza e lavagem do prédio do matadouro
A priori, a
ideia da Adepará era que o abatedouro funcionasse de forma provisória em alguns
dias da semana, até que a Prefeitura de Tucuruí desse início a construção do
abatedouro e o frigorifico da cidade.
Outro
episódio que foi definitivo ao fechamento do abatedouro, foi à participação do
Secretario de Meio Ambiente do Pará, César Colares, na reunião do Conselho
Gestor da Área de Proteção Ambiental – APA do Lago da Usina de Tucuruí, realizada
no dia 9 de Março na Vila Permanente em Tucuruí. Onde na oportunidade o
secretário José Colares, foi perguntado qual a posição oficial da Sema com
referencia a situação de insalubridade do Matadouro Municipal de Tucuruí e pela
sua localização dentro da área da APA.
Colares
afirmou que o estado não seria conivente com esta situação que coloca em risco
a vida de toda a população consumidora desta carne distribuída pelo abatedouro,
e anunciou que não haveria outra saída a não ser o fechamento do local pela
Sema do Pará, até que outra providência seja tomada para a garantia da
prestação do serviço com qualidade. “O estado não pode ser conivente com esta
realidade de insalubridade do abatedouro de Tucuruí, por que, no final, serei
eu que comando a Sema que serei crucificado e acionado pelo MP ou pela Justiça
por estar tendo conhecimento da situação que coloca em risco a saúde de toda a
população e não tomar providências para proibir o funcionando do abatedouro,
inclusive dentro de uma área de APA”, declarou Colares.
Secretario de Meio Ambiente do Pará, César Colares, anunciou o fechamento do Abatedouro de Tucuruí no último dia 9 de Março na reunião do Conselho da APA em Tucuruí
É fato, que
para a Sema, desde maio de 2011 este abatedouro foi interditado pela equipe de
fiscalização, por não ter apresentado as mínimas condições para a prestação do
serviço de abate de bovinos, mas, não sabemos quem foi que autorizou a
reabertura do abatedouro, para a Sema o local funcionava de forma clandestina.
Mas, com a decisão do secretario Colares, o abatedouro seria definitivamente
interditado e lacrado para o funcionamento.
A Prefeitura
de Tucuruí, adiantou-se a determinação da Sema do estado, e através do Decreto
Nº 005/2013-GP, de 12 de Março de 2013, o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira,
decretou o fechamento do abatedouro municipal, pelo prazo de 30 dias, para a reforma
e melhorias da estrutura.
Placa anunciando o fechamento do Abatedouro Municipal e início das obras de reforma em 15 de Março de 2013 conforme determina Decreto Nº 005/2013
Passado quase
90 dias, as únicas obras realizadas no prédio do abatedouro foram a sua
demolição, estando o local abandonado e sem nenhuma movimentação que garanta a
previsão do início das obras de reformas ou sua conclusão.
Passado 90 dias as obras estão totalmente paralisadas e o local abandonado
É fato, que
com o decreto de fechamento oficial do abatedouro em 12 de Março, pelo prefeito
Sancler Ferreira, o local, para retornar a funcionar, teria que ter o alvará
para sua liberação de funcionamento pela Sema, que, não o fará, em função da
área onde esta localizado o matadouro público, está dentro de uma Área de Proteção Ambiental –
APA.
Com isso, a
solução da prefeitura de Tucuruí foi garantir o abastecimento de carne através
de frigoríficos, que estejam instalados em região livre da febre aftosa, neste
caso Marabá.
Área Livre –
Segundo informações dos açougueiros que estão comprando carne direto de um
frigorifico de Marabá, a prefeitura de Tucuruí suspendeu as obras de reforma do
matadouro da cidade, em função a possibilidade da liberação através do
Ministério da Agricultura, da Área II do estado, que encontra-se ainda em médio
risco de febre aftosa com vacinação, onde está incluso o munícipio de Breu
Branco e mais 90 municípios do Pará, além de uma parte das áreas territoriais
do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.
Com a
liberação da Área II, os marchantes da região, teriam a oportunidade de realizar
o abate de seus animais no município vizinho de Breu Branco e comercializar sua
produção em Tucuruí, diminuindo o custo e garantindo a higiene e o fornecimento
da carne com qualidade.
Diretrizes - Segundo
determinação do Ministério da Agricultura à Secretaria de Agricultura do Estado
do Pará, para a liberação da Área II, passar a livre da febre aftosa, o estado
tem que adequar-se a 29 condicionantes, dentre estas, está a aprovação e
implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração do Estado – PCCR, que
tramita para apreciação dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado
do Pará, e que até sua tramitação, aprovação e sanção do governador Simão
Jatene, poderá levar um bom tempo, e com
isso, a ideia da Prefeitura de Tucuruí de utilizar o frigorifico de Breu Branco
para dar suporte ao atendimento no fornecimento de carne, deverá esperar um
prazo bem longo, em consequência as obras de reforma do matadouro público e a
instalação do novo frigorifico, deverá ficar para o futuro.
É fato, que o
decreto do prefeito observa prazo e determina uma meta para a entrada em
funcionamento do matadouro, haja vista, que inúmeras famílias, que sobreviviam
do abate de bovinos naquele local, estão desempregadas, em função a falta de
comercialização de bucho, vísceras e etc.
Dezenas de trabalhadores que sobreviviam do funcionamento do matadouro, estiveram em reunião com os vereadores de Tucuruí para intermediaram uma solução junto a prefeitura para o retorno de suas atividades com o retorno do funcionamento do abatedouro público, haja vista, que uma cesta básica por mês não garante suas sobrevivências
No decreto, o
prefeito Sancler Ferreira, determinou que cada família fosse assistida com uma
cesta básica mensal até o término da reforma, como as obras encontram-se
paradas e sem data de início, com isso, a municipalidade assumirá até quando o
ônus com a manutenção destas famílias.
A equipe de
redação tentou por várias vezes contato com a assessoria de comunicação da PMT,
mas, até o fechamento desta edição não teve nenhum retorno.
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