segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sofrimento de gestante já ultrapassa 24 h por negligência em seu parto em Tucuruí


Leitos superlotados, sendo necessário que as gestantes fiquem sentadas nas cadeiras dos acompanhantes aguardando seu parto

WELLINGTON HUGLES 
De Tucuruí
A paciente Betina Valente, de 20 anos, esta a mais de 24 h, sofrendo de dores, com seu filho morto no ventre, em um leito da Maternidade Municipal de Tucuruí que funciona dentro do Hospital Regional de Média e Alta Complexidade de Tucuruí.
Uma das alas do HRT foi disponibilizada a Prefeitura de Tucuruí em dezembro de 2009 para funcionar a maternidade municipal, enquanto estava em obras de reforma o Hospital e Maternidade da Cidade, e passado 3 anos, nunca houve o término das obras, e a maternidade de responsabilidade do município continuou sob a  tutelada do estado dentro do HRT.
Por volta das 2 h, desta segunda feira (22), a paciente Betina Valente, de 20 anos, gravida de nove meses, de seu primeiro bebê, que vinha realizando durante este período todos os acompanhamentos médicos e o seu pré-natal. Betina estava em casa apenas aguardando a dor para ganhar seu bebê, ao chegar à Maternidade Municipal dentro do HRT, foi atendida pela enfermeira de plantão, que realizou o ‘toc’, informando que seu estado já estava para a realização do parto, mas, em função da falta de médico, teria que aguardar até o horário das 8 h quando chegaria o médico plantonista que realizaria o seu parto.
A paciente passou a madrugada sofrendo com dores, e as 8:30 h a gestante foi levada para realizar  uma ultrassonografia, e para a tristeza dos profissionais e dos familiares de Betina, foi constatado o óbito de seu bebê ainda em seu útero,  logo após foi retirado o líquido do útero da gestante para exame, sendo constatado a morte do bebê por sofrimento fetal mecônio, em função da passagem do líquido amniótico, sendo oficializada a morte do bebê por ter passado da hora de nascer por negligência médica dentro do hospital.
A paciente até o fechamento desta edição encontra-se sofrendo com muitas dores, e o que é pior, a Maternidade da Prefeitura de Tucuruí não tem o medicamento Misoprostol (Cytotec), utilizado para acelerar a dilatação do colo do útero para que a criança já morta seja expelida. Betina passará ainda por muitos sofrimentos até que seja retirado o feto de seu útero, mas, dentro de toda a segurança para que não traga maior sofrimento a paciente ou causar-lhe até sua morte.
A população aguardava ansiosa, com a vinda do governador Simão Jatene a Tucuruí, e sua visita prevista ao Hospital Regional e ao prédio da Unacon, para que ele pudesse dar alguma posição de quando seria transferida de volta a maternidade municipal para o seu local de origem, ou mesmo a liberação de recursos do estado para o prefeito Sancler Ferreira para que possa terminar a obra de reforma do prédio do Hospital Municipal e Maternidade,  que está em obras desde dezembro de 2009, mas, em função da alteração da agenda a visita não foi realizada.
O sofrimento das futuras mamães, que procuram o HRT para ganhar seus bebês deverá continuar por muito tempo, em função da falta de atenção do município a sua maternidade.
Alguma providência tem que ser tomada e urgente, para fiscalizar e apurar estes casos de mortes por negligência dentro de um hospital de responsabilidade do governo do Pará e que está servindo como maternidade para a Prefeitura de Tucuruí.
É fato que o diretor Devaldo Rodrigues, afirmou aos funcionários do HRT, que ele e contrário a permanência da maternidade municipal dentro do regional, e por ele, “a maternidade municipal já estaria no mato ou no esgoto”

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