Associação das Populações
Organizadas Vítimas das Obras no Rio Tocantins e Adjacências (APOVO) fechamento
da BR -422 Km 11 Vila dos Pescadores
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fechamento da BR - 422 Km 5 Sítio Deus é Grande
Com o fechamento em dois pontos da BR 422 Tucuruí está isolada do restante do estado
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Desde as 6 h da manhã desta
segunda-feira (1), os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB), fecharam a BR - 422, na altura do Km 5 na Vila Sítio Deus e Grande e os
integrantes da Associação das Populações Organizadas Vítimas das Obras no Rio
Tocantins e Adjacências (APOVO) também fecharam a BR - 422 no Km 11 na Vila dos
Pescadores no trevo de ligação de Tucuruí, Novo Repartimento e Breu Branco.
A movimentação nos dois pontos
de interdição e intensa, tanto os manifestantes ligados ao MAB como a APOVO,
exigem serem atendidos pelo prefeito Sancler Ferreira, para que ele atenda a
pauta de reivindicações da classe, bem como, com a direção da Eletronorte para
poderem acelerar as ações que estão em discussão com a estatal desde 1992, e
que até os dias atuais nunca foram atendidas.
APOVO - Na pauta defendida
pela APOVO, segundo informou seus coordenadores Ismael e Samuel Pereira, estão
as condicionantes a serem cumpridas pela Eletronorte antes da renovação da
Licença Ambiental e de Operação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que vence no
próximo sábado dia 06 de julho; encaminhamentos para o início do derrocamento e
dragagem da Hidrovia Araguaia e Tocantins; cumprimento das metas da criação do
Mosaico do Lago de Tucuruí, que desde 2004 foi disponibilizado recursos para
investimento de R$ 9,5 milhões, não chegando aos maiores interessados os
ribeirinhos; compensação as quase 400 famílias atingidas pelas obras da Usina
de Tucuruí, e que viviam unicamente da pesca no pé da barragem, e que hoje,
estão prejudicadas, e mesmo com a criação do Projeto Ipirá que solucionaria as
situações destas famílias, até o momento esta sendo ‘empurrado com a barriga’,
a APOVO exige ainda, que seja feita uma avaliação minuciosa, além da devida
prestação de contas dos recursos destinados ao Projeto Proset, que não atendeu
as seis cooperativas da região, mesmo tendo verba aprovada e que seria
destinada para o apoio e a logística dos expropriados, recursos na ordem de R$
39 milhões.
Sem combustível - A
manifestação foi engrossada com a participação dos moradores das Ilhas do Lago
e dos ribeirinhos e pescadores, que, com a denúncia na televisão, os vendedores
foram presos e fechados os pontos de venda clandestina de combustível na Vila
do Km 11, e que ficou prejudicado, foram os menos assistidos, que estão sem
condições de abastecer seus barcos e rabetas, bem como, com a compra de diesel
para o motor gerador de energia em suas ilhas, eles exigem também uma solução
do prefeito que instale um posto de combustível flutuante, para garantir aquela
população, meios para suas locomoções e a garantia de viverem em um local com a
mínima estrutura básica.
MAB - Na manifestação
comandada pelo MAB, segundo o coordenador do MAB Roquevan Alves, esta medida foi tomada pela
falta de compromisso do prefeito Sancler Ferreira, em atender o movimento e
analisar a pauta de reivindicações, que inclusive foi discutida de formada
democrática, na última sexta-feira 28, com a prefeita em exercício Henilda
Santos, a prefeita na ocasião estudou uma planilha para as possibilidades da
redução da tarifa do transporte coletivo dos atuais R$ 2,25 para R$ 2,10, mas,
que não foi dado encaminhamento, em função ao retorno imediato do prefeito
Sancler a Tucuruí, inclusive, Sancler orientou a prefeita em exercício que estas
decisões só poderiam ser tomadas por ele, e puxou para ele a responsabilidade
de discussão e atendimento da pauta.
Roquevan afirmou que o MAB não
deixou que os ônibus coletivos da cidade passassem pela barreira, com isso,
trazendo prejuízo à empresa e obrigando que a passagem seja reduzida pelo
gestor municipal, “a rodovia está fechada apenas para os ônibus de transportes
de passageiro da Viação Tucuruí”.
Na sexta-feira os movimentos
sócias resolveram suspender temporariamente a manifestação, e retornaram com
toda força neste início de julho, mas, de forma pacifica e consciente, pela
manhã no Sitio Deus e Grande na BR - 422, os veículos estavam passando
normalmente, com exceção dos ônibus da Viação Tucuruí, mas, como até o meio
dia, prazo dado ao prefeito Sancler para atender a comissão dos movimentos
sociais e do movimento popular Acorda Tucuruí não foi positivo, a rodovia foi
totalmente fechada tanto no Km 5 pelo MAB como no Km 11 pela APOVO.
Após muitas rodadas de
negociações, que teve a frente o comandante do CPR IV coronel Barata, entrou-se
em um consenso tanto os manifestantes do KM 11 como do Km 5, concordaram que
passado cada prazo de uma hora a rodovia é liberada por dez minutos.
Esta medida foi para acalmar
os ânimos de muitas pessoas que estavam em viagem e que queriam tentar passar
na barreira a força, e criando limosidade com as pessoas que estavam na
manifestação.
Segundo informações dos
dirigentes de ambas as barricadas, a direção da Eletronorte já havia acenado
com uma reunião na tarde desta segunda-feira (1), para estudar os
encaminhamentos de ambas as pautas dos dois movimentos em reuniões separadas
dos dirigentes da estatal com as lideranças de cada seguimento.
Até o fechamento desta edição
o prefeito Sancler Ferreira não havia dado nenhuma atenção ao pleito dos
manifestantes, apenas informando que, a partir de hoje, decretou o fechamento
da prefeitura de Tucuruí, para atendimento a população até o dia 16 de agosto,
com isso, encerrando qualquer canal democrático de entendimento com os movimentos
sociais e a população em geral, que comungam e defende a pauta dos
manifestantes, assim como a redução imediata do valor da passagem de R$ 2,25
para R$ 2,00, a quebra do monopólio da empresa Viação Tucuruí concedido por
Sancler por mais 23 anos no período pré-eleitoral, a convocação imediata de
Concurso Público e a prestação de contas dos mais de R$ 56 milhões dos
royalties.
Se o prefeito acha que vai
medir força com o povo, ele vai assumir a culpa da cidade ficar sitiada, e os
100 mil habitantes ficarem sem transporte coletivo pelo período que ele
endurecer na sua posição retrógrada e ditatorial, “sabemos que para ele não e
preocupante, ficar sem passar pela BR - 422, haja vista, ter avião a sua
disposição para sair da cidade a hora que quiser, mas, quem paga como sempre o
seu desgoverno é o povo, inclusive, sofrendo as consequências pelo único
projeto imposto, e que deu certo na sua gestão, que foi o empobrecimento da
cidade e de sua população, com isso, tendo os pais e mães de famílias, terem
que sair do município em busca das realizações de seus sonhos e a garantia da
sobrevivência de seus familiares”, disparou Roquevan.
A redação tentou contato com o
chefe de gabinete da prefeitura, e não teve nenhum retorno, em função ao
recesso iniciado hoje, de 45 dias de férias decretado por Sancler Ferreira.
parabéns ao povo de tucurui pela coragem .
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