WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto/Filmagem: Wellington
Hugles
A cidade de Tucuruí,
localizada no sudeste paraense, com uma população que ultrapassa os 100 mil habitantes,
segundo o Censo de 2010, ostenta a posição de quinta maior cidade do estado em
arrecadação financeira, beirando os quase R$ 17 milhões ao mês, sendo ainda o
responsável pela gestão pactuada dos municípios do entorno do lago de Tucuruí,
totalizando 7 municípios, recebendo mensalmente volumas quantias de recursos do
governo federal e estadual para a saúde, além de ter alocado no Orçamento de
2014 o total de R$ 63 milhões para a manutenção da saúde básica de seus munícipes,
e mesmo assim, o município passa pela maior crise no setor da saúde em toda a
sua história, desde sua emancipação político administrativa em 1948.
Nos últimos cinco anos, a saúde
municipal entrou em um colapso irreversível, culminando com a desaprovação das
prestações de contas do governo municipal, desde o ano de 2009 até hoje, sendo rejeitado
por unanimidade dos membros do Conselho Municipal de Saúde, órgão fiscalizador
da aplicação dos recursos, sendo identificadas inúmeras irregularidades, que já
foram denunciadas ao Ministério da Saúde, e que substanciaram processos administrativos
com recomendações de restituição dos recursos utilizados de forma irregular aos
cofres públicos.
O Hospital Municipal da cidade
foi fechado em 2010, para reformas que nunca foi licitada. A Maternidade Municipal
foi transferida para dentro de uma ala do Hospital Regional de Tucuruí responsável
pelo atendimento de média e alta complexidade, pelo período de 90 dias, e já
entrou em seu quarto ano dentro do HRT, trazendo transtornos irreversíveis ao
bom andamento do hospital estadual.
Os Postos de Saúde da Família
(PSF) nos bairros, na sua grande maioria entraram em reformas, e passado três
anos, não voltaram a funcionar, por falta de recursos para o pagamento dos
empreiteiros.
E como diz um famoso ditado
popular, “tudo que esta ruim, só tende a piorar”, os últimos acontecimentos no atendimento
emergencial aos pacientes, que necessitam de socorro urgente através das
ambulâncias do 192 da prefeitura, está um caos generalizado, nos últimos dias,
uma ambulância que transportava um paciente para o HRT, quebrou no meio da
viagem na BR 422, foi necessário passar o enfermo para um veículo particular que
passava pelo local para completar o socorro.
Transporte clandestino - Novamente
uma situação de desgoverno envolvendo o serviço de ambulância foi registrada na
noite desta segunda-feira (10), dois pacientes que estavam internados no
Hospital Regional de Tucuruí há dias, e necessitavam ser transferidos para clínicas
especializadas da capital, uma senhora que está com pedras na vesícula e uma
criança de apenas 2 anos, que teve a confirmação que está com leucemia aguda,
necessitavam serem transportados com urgência para Belém, onde vão tentar as
filas nas portas dos hospitais para seus atendimentos, haja vista, não terem a
confirmação de internação através da regulação do estado.
Como o Hospital Regional de
Tucuruí se eximiu da responsabilidade do transporte dos pacientes, por não ter
mais nenhuma ambulância, que também foram sucateadas e encontram-se nas oficinas
da cidade e em uma área de sucata da prefeitura, buscaram a responsabilidade da
prefeitura que recebe os recursos do Tratamento Fora de Domicilio (TFD), sendo
a obrigação da prefeitura a garantia do transporte dos pacientes para outras localidades.
Por volta das 20 h, uma ambulância
totalmente sucateada, que não tem as mínimas condições de realizar uma viagem
para Belém, chegou à porta do HRT para conduzir, em um só “frete”, os dois
pacientes, e o que é pior, sem os mínimos equipamentos obrigatórios em seu
interior, contando apenas com colchões jogados na carroceria do furgão.
Como os dois pacientes estavam
em tratamento especializado, os medicamentos tinham que serem feitos dentro dos
horários prescritos pelos médicos, mas a prefeitura não disponibilizou um
enfermeiro para acompanhar os pacientes e fazer a medicação.
A equipe médica do HRT não
liberou os pacientes sem a presença de um enfermeiro para seguir viagem, só por
volta das 22 h, chegou uma enfermeira para acompanhar os enfermos durante a
viagem.
A sucateada ambulância saiu de
Tucuruí distante 400 km de Belém para levar os dois pacientes com a graça e a
proteção de Deus.
Esta é a situação de caos que atravessa
a saúde pública em Tucuruí, dentro de um furgão, sem nenhuma ventilação viajou cinco
pessoas deitadas no chão, inclusive, a porta traseira da ambulância é fechada
com uma corda amarrada, e para piorar o veículo de placas JUV 0153, está atrasado
com sua documentação junto ao Detran, desde o ano de 2010, mas mesmo assim o Secretário
de Saúde de Tucuruí Charles Tocantins, autorizou o veículo para este “frete
lotação” a capital, colocando em risco os pacientes, seus acompanhantes, a
enfermeira e o motorista, haja vista, a ambulância não esta em condições de tráfego
por questões mecânicas e por falta de documentação legal.
Esta é a triste realidade
vivenciada pela população da cidade da energia, que mesmo com milhões de reais
que entram nos cofres da prefeitura, ficam a mercê de seus governantes que nada
fazem em prol da saúde da população que confiou seu voto nas últimas eleições.
Os pacientes chegaram a Belém
por volta das 5 h da manhã desta terça-feira (11), a paciente que necessitava
de cirurgia das pedras na vesícula, foi deixa na porta do Pronto Socorro da 14
de Março, mesmo sabendo que os anestesistas estavam paralisados, para tentar a
sorte de ser atendida.
Lenilda Trindade Pinto,
juntamente com seus esposo e o filho de 2 anos, foram deixados na área da casa
de apoio no bairro do Guamá, que encontra-se em reforma desde o mês de novembro
do ano passado, e esta sem condições de receber pacientes, mas foram forçados a
ficarem ao relento com a criança enferma, haja vista, que o encaminhamento para
o Hemopa, de nada serviu, pois o Hospital de Tucuruí deveria ter encaminhado os
resultados dos exames originais juntamente com as lâminas para serem novamente
periciados, e se constatada que a criança está com leucemia providenciar o
internamento, em função disso, a família ficará aguardando a chegada de uma
lâmina que foi recuperada na clínica que realizou o exame, para poder ser
tomada as medidas necessária a internação da criança no Hospital de Referência
Ophyr Loiola. É fato, que em Tucuruí os responsáveis pela Saúde da população
apenas transferiram as responsabilidades dos dois pacientes para Belém, e que
dependendo do desempenho dos familiares os pacientes terão oportunidade de um
atendimento humanizado.
A reportagem tentou contato com
o Secretário Charles Tocantins e com sua equipe de trabalho, mas nenhuma
ligação foi atendida, foi acionada ainda a assessoria de comunicação do
prefeito Sancler Ferreira (PPS), que informou em função da prefeitura estar de
recesso administrativo desde o último dia 20 de dezembro até o dia 15 de fevereiro,
só após o retorno das atividades é que será encaminhada uma nota de esclarecimento
sobre este assunto.
A coordenação regional do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) informou que até o momento o telefone
do serviço de urgência 192, ainda está acoplado com o atendimento social do município,
e que está ambulância em evidência e de responsabilidade da Secretaria de Saúde
de Tucuruí, mas que futuramente o número 192 será exclusivo para atender a
regional do Samu de Tucuruí, que coordena o serviço de urgência dos municípios
de Tucuruí, Breu Branco, Goianésia do Pará, Tailândia, Novo Repartimento e
Jacundá.
E triste ver uma situação dessa. Pois quando nosso gestor municipal foi fazer os implantes de seus cabelos ele foi de avião, será se ele teria coragem de ir em uma ambulância dessa? caros companheiros de Tucuruí, só gostaria de pedir a todos vocês que lembre se quando nossos amigos políticos Tucuruienses verem em nossas casas pedirem nossos desvalorosos votos, que seja para eles ou para os da mesma panelinha. Pois nem todos os vereadores estão participando desse maravilhoso bolo, e sim apenas os que concordam com os descasos que esta acontecendo em nossa cidade, por parte de nossos políticos.
ResponderExcluirEnquanto são gastos mais de um milhão de reais em carnaval, o povo que precisa dos serviços públicos de saúde fica à mingua. Se essa corja de políticos safados e corruptos ou seus familiares necessitassem usar esses serviços, quem sabe esse quadro não mudaria?
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