O novo diretor do Hospital Regional de Tucuruí o médico Lourival Menezes Filho, nomeado no último dia 31 de janeiro
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Os servidores públicos lotados
no Hospital Regional de Tucuruí (HRT), realizaram na manhã desta quarta-feira
(26), uma manifestação de alerta mostrando as autoridades da Secretaria de
Estado de Saúde do Pará (Sespa), que se não houver acordo com a liberação dos pagamentos
da Gratificação de Desempenho Institucional, a GDI, que estão atrasadas desde o
mês de outubro de 2013, e que até hoje não foram repassados os valores do 4º trimestre,
culminando ainda com o acumulo já do repasse do 1º trimestre de 2014, o atendimento
no Hospital Regional de Tucuruí vai parar.
O Sindicato dos Trabalhadores
em Saúde do Estado do Pará (Sindsaúde), através de seu Núcleo em Tucuruí,
mobilizou os funcionários de todos os setores do HRT, para cruzarem os braços
na manhã desta quarta-feira (26), em manifestação de alerta a paralisação que poderá
ser deflagrada nesta quinta-feira (27). Durante a manifestação foi lido o expediente
protocolado junto à direção do HRT no dia 21, esclarecendo que o Sindsaúde estaria
disponibilizando um prazo de 72 h, para que houvesse uma manifestação por parte
do Governo na intenção de viabilizar os repasses dos valores atrasados da GDI.
Ao ser procurada a direção do
HRT informou que na tarde desta quarta-feira (26), será realizada uma reunião
com a representante do Setor Administrativo da Secretaria de Estado de Saúde do
Pará (Sespa), onde será analisada a pauta apresentada pelos manifestantes.
Segundo o novo diretor do Hospital
Regional de Tucuruí o médico Lourival Menezes Filho, nomeado no último dia 31
de janeiro, “o HRT não tem poder de gestão para a liberação dos pagamentos das
GDI’s, sendo de inteira responsabilidade da direção da Sespa”, inclusive ele próprio
como médico e favorável ao movimento, que luta de forma democrática pelo direito
adquirido após longo período de trabalho que é a GDI.
Lourival Filho informou ainda,
que na tarde desta quarta-feira (26), a Diretora de Administração dos Hospitais
Regionais do Estado Dra. Rita Facundo, estaria chegando a Tucuruí para participar
de uma reunião com a Comissão dos Servidores, encabeçada pelo Sindsaúde.
O diretor ao ser indagado pelo
prazo estipulado pelos servidores que expira ao meio-dia desta quinta-feira
(27), onde dependendo da decisão na reunião com a Sespa, os servidores poderão
deflagrar a paralisação no HRT, o médico Lourival Filho, foi incisivo em
destacar que “o HRT trabalha na garantia do socorro aos pacientes que chegam
com risco de vida, com isso, os serviços de prioridade, como urgência e emergência
terão que ser garantidos, pois o funcionário que se recusar ao atendimento
corre o risco das sanções penais”, mas segundo o manifesto protocolado na direção
do HRT os servidores estarão mantendo 35% dos do total dos funcionários lotados
no hospital, garantindo o funcionamento dos setores prioritários.
Denuncias - Os sindicalistas aproveitaram
a manifestação para realizarem outras denuncias, como por exemplo, os recursos
pactuados pelos sete municípios do entorno do Lago da Hidrelétrica de Tucuruí, estão
sendo utilizados de forma “obscura”, e que não atendem as demandas do
funcionamento do hospital, que é referência em média e alta complexidade na
região, com isso, a estrutura física sem manutenção, está colocando em risco os
pacientes e servidores, é o cumulo os leitos não terem sequer um lençol.
Diversos ambulatórios, o refeitório
e até o local da UTI estão sofrendo infiltrações, “temos salas dentro do HRT
que com a chuva intensa deste período, diariamente desce uma cachoeira de água do
telhado, sendo impossível realizarmos nossas atividades”, afirmou Paulo Gonçalves
Coordenador do Núcleo do Sindsaúde em Tucuruí.
Contratações Irregulares - Os mais
de 500 funcionários que trabalham no HRT, em uma grande parte foram contratados
para prestação de serviços através dos recursos oriundos do Sistema Integrado
de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM), com isso, inviabilizando
a convocação das pessoas aprovados nos concursos públicos, e que não são
chamados em função a este “cabide de empregos” pagos de forma irregular através
do Siafem como prestadores de serviços.
É fato, que estes recursos do Siafem
são direcionados para que a administração do HRT realize a aquisição de
medicamentos, alimentos, equipamentos hospitalares e matérias para a excelência
no atendimento aos pacientes, mas, que em sua totalidade é utilizado para o
pagamento de funcionários prestadores de serviços e assessores da direção do
HRT. Sendo uma irregularidade sujeita a sanção penal pela Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Reunião – No final da tarde
teve início a reunião com a direção do HRT que pela ausência da Diretora de Administração
dos Hospitais Regionais do Estado Dra. Rita Facundo que não chegou a Tucuruí,
uma assessora da Sespa Cleide Elma Pereira Ribeiro que está em Tucuruí para visita
técnica com vistas a instalação da Unacom, atendeu a Comissão do Sindsaúde,
mas, restringiu a presença da imprensa, e até o fechamento desta edição não foi
encerrada.
Ministério Público – No mesmo
tempo que estava ocorrendo à reunião no HRT, o Coordenador do Sindsaúde em
Tucuruí Paulo Gonçalves esteve na Promotoria de Justiça de Tucuruí do Ministério
Público do Estado do Pará, protocolando o comunicado que na manhã desta quinta-feira
(27), a classe dos servidores do HRT estará deflagrando através do Sindsaúde uma
paralisação no atendimento no HRT, priorizando apenas a urgência e emergência, ficando
definido que o retorno às atividades só ocorrerá após os pagamentos das gratificações
atrasadas pelo Governo do Estado desde outubro de 2013.
Dependendo do desenrolar da
reunião que está ocorrendo no HRT, os servidores poderão paralisar as atividades
nesta quinta-feira (27), se a pauta dos manifestantes não for atendida e os
pagamentos das GDI’s não forem depositados nas contas dos servidores.
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