Tucuruí e recordista nos atos
de extermínios de cachorros desde 2011 através do governo Sancler Ferreira
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Em virtude da ampla divulgação
do caso da matança de cães no município de Santa Cruz do Arari no arquipélago
do Marajó, pela grade imprensa da capital, e que tomou repercussão nacional.
O estado do Pará novamente
figura na imprensa nacional e nas redes sócias, chegando à repercussão negativa
a nível internacional pelos crimes cometidos contra animas irracionais através
de ações de pessoas aculturadas e racionais.
Com a denúncia do crime no
meio de imprensa da capital paraense, campanha nacional deflagrou-se nas redes
sócias em defesa dos animais, podendo o estado do Pará acabar como réu em um Tribunal
Internacional de Crimes Contra Animais.
Como se não bastasse os fatos
ocorridos e registrados na Ilha do Marajó, com a matança indiscriminada de cães
em Santa Cruz do Arari, e divulgado pela grande imprensa, relembramos que tal
situação já foi vivenciada no município de Tucuruí, no sudeste paraense,
distante 400 km de Belém, que também foi alvo de campanha de extermínio de
cachorros e gatos.
Infelizmente em função da
falta de uma ampla divulgação há época e em função a estratégia desenvolvida de
“abafa” nos meios de comunicação local que tinham contatos com a municipalidade
de mídia institucional, através da Prefeitura de Tucuruí autora da matança,
conseguiu anular a publicação das matérias nos grandes jornais de circulação
estadual, e nos principais canais de televisão, com isso, evitando um escândalo
de proporções incalculáveis em função das imagens chocantes, com a matança dos
cachorros e gatos da cidade de Tucuruí, tudo com o aval e a conivência do
prefeito da cidade Sancler Antônio Wanderley Ferreira (PPS).
A equipe de jornalismo do
Jornal de Tucuruí através do jornalista Wellington Hugles teve acesso ao canil
municipal de Tucuruí onde foram registradas diversas fotos, tudo após o
recebimento de um vídeo produzido por duas crianças, que na época inocentemente
entregaram ao seu professor, que o repassou, em 2011, ao ex-vereador Tom Bonfim
e a Wellington Hugles que passaram a realizar a divulgação. No canil os animais
eram amontoados em um local reservado e um cano de descarga de uma motocicleta,
era conectado a sala, e após mais de 10 minutos do motor ligado, liberando a
fumaça de dióxido de carbono no ambiente, os cachorros morriam por intoxicação,
no local observava-se fezes dos animais em função do desespero sofrido pelos
cachorros, sem poder sair do local até a morte.
Crime continuado – Na
denuncia, os animais depois de mortos, eram transportados e enterrados de forma
clandestina em um aterro sanitário, localizado na estrada Trans Bom Jesus,
distante a 1 km da rodovia Transcametá a altura do Km 4 próximo a entrada da
Casa de Detenção de Tucuruí.
Em face a repercussão da
matança desenfreada dos animais na cidade, e em coincidência a uma audiência
pública de prestação de contas no plenário da Câmara Municipal, o ex-vereador
Tom Bonfim oficializou a denúncia apresentando as fotos e a filmagem, e cobrou
providências e o fim da matança ao secretário de Saúde municipal, Charles
Tocantins, que disse que tomaria providências, e que checou, por várias vezes,
se o crime se repetira, tendo constatado que não, e que inclusive a responsável
pelo canil, na época, que no vídeo se identifica como veterinária Ana, foi
afastada da função.
Também declarou que o prefeito
Sancler Ferreira (PPS) tinha conhecimento do fato.
Nos últimos dias, diversas
denuncias foram feitas, sendo as mais recentes oriundas do município de
Jacareacanga, onde cães apreendidos pela Prefeitura nas ruas teriam sido
queimados vivos.
No município de Breu Branco que
tem como gestor Adimilson Mezzomo, a população desde o mês de março denuncia a
ação da ‘carrocinha’ comanda pela Prefeitura, que recolhe de forma indiscriminadamente
os cães nas ruas da cidade, e levam para um local esmo distante a vários quilômetros
da área urbana, onde os cachorros e gatos são depositados, sem as mínimas
condições de higiene e alimentação, ficando os animais sem o fornecimento de
água.
Com a saída dos agentes no
período noturno, os animais ficam desesperados com fome e sede fugindo do
local, ficando perambulando na estrada PA – 263, com isso, ficando expostos ao
risco de atropelamentos que são registrados ao longo do trecho, bem como na sua
grande maioria os animais ficam perdidos e morrem nas matas.
Até o momento ainda não
confirmamos, que além dos maus tratos aos animais a prefeitura de Breu Branco
também realize a matança dos animais, haja vista, a área que é colocada os cães
e gatos fica distante da cidade, sendo um local adequado para a prática da
aniquilação dos animais sem deixar nenhuma suspeita. Em nota, datada de 07 de
junho de 2013, a prefeitura de Tucuruí, esclareceu que a apreensão e eutanásia
de cães errantes há muito tempo vinham sendo práticas de Vigilância Sanitária,
amplamente difundidas e realizadas em todo país, tratando-se de procedimentos
legais, desde que suas técnicas fossem executadas de acordo com legislações
pertinentes do Conselho Federal de Medicina Veterinária, sendo imprescindíveis
para a promoção da saúde pública. Ressalta-se que, este Departamento de
Vigilância Sanitária sempre realizou tais procedimentos objetivando o
monitoramento das zoonoses, estando em conformidade com o estabelecido no
Código Sanitário e Epidemiológico do Município de Tucuruí.
Desde setembro de 2011 a
prática de captura e eutanásia não está sendo realizada por este Departamento
em virtude de manifestação contrária de grupos informais que se opuseram a tal
prática e desde essa época ocorreu a
desativação total do canil municipal. É
relevante enfatizar que, antes de ser interrompida, a eutanásia de cães
errantes estava sendo executada, por este departamento, segundo recomendações
vigentes, a quais estabelecem a utilização de anestésicos (dentre eles o
tiopental sódico ou propofol) e cloreto de potássio a 19,1%.
Enfatiza-se que no período em
que se a realizava a captura se fez necessário em virtude dos seguintes fatos:
1. Informações do Departamento de Vigilância Epidemiológica
indicavam a ocorrência de inúmeros casos de mordeduras provocadas por cães
errantes nos últimos anos: 2009 (533 agressões); 2010 (311 agressões); 2011
(363 agressões). Some-se a isto, outro prejuízo difícil de ser quantificado e
medido: o trauma psicológico destas pessoas agredidas por cães;
2. A suspensão pelo Ministério da Saúde das campanhas de
vacinação antirábica canina nos anos de 2010 e 2011 para controle da circulação
do vírus relacionado, em virtude de eventos adversos graves que ocorreram no
início da campanha de 2010;
3. Presença constante nos meios de comunicação de munícipes
solicitando a realização destas atividades, em virtude dos transtornos causados
por estes animais em vias públicas.
Desde a suspensão dos serviços
de captura, a Prefeitura Municipal de Tucuruí, através da Secretaria Municipal
de Saúde estuda a viabilidade técnica e econômica para a adoção de medidas mais
humanizadas para o tratamento ideal de cães errantes, dentre elas, a instalação
de um canil municipal que possua a finalidade de tratar e ofertar à comunidade,
através da adoção, os cães errantes assistidos, além da castração dos mesmos.
Neste contexto, foi aprovada
no mês de maio de 2013 pela gestão municipal a instalação de um canil municipal
com os serviços os de captura humanizada, vacinação, incentivo a adoção,
castração e acompanhamento das enfermidades possíveis de serem tratadas,
somente serão eutanasiados os casos comprovados de raiva animal e leishmaniose
tegumentar confirmados, assina a nota o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira.
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