Oziel Ferreira Souza juntamente com sua esposa enlutada Zena Cunha
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Arquivo pessoal
O paciente Oziel Ferreira
Souza, 61 anos, que estava internado desde o último dia 30 de abril no Hospital
Regional de Tucuruí, sudeste paraense, morreu por volta das 6 h da manhã desta
segunda-feira (5), segundo sua esposa Zena Cunha, seu quadro clínico foi
diagnosticado como insuficiência renal, mas sua permanência foi obrigatória no
Hospital Regional de Tucuruí, em função a falta de retaguarda para o atendimento
emergencial para este procedimento.
O quadro clínico de Oziel
Souza necessitava de tratamento urgente de hemodiálise, mas em função a
regulação ambulatorial da Secretaria de Saúde do Estado, para estes casos,
serem feitas apenas durante os dias de semana, o paciente foi obrigado a ficar aguardando
para que fosse providenciada uma vaga em um hospital que tenha este tratamento em
Belém ou Marabá, que mesmo com os contatos realizados pela equipe do Regional de
Tucuruí, não havia possibilidade de nenhuma vaga, sendo disponibilizada apenas vaga
no Hospital em Ulianópolis, mas em função a burocracia imposta pela Secretaria
de Saúde do Estado, o paciente não aguentou a demora e foi a óbito na manhã
desta segunda-feira (5).
Segundo a direção do Hospital
Regional, a vaga para o paciente Oziel Souza estava em tramitação, e nesta
segunda-feira seria feita a transferência do paciente para a Clínica Especializada
em Hemodiálise no município de Ulianópolis.
O fato é que a família denuncia
descaso do sistema de saúde do estado, que faz pouco caso com a fragilidade da saúde
dos pacientes.
Segundo Zena Cunha, ela fez
diversas investidas junto à direção do Hospital Regional em Tucuruí, que sempre
informava que nos finais de semana não poderiam fazer a transferência, tudo em função
a falta de leitos para este tratamento na rede de saúde do estado, inclusive, afirmaram
que as únicas transferências que podem ser feiras em feriados e dias de final
de semana são para pacientes que estejam internados em UTI, como o caso do paciente
Oziel Souza não existe retaguarda de urgência, por se tratar de insuficiência
renal, o hospital nada poderia fazer, a não ser aguardar, mas nesta luta
contra o tempo quem levou a pior foi o paciente.
A esposa enlutada chora a dor
da perda de seu marido, e desabafa questionando as autoridades, “quantos maridos,
filhos e pais terão que morrer por falta de atendimento do governo, apenas por
não estarem em uma UTI, mas com seus quadros clínicos com complicações, podendo morrer a
qualquer momento”.
O que causa estranheza à população
de Tucuruí e região, é que passado um ano da visita do governador Simão Jatene
em Tucuruí, no mês de abril de 2013, quando anunciou que inauguraria a Unidade
de Oncologia de Tucuruí (Unacon) no mês de novembro de 2013, juntamente com a
Clínica de Hemodiálise do Hospital Regional de Tucuruí com 10 cadeiras para
tratamento dos pacientes de insuficiência renal da região.
Mas, passado este período tudo
ficou apenas nas promessas, caindo no esquecimento do governador que não entregou
nem a Unacon que já estão com suas obras concluídas e seus equipamentos instalados, inclusive o acelerador nuclear, muito menos as 10 cadeiras para Hemodiálise.
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