A caminhonete alugada pela prefeitura de Goianésia do Pará para a Polícia Militar empurrar pelas ruas da cidade
Eu vejo a segurança esta excelente
Entrega dos veículos pelo governador Simão Jatene em 2011 locados da Delta Construções
Enquanto isso, em outro Pará
da mídia de televisão, governador Simão Jatene pagou R$ 10 milhões de locação
de veículos à empresa de Cachoeira em 2013
WELLINGTON HUGLES
De Goianésia do Pará
Foto: Wellington Hugles
No ano de 2011, o governador
paraense Simão Jatene esteve no município de Tucuruí no dia 23 de setembro, e
entre outras ações, realizou a entrega de 21 viaturas para o IML, Polícia Civil
e Polícia Militar dos municípios de Tucuruí, Jacundá, Tailândia, Novo
Repartimento, Goianésia do Pará, Breu Branco e Pacajá.
O Policiamento Militar de Goianésia
do Pará recebeu uma viatura, que foi entregue por Jatene, naquela ocasião, sendo
um veículo de locação pertencente à empresa Delta Construções.
Sem policiamento – O município
de Goianésia do Pará, cortado pela PA 150, transformada em Rodovia Municipal Paulo
Fonteles, distante da capital Belém, cerca de 320 km, com uma população
estimada em 2012 de 35.299 habitantes em uma área de mais de 7 mil km², esta passando por uma crise na segurança
pública de seus munícipes, já passa de três meses, a falta de viatura para a
Polícia Militar de Goianésia do Pará, que precariamente está trabalhando com um
veículo disponibilizado pela Prefeitura local, para a realização de rondas e os
serviços de policiamento em toda a cidade, é fato, que a prefeitura contribuiu,
mas, há dois meses os policiais militares estão passando situações vexaminosas
pelas ruas da cidade, tendo que empurrar a caminhonete quase que diariamente,
haja vista, não mais possuir motor de arranque e estar em péssimas condições de
uso, e para piorar, desde o último sábado (13), a cidade esta entregue a ação
dos meliantes, pois se encontra sem policiamento rondante, haja vista, que a única
caminhonete cedida pela prefeitura, e que só rodava empurrada, agora ficou totalmente
enguiçada.
A população já estava
acostumada com a caminhonete ficar no prego nas ruas da cidade, e inclusive, ajudavam
os policias a empurra o carro, que só ficava estacionado em locais com caída para
que pudesse acionar o motor, quando por sorte funcionava.
Denuncias dão conta, que a caminhonete
L 200 de placas JUG 5122, oriundo do município de Tailândia, é locada pela
prefeitura de um “apadrinhado” do prefeito, e que sua fatura de aluguel mensal
é bem “pomposa”, mas, que não esta em condições de uso, por ser do ano de 2003,
e não vem passando sequer por uma manutenção mínima, colocando em risco de vida
os militares e a população nas ruas de Goianésia.
A população denúncia ainda,
que a situação de descaso esta generalizando o índice de assaltos e diversas outras
ações criminosas na cidade, a dona de Casa Silvia Lopes, 41 anos, destes, 20 anos
moradora de Goianésia, procurou a polícia militar para ser atendida após um
assalto, mas, recebeu a informação de que não teria viatura para atender ao
chamado, o serviço 190 apenas recebe as reclamações, ficando impossibilitado de
atender ao apelo do povo por falta de estrutura e viaturas.
Neste final de semana,
diversas denuncias foram feitas a Polícia Militar de Goianésia do Pará, mas,
nada pode ser feito sem o transporte, inclusive, neste domingo (14), houve a
denuncia de uma pessoa estar sofrendo cárcere privado e outra ação criminosa de
tentativa de homicídio, ficando sem atenção da PM que se encontra impossibilitada
de atendê-las.
Segundo informações, os policiais
militares fazem de todo o possível para dar à garantia a segurança aos moradores,
rondas de pés foram instituídas e até os próprios veículos particulares dos
militares são utilizados para atender os casos mais graves.
A maior preocupação da população
seria uma ação de assaltantes de bancos, segundo Lourival Furtado, 58 anos, comerciante,
morador da área central, esclarece “fico imaginando se os bandidos chegassem
aqui para roubar nossos bancos, como a polícia iria agir, sem poder sair do
quartel, por falta de viatura, isso é uma vergonha, ainda vem o prefeito “Russo”
dar uma de “bonzinho” e alugar uma sucata pelo “peso de ouro” para que os policiais
passem vexame aqui nas ruas”, cansei de ver nestes meses os policias com os
presos na caçamba da caminhonete ter que empurrar o veículo até a delegacia por
não estar funcionando. “Onde estar o governador que não faz nada pela nossa
população”, desabafou indignado o morador.
O interessante é que Jatene
elegeu-se governador fazendo duras críticas a um contrato celebrado no governo
anterior entre a empresa Delta e a Secretaria de Segurança no arrendamento de
450 carros para a Polícia Militar, ao custo de R$ 20 milhões.
Na campanha eleitoral, o
governador prometeu aos eleitores que iria cancelar o contrato porque este
seria ilegal. Eleito, porém, mal tomou posse no cargo e, além de não cancelar o
contrato, decidiu ampliá-lo por intermédio de termo aditivo, beneficiando a
Delta com mais R$ 17 milhões.
O Ministério Público Estadual
(MPE) e o Ministério Público Militar abriram procedimento investigatório para
apurar possível fraude no novo contrato. Enquanto não sai o resultado da
investigação, a Delta continua recebendo milhões do governo, como provam
liberações de R$ 5,7 milhões, por serviços realizados no primeiro semestre de
2013, que aparecem no portal Transparência Pará.
A empresa de Cachoeira também
já pôs as mãos em outros R$ 3,5 milhões, ainda em 2013, mas referentes a
exercícios anteriores. O portal revela também a existência de uma nota de
empenho, no valor de R$ 1 milhão, ainda não paga, com data de 2 de julho, para
cair na conta da Delta.
O total de liberações, como se
pode ver, somente nesse ano, já alcança R$ 10,2 milhões. Em 2012, a Delta foi
considerada inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU) e também proibida
de celebrar contratos com órgãos públicos da esfera federal. Isto deveria ser
válido também para o governo estadual, pelo menos moralmente, embora o fato não
tenha a menor importância para o governo tucano.
É desconhecido, nesse sentido,
qualquer pedido de explicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão cuja
obrigação é zelar pela boa aplicação do dinheiro recolhido na forma de impostos
pelos contribuintes.
Em contato com o comandante do
CPR IV Coronel Barata, ao tomar conhecimento da situação da falta de viatura em Goianésia do Pará, esclareceu que estaria entrando em contato com o comandante
de Goianésia do Pará, para tentar adequar-se com uma solução imediata e paliativa,
mas, confirmou que a região esta com precariedades de viaturas para a Polícia Militar,
informou que vai solicitar informações em caráter de urgência ao Comando Geral
da Polícia Militar do Pará, e averiguar qual o prazo que serão disponibilizados
os novos veículos para a região, “sabemos das precariedades do sistema, em
função a burocracia, mas, infelizmente os veículos são de vital importância para
a garantia da segurança da população, e só são disponibilizados através do Comando
Geral”.
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