Leitos superlotados, sendo necessário que as gestantes fiquem sentadas nas cadeiras dos acompanhantes aguardando seu parto
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
A paciente Betina Valente, de
20 anos, esta a mais de 24 h, sofrendo de dores, com seu filho morto no ventre,
em um leito da Maternidade Municipal de Tucuruí que funciona dentro do Hospital
Regional de Média e Alta Complexidade de Tucuruí.
Uma das alas do HRT foi
disponibilizada a Prefeitura de Tucuruí em dezembro de 2009 para funcionar a
maternidade municipal, enquanto estava em obras de reforma o Hospital e
Maternidade da Cidade, e passado 3 anos, nunca houve o término das obras, e a
maternidade de responsabilidade do município continuou sob a tutelada do estado dentro do HRT.
Por volta das 2 h, desta
segunda feira (22), a paciente Betina Valente, de 20 anos, gravida de nove
meses, de seu primeiro bebê, que vinha realizando durante este período todos os
acompanhamentos médicos e o seu pré-natal. Betina estava em casa apenas
aguardando a dor para ganhar seu bebê, ao chegar à Maternidade Municipal dentro
do HRT, foi atendida pela enfermeira de plantão, que realizou o ‘toc’,
informando que seu estado já estava para a realização do parto, mas, em função
da falta de médico, teria que aguardar até o horário das 8 h quando chegaria o médico
plantonista que realizaria o seu parto.
A paciente passou a madrugada
sofrendo com dores, e as 8:30 h a gestante foi levada para realizar uma ultrassonografia, e para a tristeza dos
profissionais e dos familiares de Betina, foi constatado o óbito de seu bebê
ainda em seu útero, logo após foi
retirado o líquido do útero da gestante para exame, sendo constatado a morte do
bebê por sofrimento fetal mecônio, em função da passagem do líquido amniótico, sendo
oficializada a morte do bebê por ter passado da hora de nascer por negligência
médica dentro do hospital.
A paciente até o fechamento
desta edição encontra-se sofrendo com muitas dores, e o que é pior, a Maternidade
da Prefeitura de Tucuruí não tem o medicamento Misoprostol (Cytotec), utilizado
para acelerar a dilatação do colo do útero para que a criança já morta seja
expelida. Betina passará ainda por muitos sofrimentos até que seja retirado o
feto de seu útero, mas, dentro de toda a segurança para que não traga maior
sofrimento a paciente ou causar-lhe até sua morte.
A população aguardava ansiosa,
com a vinda do governador Simão Jatene a Tucuruí, e sua visita prevista ao Hospital
Regional e ao prédio da Unacon, para que ele pudesse dar alguma posição de
quando seria transferida de volta a maternidade municipal para o seu local de
origem, ou mesmo a liberação de recursos do estado para o prefeito Sancler
Ferreira para que possa terminar a obra de reforma do prédio do Hospital
Municipal e Maternidade, que está em
obras desde dezembro de 2009, mas, em função da alteração da agenda a visita
não foi realizada.
O sofrimento das futuras mamães,
que procuram o HRT para ganhar seus bebês deverá continuar por muito tempo,
em função da falta de atenção do município a sua maternidade.
Alguma providência tem que ser
tomada e urgente, para fiscalizar e apurar estes casos de mortes por negligência
dentro de um hospital de responsabilidade do governo do Pará e que está
servindo como maternidade para a Prefeitura de Tucuruí.
É fato que o diretor Devaldo
Rodrigues, afirmou aos funcionários do HRT, que ele e contrário a permanência
da maternidade municipal dentro do regional, e por ele, “a maternidade
municipal já estaria no mato ou no esgoto”.
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