WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Passado uma semana da
deflagração da paralisação dos servidores efetivos do Hospital Regional de
Tucuruí (HRT) no sudeste paraense, que lutam por melhorias para a manutenção do
hospital e pelo recebimento de suas gratificações atrasadas, os grevistas
continuam a vigília ao lado de um caixão na porta do pronto socorro, representando
a falência da saúde pública e o descaso do governo Simão Jatene com os
servidores do estado.
Greve – Como anunciado, desde
o último dia 13, os servidores do HRT cruzaram os braços, exigindo o
atendimento imediato da pauta de reivindicações entregues aos órgãos de saúde
do estado, ficado estabelecido que o retorno às atividades estejam condicionados
ao atendimento de todos os pontos. Tais como: pagamento imediato dos dois
trimestres da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI) atrasados, além do
comprometimento por parte da gestão pública em não mais atrasá-los; relatório
atualizado do andamento, conclusão e implantação do Plano de Cargos, Carreira e
Remuneração (PCCR) da categoria; audiência no Conselho Estadual de Saúde e o
devido esclarecimento sobre a verba de R$ 100 mil que deveria ser destinada ao
Pronto Socorro do HRT e estão sendo repassadas para a Prefeitura de Tucuruí;
audiência no Conselho Estadual de Saúde, a fim de tratar da repactuação dos
recursos repassados pelos municípios do entorno do lago para o HRT e
pontualmente a transferência imediata da Maternidade Municipal de
responsabilidade da Prefeitura, que funciona dentro do Hospital Regional de
Tucuruí a mais de três anos trazendo prejuízos incalculáveis em detrimento aos
demais setores do hospital.
TFD – Para tentar esvaziar a
paralisação dos servidores, o governo do estado, através da direção do HRT vem tentando
usar a estratégia de no atendimento aos pacientes que necessitam de cirurgias
que não são urgentes, ou seja, não estão dentro do atendimento de apenas 35% dos
profissionais que estão atuando neste período de greve, orientam aos familiares
a utilizarem o Tratamento Fora de Domicílio (TFD), fornecidos através de
recursos do governo federal, e repassados pelas prefeituras municipais.
Com isso, tentam a todo custo
encaminhar os pacientes na grande maioria com carência de cirurgias ortopédicas,
para realizarem as intervenções cirúrgicas em Belém, mas, esquecem que todos os
hospitais do estado estão lotados em Belém, sem chances de conseguir leitos na
capital, e que os acompanhantes não tem nenhuma condição de se manterem na
capital, só como exemplo, a Casa de Apoio de Tucuruí encontra-se fechada a mais
de 4 meses.
Os familiares e acompanhantes
dos pacientes internados no HRT, denunciam que estão sendo coagidos pela direção
a assinarem o pedido de transferência para Belém, mas que não acham correto,
porque o hospital de Tucuruí, pode realizar todas estas cirurgias sem a
necessidade de estarem expostos as dificuldades se forem para Belém, com isso,
basta o governo cumprir com suas obrigações e pagar os direitos dos servidores,
assim como, atender a pauta de reivindicações.
Contra-ponto – O dirigente do
Sindsaúde em Tucuruí, Paulo Gonçalves considerou uma estratégia desumana, que
esta sendo imposta pela direção do hospital, em mandar para Belém pessoas que
podem se operar aqui em Tucuruí, próximo as suas casas, pelo simples fato de
não quererem negociar com a classe dos servidores, e tentar a todo custo esvaziar
a greve. “Esta e a maneira que o governador Simão Jatene e o prefeito de
Tucuruí Sancler Ferreira, que indicou o diretor no HRT, vêm tratando a população,
sem nenhuma preocupação com os riscos e as consequências que podem passar indo
em buscar de leitos e ficando expostos apenas à sorte e a graça de Deus na
capital”, disparou o sindicalista.
Sespa - Segundo o diretor do
Sindsaúde, uma reunião esta prevista para acontecer na manhã desta sexta-feira
(21), com o Secretário de Saúde do Estado Hélio Franco, em Tucuruí nas dependências
do Hospital Regional, onde serão discutidos os encaminhamentos de todos os
pontos de pauta dos grevistas, e dependo da boa vontade do gestor da saúde do
estado em querer solucionar o problema, após a reunião a paralisação poderá até
ser suspensa, com o retorno dos profissionais as suas atividades normais no
HRT.
Apoio - Paulo Gonçalves
aproveitou para agradecer aos dirigentes dos órgãos de saúde dos municípios da
região, pela atenção ao pedido de tentarem resolver em seus municípios os problemas
de saúde dos pacientes de menor potencialidade, e mandar para o regional apenas
os casos de urgência, com isso, as movimentações nos plantões estão estáveis,
“o interessante é que a única prefeitura da região, que trata o regional como se
fossem seus postos de saúde, haja vista, não ter mais hospital municipal e a de
Tucuruí, dos dez pacientes que chegam ao regional, oito são encaminhados pela
prefeitura de Tucuruí”, afirmou o coordenador.
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