O natimorto João Vitor durante o velório
As marcas nos braços da parturiente, após a "sessão de tortura" e a morte de seu filho
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
O casal João Luiz Magalhães e
Querliane dos Santos procurou a equipe de jornalismo para denunciarem as
inúmeras irregularidades que estão ocorrendo dentro da Maternidade de
responsabilidade da Prefeitura de Tucuruí, que funciona há quase três anos
dentro de uma ala cedida temporariamente pela direção do Hospital Regional de Tucuruí,
para que neste período fosse realizada a reforma do prédio do Hospital
Municipal (antigo Sesp), e que mesmo após este período sequer foi aberta
licitação para as obras.
Segundo a parturiente
Querliane dos Santos, 29 anos, moradora da Rua Assis de Vasconcelos no bairro
da Matinha, em Tucuruí, sudeste do Pará, mãe de dois filhos, um que foi
concebido de parto normal e outro através de cirurgia cesariana, esclareceu que
nos últimos oito meses estava residindo no município de Marabá, onde realizou rigorosamente
seu pré-natal, com acompanhamento total da equipe médica, e que em função a sua
mãe morar em Tucuruí decidiu vir ter seu bebê próximo a assistência de sua
genitora, para cuidar de seu resguardo.
A preparação – Com exatamente
40 semanas de gestação, ou seja, 9 meses, a parturiente estava já nos dias para
dar a luz ao seu filho, passado três dias dos 9 meses, Querliane dos Santos, procurou
uma residência próximo a Rua Lauro Sodré onde funciona de forma precária e sem estrutura
o Posto de Saúde da Família da Matinha, que teve seu prédio próprio fechado a
mais de dois anos por motivo de reforma.
Ao conseguir ser atendida, a
enfermeira orientou que sua gestação estava normal, e que seu parto teria que
ser feito através de cirurgia cesariano.
Passado dois dias, Querliane começou
a sentir dores, e na noite do último dia 29 de janeiro teve início um
sangramento, foi quando decíduo procurar socorro na maternidade municipal no prédio
do Hospital Regional de Tucuruí (HRT) na Vila Permanente, distante 7 km do centro
da cidade, onde foi atendida pela primeiramente pela enfermeira Claudia, que
deu início aos procedimentos de trabalho de parto, com a análise da dilatação
do colo uterino.
Na mesma hora, a parturiente
Querliane dos Santos, informou que todo o seu pré-natal e a orientação médica
era para seu parto ser cesariano, mas recebeu a negativa, que os partos naquela
maternidade são feitos normais, só casos de grande gravidade e que são cesarianos.
Querliane dos Santos passou
mais de 12 horas sofrendo dores e sangrando, as 9 h da manhã da quinta-feira
(30), o desespero tomou conta das companheiras de enfermaria que também
aguardavam para dar a luz, quando começaram a questionar a forma que estava
sendo tratada a gestante, em função a manifestação de descontentamento
generalizado, as enfermeiras resolveram levar Querliane para a sala de parto,
mesmo observando que a mãe estava apenas com 8 centímetros de dilatação do
útero, onde o normal seria 10 centímetros, as enfermeiras plantonistas resolveram
sem a anuência e a presença da médica obstetra que estava de plantão Dra. Lana,
a iniciarem o procedimento de parto normal.
A gestante Querliane dos
Santos apelou e chegou a pedir pelo amor de Deus, que não fizessem aquilo,
porque seu parto não poderia ser normal e sim cesariano, uma enfermeira disse
textualmente “deixa de ser fraca, seu parto vai ser normal”, acabamos de ouvir
o coração de seu bebê, esta tudo bem com sua criança, já ele estará nos seus
braços.
Foram momentos tortura e dor,
que a gestante foi submetida, sem nenhuma defesa ou pedido de socorro, as
enfermeiras estavam obrigando a mulher a fazer força para colocar o bebê pra
fora, seus braços e barriga estão cheios de hematomas, mas tudo em vão, a mulher
apelava aos prantos, que seu filho tinha que nascer cesariano, através de cirurgia,
mas as enfermeiras que a gestante não sabe os nomes, tentaram a toda força
retirar o seu bebê, inclusive suas partes íntimas foram completamente rasgadas,
“eu senti as mãos das enfermeiras dentro do meu útero”, esclareceu Querliane.
Absurdo – Após quase uma hora que
as três enfermeiras tentavam o impossível, observaram a passagem de um
enfermeiro no corredor, sendo chamado para auxiliar no parto, sem terem mais o
que fazer, as enfermeiras pediram ao enfermeiro que subisse no peito da
paciente e empurrasse a barriga da gestante para baixo, para que de qualquer maneira
o bebê fosse cuspido para fora, mas o enfermeiro negou-se a participar daquele
parto e fazer este tipo de procedimento, saindo da sala de parto, as
enfermeiras já do desespero chegaram ao cúmulo de forçar o rompimento da bolsa
com um bisturi, tudo em vão, antes mesmo de Querliane desfalecer em função as
dores e o sangramento, as enfermeiras resolveram acionar a médica Lana, que ao
chegar ao local, ficou surpresa pela atitude negligente das enfermeiras, que
sem autorização ou mesmo acompanhamento, iniciou o procedimento de parto, e
mesmo com os muitos apelos da mãe gestante que apelava pela cesariana, tentaram
fazer um parto normal, sendo impossível o parto em função a criança estar sentada
no útero da mãe, sendo impossível o nascimento através de parto normal.
Imediatamente a médica tentou
ouvir o coração da criança, que já não batia mais, e em caráter de urgência
encaminhou Querliane dos Santos para a mesa de cirurgia para retirar através de
cirurgia cesariana a criança natimorto do ventre da mãe.
Desespero – Como a mãe
vivenciou toda a tortura contra ela e seu bebê, e viu sua criança ainda em seu
ventre ser morta, apela à justiça, e que as enfermeiras, sejam responsabilizadas
e punidas pela negligência cometida nos eu parto, inclusive que o Conselho de
Enfermagem investigue esta denúncia e cassem a licença destas profissionais “carniceiras”
e que mancham o trabalho dos grandes profissionais. Querliane dos Santos foi bastante
direta em esclarecer que a médica Lana não tem nenhuma culpa nestes procedimentos
e sim as enfermeiras que mesmo sendo orientados pela gestante que seu parto foi
trabalhado para ser cesariano, decidiram fazer normal, segundo a parturiente,
eles alegavam ser determinação da secretaria de saúde, que os partos da rede
básica de saúde têm que ser obrigatoriamente normais.
Após o fato ocorrido, as
outras pacientes mães que estavam em trabalho de parto, foram todas para
cirurgia cesariana, nenhuma após aquele episódio teve os procedimentos de parto
normal adotado, pelo menos enquanto a paciente estava internada.
Polícia - O pai João Luís
Magalhães ainda sofrendo pela perda de seu filho que se chamaria João Vitor
procurou a Seccional e Tucuruí e registrou ocorrência, pedindo que a polícia
investigasse os procedimentos “desumanos” adotados dentro do hospital
maternidade da prefeitura de Tucuruí, onde as mães procuram o local para dar a
luz aos seus filhos, e no local onde deveria funcionar uma maternidade as enfermeiras
estão transformando em um “matadouro público”.
O corpo da criança natimorto
João Vitor foi necropsiado pela equipe do IML, e após 30 dias será expedido
laudo das causas da morte.
A paciente Querliane dos
Santos denunciou ainda que a direção da maternidade proibiu que as gestantes tivessem
acompanhamento familiar, para que possam fazer estas “arbitrariedades” e fiquem
livres para cometerem estas “negligências”, segundo a paciente, as internas não
recebem alimentação, não tem material de higiene nos banheiros, as macas estão
todas sem colchões e lençóis, muitas das pacientes ficam jogadas no chão
completando o círculo de dilatação para serem levadas para a “tortura” no local
do parto, medidas tem que serem tomadas urgentes, não adianta o Ministério Público
do Estado e Federal fazerem visitas rotineiras, que as enfermeiras obrigam as
internas a não falarem nada, com risco de ficarem abandonadas com dores nas
macas da maternidade.
Providências tem que serem
tomadas pela gestão municipal e pelo diretor do Hospital regional de Tucuruí,
que também tem culpa pela cessão da ala do hospital do estado para alojar a
maternidade municipal, haja vista, avaliando os índices dos números de nascimentos
ocorridos no último ano, o índice de mortes já chega próximo a 30 % do número
de nascimentos, algo muito errado esta ocorrendo dentro da maternidade municipal
de Tucuruí.
A reportagem tentou por diversas
vezes contatos com a administração da Maternidade e não foi recebida, a direção
do Hospital Regional passa por modificações e não tem ninguém respondendo pelo
cargo, e até o fechamento desta edição não foi encontrado a escala com os nomes
das enfermeiras que estavam de plantão e foram denunciadas como suspeitas de
negligência no atendimento da parturiente.
ISSO É TERROR,MEU DEUS ATÉ ONDE ISSO VAI CHEGAR? CADE AS AUTORIDADES DESSA CIDADE? CHEGAR DE TANTAS MORTES POR NEGLIGÊNCIA MEDICA! MEU IRMÃO MORREU AI NO REGIONAL POR NEGLIGENCIA MEDICA TAMBÉM,ATÉ HOJE ESPERAMOS POR JUSTIÇA! VAMOS GRITA POR SOCORRO ISSO NÃO PODE MAIS CONTINUAR ASSIM!!
ResponderExcluiro ministerio publico passar por tec,de enfermagem e ver como os medicos agem, eles não querem trabalhar só querem receber os milhões e pronto, eles são muito preguiçosos e fica botando culpa nos enfermeiros.
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