quinta-feira, 20 de março de 2014

Hospital Regional de Tucuruí: Paralisação completa uma semana





 


WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

Passado uma semana da deflagração da paralisação dos servidores efetivos do Hospital Regional de Tucuruí (HRT) no sudeste paraense, que lutam por melhorias para a manutenção do hospital e pelo recebimento de suas gratificações atrasadas, os grevistas continuam a vigília ao lado de um caixão na porta do pronto socorro, representando a falência da saúde pública e o descaso do governo Simão Jatene com os servidores do estado.

Greve – Como anunciado, desde o último dia 13, os servidores do HRT cruzaram os braços, exigindo o atendimento imediato da pauta de reivindicações entregues aos órgãos de saúde do estado, ficado estabelecido que o retorno às atividades estejam condicionados ao atendimento de todos os pontos. Tais como: pagamento imediato dos dois trimestres da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI) atrasados, além do comprometimento por parte da gestão pública em não mais atrasá-los; relatório atualizado do andamento, conclusão e implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria; audiência no Conselho Estadual de Saúde e o devido esclarecimento sobre a verba de R$ 100 mil que deveria ser destinada ao Pronto Socorro do HRT e estão sendo repassadas para a Prefeitura de Tucuruí; audiência no Conselho Estadual de Saúde, a fim de tratar da repactuação dos recursos repassados pelos municípios do entorno do lago para o HRT e pontualmente a transferência imediata da Maternidade Municipal de responsabilidade da Prefeitura, que funciona dentro do Hospital Regional de Tucuruí a mais de três anos trazendo prejuízos incalculáveis em detrimento aos demais setores do hospital.

TFD – Para tentar esvaziar a paralisação dos servidores, o governo do estado, através da direção do HRT vem tentando usar a estratégia de no atendimento aos pacientes que necessitam de cirurgias que não são urgentes, ou seja, não estão dentro do atendimento de apenas 35% dos profissionais que estão atuando neste período de greve, orientam aos familiares a utilizarem o Tratamento Fora de Domicílio (TFD), fornecidos através de recursos do governo federal, e repassados pelas prefeituras municipais.

Com isso, tentam a todo custo encaminhar os pacientes na grande maioria com carência de cirurgias ortopédicas, para realizarem as intervenções cirúrgicas em Belém, mas, esquecem que todos os hospitais do estado estão lotados em Belém, sem chances de conseguir leitos na capital, e que os acompanhantes não tem nenhuma condição de se manterem na capital, só como exemplo, a Casa de Apoio de Tucuruí encontra-se fechada a mais de 4 meses.

Os familiares e acompanhantes dos pacientes internados no HRT, denunciam que estão sendo coagidos pela direção a assinarem o pedido de transferência para Belém, mas que não acham correto, porque o hospital de Tucuruí, pode realizar todas estas cirurgias sem a necessidade de estarem expostos as dificuldades se forem para Belém, com isso, basta o governo cumprir com suas obrigações e pagar os direitos dos servidores, assim como, atender a pauta de reivindicações.

Contra-ponto – O dirigente do Sindsaúde em Tucuruí, Paulo Gonçalves considerou uma estratégia desumana, que esta sendo imposta pela direção do hospital, em mandar para Belém pessoas que podem se operar aqui em Tucuruí, próximo as suas casas, pelo simples fato de não quererem negociar com a classe dos servidores, e tentar a todo custo esvaziar a greve. “Esta e a maneira que o governador Simão Jatene e o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira, que indicou o diretor no HRT, vêm tratando a população, sem nenhuma preocupação com os riscos e as consequências que podem passar indo em buscar de leitos e ficando expostos apenas à sorte e a graça de Deus na capital”, disparou o sindicalista.
Sespa - Segundo o diretor do Sindsaúde, uma reunião esta prevista para acontecer na manhã desta sexta-feira (21), com o Secretário de Saúde do Estado Hélio Franco, em Tucuruí nas dependências do Hospital Regional, onde serão discutidos os encaminhamentos de todos os pontos de pauta dos grevistas, e dependo da boa vontade do gestor da saúde do estado em querer solucionar o problema, após a reunião a paralisação poderá até ser suspensa, com o retorno dos profissionais as suas atividades normais no HRT.


Apoio - Paulo Gonçalves aproveitou para agradecer aos dirigentes dos órgãos de saúde dos municípios da região, pela atenção ao pedido de tentarem resolver em seus municípios os problemas de saúde dos pacientes de menor potencialidade, e mandar para o regional apenas os casos de urgência, com isso, as movimentações nos plantões estão estáveis, “o interessante é que a única prefeitura da região, que trata o regional como se fossem seus postos de saúde, haja vista, não ter mais hospital municipal e a de Tucuruí, dos dez pacientes que chegam ao regional, oito são encaminhados pela prefeitura de Tucuruí”, afirmou o coordenador.

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