WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Os mais de mil moradores do
residencial Vila Tocantins localizado entre os bairros do Getat e Nova
Conquista, em Tucuruí, sudeste paraense, desde o dia 30 de janeiro deflagraram
inúmeras manifestações de descontentamento contra a Caixa Econômica Federal,
que no ano de 1993, financiou a construção de 167 unidades habitacionais de 30
metros quadrados, a empresa ganhadora da licitação iniciou a construção da casa
e não as finalizou, abandonando todas inacabadas, passado três anos das casas
fechadas sem nenhum interessado na aquisição, haja vista, o tamanho da casa
inadequado e o valor exorbitante, a área onde algumas casas foram edificadas em
1992 pertencentes a Caixa, mas os moradores alegam que há época, foram
orientados a ocupar as casas e a área pela direção do banco após a construtora
ter abandonado a obra que era financiada pela CEF.
Com isso, a população resolveu
realizar a ocupação, passado 15 anos de moradia nas casas, que na grande
maioria foram totalmente remodeladas e ampliadas, a Caixa Econômica Federal,
através da Superintendência do Pará, resolveu unilateralmente colocar a venda
as 167 unidades habitacionais, que fazem parte do patrimônio do banco, mas em
nenhum momento ouviu, comunicou ou mesmo esclareceu aos atuais ocupantes das
unidades habitacionais, que na próxima segunda-feira (10), estaria ocorrendo o
leilão para venda direta aos interessados das casas, ora ocupadas pelos
moradores a mais de 15 anos.
É fato, que a Caixa está dentro
do que determina a lei, mas é importante esclarecer aos proponentes da aquisição
destas moradias, que terão a responsabilidade de judicialmente impetrarem ação
de despejo dos atuais ocupantes das casas, ou seja, a Caixa vai vender a casa,
tendo o lucro e os novos compradores terão a “do de cabeça” de tirar os ocupantes,
que alegam em suas defesas, terem seus direitos adquiridos aos longos destes 15
anos de moradia e todos os investimentos já efetuados com obras de ampliação e construção
das casas no local onde existia apenas uma pequena unidade de moradia, hoje o
bairro que foi habitado, comporta uma população de mais de mil habitantes, com
comércios, lojas e casas que atualmente estão avaliadas em mais de R$ 100 mil.
O vereador Cleuton Marques
(PR), que está dando orientação jurídica aos manifestantes, esclareceu que, “a
situação não é muito fácil de ser resolvida de imediato, mas é possível entrar
em acordo com o dono da área e evitar o despejo coletivo. Estou de posse do
processo e ainda não temos um posicionamento. O que sabemos é que há anos esse
problema vem se arrastando e mais de 1 mil pessoas podem perder tudo do dia
para a noite. E isso nós não podemos admitir. A questão é humanitária”.
A população desesperada
realizou diversas caminhadas pelo bairro, inclusive foram por duas vezes a prefeitura
da cidade em busca de apoio, mas receberam a orientação que o imbróglio teria que
ser resolvido através da Caixa Econômica, órgão do governo federal.
Em virtude a esta orientação,
foi provocada uma reunião da Comissão de Moradores da Vila Tocantins com a
Superintendência da Caixa, em Belém, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (5),
e após a explanação dos motivos que os moradores alegavam para suas
permanências nas suas moradias, propondo ainda a ampliação do programa “Minha
Casa Minha Vida” como forma compensatória para a quitação dos terrenos que
estão edificadas as residências das 167 famílias, mas a determinação da Superintendência
da Caixa foi que não haverá possibilidades de composição e nem da revogação do
leilão que ocorrerá no dia 10, e que os novos proprietários após a assinatura
dos contratos já poderão acionar a justiça para impetrar ação de despejo dos
atuais moradores para que possam ocupar o patrimônio adquirido de forma legal.
A comissão que teve o reforço
com a participação do Engenheiro Midson César, retornou a Tucuruí e procuraram o
Ministério Público Federal, para que pudesse intermediar medidas salutares ao
impasse entre a Caixa e as 167 familiares de baixa renda que morar a mais de 15
anos no residencial Vila Tocantins, segundo os manifestantes, será questão de analise,
para que o Procurador Federal tome uma posição.
Ocupação – Por volta das 14 h
desta quinta-feira (6), desesperados com a ameaça da perda de seus tetos, mais
de 200 moradores resolveram ocupar de forma pacifica o saguão onde ficam localizados
os caixas eletrônicos da agência da Caixa de Tucuruí, e prometem só desocuparem
a agência, com uma decisão que atenda aos moradores do bairro com a suspensão
do leilão e a abertura de uma mesa de negociação para que a população possa ser
ouvida.
Suely Santos Viana, 57 anos,
moradora há 18 anos na Vila Tocantins, desabafa dizendo “votamos no Lula, na
Dilma por entendermos que o povo tem voz e vez, agora, como é que o povo da
Caixa não quer ouvir e nem negociar com a população, será que é por que somos
pobres, mas são os mais humildes que pagam suas contas em dias”.
A Superintendência da Caixa
acionou a comissão de moradores por volta das 17 h, para uma reunião na agência
de Tucuruí, e anunciou a suspensão do leilão por tempo indeterminado, condicionando
que fosse liberada a agência pelos manifestantes, na manhã desta sexta-feira
(7), será realizada uma reunião com a comissão dos moradores e a Caixa em
Marabá.
finalmente um jornalista de coragem! Wellington veja a possibilidade de aumentar a audiência
ResponderExcluirdessa noticia pra ver se chega mais longe possível pra termos resposta masi breve