terça-feira, 23 de abril de 2013

Após 6 h fechada, Transamazônica liberada e manifestantes seguiram para Altamira







WELLINGTON HUGLES
De Pacajá
Fotos: James Araújo
Desde as 5 h da manhã desta terça-feira 23, dezenas de trabalhadores rurais coordenados pelo Movimento Regional em Defesa das Compensações Socioambientais dos Municípios impactados pelas obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí e de Belo Monte.
Os manifestantes fecharam com troncos de árvores e atearam fogo em pneus, na cabeceira da na ponte de acesso ao município de Pacajá impossibilitando o trafego de veículos pela Rodovia Transamazônica.
Na pauta de reivindicações  está à prioridade para o início das obras do PAC como o derrocamento do Pedral do Lourenção e de dragagem do Rio Tocantins, para garantir a navegabilidade do Tocantins, no período de estiagem das chuvas, com isso, garantindo a transposição das Eclusas de Tucuruí durante todo o ano. Também e questionado as obras do Linhão do Xingu que corta o município de Pacajá, destruindo as áreas das APPs (Área de Preservação Permanente), levando energia a Manaus, mas, deixando para trás estragos irrecuperáveis ao meio ambiente, inclusive, deixando a cidade sem energia de qualidade.
Na pauta, os manifestantes exigem ainda, a eletrificação dos assentamentos da região, e apoio aos colonos através dos programas do governo federal, haja vista, o Incra ter locado os sem terras e abandonados a própria sorte, sem nenhum atenção a suas manutenções através de programas de sustentabilidade.
Os coordenadores do Movimento Regional em Defesa das Compensações Socioambientais dos Municípios impactados pelas obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí e de Belo Monte, com o fechamento da Transamazônica solicitaram a presença das autoridades responsáveis em viabilizar a pauta de reivindicações dos manifestantes, esclarecendo que a rodovia, só seria liberada após a presença das autoridades em Pacajá, e o início de uma reunião para encaminhar os pleitos.
A Polícia Rodoviária Federal, juntamente com a Polícia Militar do Pará através de seu comando em Pacajá Capitão Juniel, acompanharam de perto a manifestação, para que não houvesse excesso e nem conflitos entre os manifestantes e as pessoas que estavam impedidas de continuar suas viagens em função do fechamento da Transamazônica.
O Defensor Público do município de Pacajá esteve presente no local, para tentar intermediar a pauta de negociação do movimento, mas, os manifestantes estavam irredutíveis, no sentido de só sentar com as autoridades federais que tenham poder de decisão.
Por volta das 10 h, o comando da Polícia Militar de Pacajá, através da mediação que estava sendo feita pelo comandante Coronel Barata do IV Comando do Policiamento Regional, informou ao coordenador do Movimento, Ismael Siqueira, que já havia se formado em Altamira uma comissão formada pelos representantes do Ministério Público Federal, Ministério do Planejamento, Ministério Público do Pará, Ibama, Incra e Eletronorte, para atenderem uma comissão de manifestantes e receberem a pauta de reivindicação do movimento e encaminhar para os órgãos competentes para os estudos no atendimento.
As 11 h, o tráfego na rodovia Transamazônica foi liberado, e uma comissão do Movimento Regional em Defesa das Compensações Socioambientais dos Municípios impactados pelas obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí e de Belo Monte, foram levados para a cidade de Altamira onde será recebida pelas autoridades, com a aberta a mesa de negociação com a análise da pauta de reivindicações.

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