WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Foi deflagrada na manhã desta
quinta-feira (13), a paralisação dos quase 400 funcionários efetivos do
Hospital Regional de Tucuruí (HRT) no sudeste paraense, desde ás primeiras
horas da manhã, os servidores estão em vigília ao lado de um caixão que
representa a falência da saúde pública, tanto da rede do estado, como do
município, que vivem em comunhão em prol da inviabilidade do funcionamento do
hospital público regional de Tucuruí, com a intenção, única e exclusiva de
transformar mais esta unidade de saúde estadual em Organização Social – O.S.,
que vem transparecendo mais lucros para os seus gestores, fato que levou aos
deputados a criarem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia
Legislativa do Pará, para investigarem o repasse de volumosas cifras as
empresas contratadas para a administração dos hospitais, mas com uma prestação
de serviços diminuta em prol da população.
Greve – Como anunciado desde o
último dia 7, os servidores do HRT cruzaram os braços e exigem o atendimento
imediato da pauta de reivindicações entregues aos órgãos de saúde do estado,
ficado estabelecido que o retorno às atividades esteja condicionado ao
atendimento de todos os pontos.
Imbróglio – As propostas dos
servidores a serem cumpridos pela Sespa são irrevogáveis e inegociáveis, haja
vista, em duas paralisações, os grevistas voltaram atrás e as suas atividades.
esperando uma solução do diretor do HRT e nada foi feito, demostrando a falta
de atenção e respeito pela classe. “Não estamos mais negociando com a direção
do HRT e sim diretamente com o secretário Hélio Franco, através da coordenação
estadual do Sindsáude, sabemos que o pagamento dos atrasados da GDI e fato
consumando, e deverão ser pagos nos próximos dias, mais nosso retorno às
atividades normais, só será feito após o atendimento completo de nossas reivindicações”. Garantimos 35% do efetivo dos funcionários para a manutenção
dos serviços emergências, e nos finais de semana teremos a atuação através de
plantões, mais duramente a semana ficaremos parados em greve. A partir da
terça-feira (18), os outros servidores dos Hospitais Regionais também vão
aderir à greve, e até o final do mês toda a rede estadual de saúde deve parar.
Pauta - A pauta de
reivindicações foi entregue aos gestores do estado e do município, constando os
seguintes pontos: pagamento imediato dos dois trimestres da Gratificação de
Desempenho Institucional (GDI) atrasados, além do comprometimento por parte da
gestão pública em não mais atrasá-los; relatório atualizado do andamento,
conclusão e implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da
categoria; audiência no Conselho Estadual de Saúde e o devido esclarecimento
sobre a verba de R$ 100 mil que deveria ser destinada ao Pronto Socorro do HRT
e estão sendo repassadas para a Prefeitura de Tucuruí; audiência no Conselho
Estadual de Saúde, a fim de tratar da repactuação dos recursos repassados pelos
municípios do entorno do lago para o HRT e pontualmente a transferência
imediata da Maternidade Municipal de responsabilidade da Prefeitura, que
funciona dentro do Hospital Regional de Tucuruí a mais de três anos trazendo
prejuízos incalculáveis em detrimento aos demais setores do hospital.
Defesa – Em nota, o secretário
de Saúde de Tucuruí, o advogado Charles Cézar Tocantins de Souza, não entende o
porquê da reivindicação dos servidores grevistas do HRT, que exigem a retirada
imediata da Maternidade Municipal que se encontra tutelada dentro do espaço
físico do Hospital Regional de Tucuruí, “lembramos que o sistema e único, e os
municípios de Conceição de Araguaia, Salinópolis e Tailândia possuem Hospitais
Regionais do Estado, com serviços internos no atendimento da maternidade básica
do município, sem nenhum conflito, considerando que as prefeituras não possuem
rede hospitalar própria para atendimento às parturientes”.
Contra ponto – O dirigente do
Sindsaúde Paulo Gonçalves considerou uma afronta à nota de esclarecimento
expedida pela Secretaria de Saúde de Tucuruí, “ora e um desrespeito a
secretaria não ser administrada por uma pessoa da área da saúde”, mas dizer que
não entende o porque que foi pedida a saída, haja vista, ter passado 1.150 dias
de funcionamento da maternidade municipal dentro de uma ala do Hospital
Regional, onde deveria ter permanecido dentro do que foi proposto no Termo de
Ajuste de Conduta (TAC) em 2010, recomendado pelo Ministério Público, a
permanência da Maternidade por apenas 90 dias dentro do HRT, para a recuperação
das acomodações originarias onde funcionava há mais de 20 anos a maternidade,
“o secretário Charles está faltando com a verdade, e ainda faz questão de
propagar que “quanto pior e melhor para o prefeito”. A manutenção da maternidade
e de responsabilidade do município, e seu funcionamento dentro do HRT traz
transtornos irreversíveis, que são: a ocupação de um espaço que seria destinado
a ampliação das vagas dos internamentos, assim como a impossibilidade da
criação de uma ala que seria para a retaguarda da Unacon, além de que observando a “estória” das “dificuldades”
que atravessa a prefeitura, o que esta acontecendo é que, tudo que é usado na
maternidade municipal, esta sendo custeado pelo governo do estado, então a
pergunta que fica no ar. Para onde esta indo os recursos do Ministério da Saúde
e da Sespa para a manutenção da Maternidade Municipal e como estão sendo gastos
mensalmente os R$ 100 mil que estão sendo destinados para a manutenção do
Pronto Socorro do HRT que religiosamente são creditados na conta da Prefeitura
de Tucuruí?”.
Politicagem - A equipe de
reportagem entrou em contato com o diretor do HRT, o médico Lourival Filho, que
informalmente esclareceu que, “não temos uma data de previsão para o pagamento
da GDI atrasada”, além do mais, está intenção dos grevistas, de repactuação e
prestação de contas de valores inexistentes, bem como a retirada da
maternidade, são pautas de “cunho político”, é fato, que “o entrosamento entre
o governador e o prefeito e maior do que estas “picuinhas eleitoreiras””, ao
ser perguntado se seu cargo foi indicação política, o diretor Lourival Filho
foi incisivo em afirmar que sua função, e de seus auxiliares foi através de
nomeação a pedido do prefeito Sancler Ferreira (PPS), “estamos a serviço do
gestor municipal”, concluiu o diretor.
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