quinta-feira, 13 de março de 2014

Hospital Regional de Tucuruí: Em greve, servidores mantêm serviços essencias




















WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (13), a paralisação dos quase 400 funcionários efetivos do Hospital Regional de Tucuruí (HRT) no sudeste paraense, desde ás primeiras horas da manhã, os servidores estão em vigília ao lado de um caixão que representa a falência da saúde pública, tanto da rede do estado, como do município, que vivem em comunhão em prol da inviabilidade do funcionamento do hospital público regional de Tucuruí, com a intenção, única e exclusiva de transformar mais esta unidade de saúde estadual em Organização Social – O.S., que vem transparecendo mais lucros para os seus gestores, fato que levou aos deputados a criarem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Pará, para investigarem o repasse de volumosas cifras as empresas contratadas para a administração dos hospitais, mas com uma prestação de serviços diminuta em prol da população.

Greve – Como anunciado desde o último dia 7, os servidores do HRT cruzaram os braços e exigem o atendimento imediato da pauta de reivindicações entregues aos órgãos de saúde do estado, ficado estabelecido que o retorno às atividades esteja condicionado ao atendimento de todos os pontos.

Imbróglio – As propostas dos servidores a serem cumpridos pela Sespa são irrevogáveis e inegociáveis, haja vista, em duas paralisações, os grevistas voltaram atrás e as suas atividades. esperando uma solução do diretor do HRT e nada foi feito, demostrando a falta de atenção e respeito pela classe. “Não estamos mais negociando com a direção do HRT e sim diretamente com o secretário Hélio Franco, através da coordenação estadual do Sindsáude, sabemos que o pagamento dos atrasados da GDI e fato consumando, e deverão ser pagos nos próximos dias, mais nosso retorno às atividades normais, só será feito após o atendimento completo de nossas reivindicações”. Garantimos 35% do efetivo dos funcionários para a manutenção dos serviços emergências, e nos finais de semana teremos a atuação através de plantões, mais duramente a semana ficaremos parados em greve. A partir da terça-feira (18), os outros servidores dos Hospitais Regionais também vão aderir à greve, e até o final do mês toda a rede estadual de saúde deve parar.

Pauta - A pauta de reivindicações foi entregue aos gestores do estado e do município, constando os seguintes pontos: pagamento imediato dos dois trimestres da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI) atrasados, além do comprometimento por parte da gestão pública em não mais atrasá-los; relatório atualizado do andamento, conclusão e implantação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria; audiência no Conselho Estadual de Saúde e o devido esclarecimento sobre a verba de R$ 100 mil que deveria ser destinada ao Pronto Socorro do HRT e estão sendo repassadas para a Prefeitura de Tucuruí; audiência no Conselho Estadual de Saúde, a fim de tratar da repactuação dos recursos repassados pelos municípios do entorno do lago para o HRT e pontualmente a transferência imediata da Maternidade Municipal de responsabilidade da Prefeitura, que funciona dentro do Hospital Regional de Tucuruí a mais de três anos trazendo prejuízos incalculáveis em detrimento aos demais setores do hospital.

Defesa – Em nota, o secretário de Saúde de Tucuruí, o advogado Charles Cézar Tocantins de Souza, não entende o porquê da reivindicação dos servidores grevistas do HRT, que exigem a retirada imediata da Maternidade Municipal que se encontra tutelada dentro do espaço físico do Hospital Regional de Tucuruí, “lembramos que o sistema e único, e os municípios de Conceição de Araguaia, Salinópolis e Tailândia possuem Hospitais Regionais do Estado, com serviços internos no atendimento da maternidade básica do município, sem nenhum conflito, considerando que as prefeituras não possuem rede hospitalar própria para atendimento às parturientes”.

Contra ponto – O dirigente do Sindsaúde Paulo Gonçalves considerou uma afronta à nota de esclarecimento expedida pela Secretaria de Saúde de Tucuruí, “ora e um desrespeito a secretaria não ser administrada por uma pessoa da área da saúde”, mas dizer que não entende o porque que foi pedida a saída, haja vista, ter passado 1.150 dias de funcionamento da maternidade municipal dentro de uma ala do Hospital Regional, onde deveria ter permanecido dentro do que foi proposto no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em 2010, recomendado pelo Ministério Público, a permanência da Maternidade por apenas 90 dias dentro do HRT, para a recuperação das acomodações originarias onde funcionava há mais de 20 anos a maternidade, “o secretário Charles está faltando com a verdade, e ainda faz questão de propagar que “quanto pior e melhor para o prefeito”. A manutenção da maternidade e de responsabilidade do município, e seu funcionamento dentro do HRT traz transtornos irreversíveis, que são: a ocupação de um espaço que seria destinado a ampliação das vagas dos internamentos, assim como a impossibilidade da criação de uma ala que seria para a retaguarda da Unacon, além de  que observando a “estória” das “dificuldades” que atravessa a prefeitura, o que esta acontecendo é que, tudo que é usado na maternidade municipal, esta sendo custeado pelo governo do estado, então a pergunta que fica no ar. Para onde esta indo os recursos do Ministério da Saúde e da Sespa para a manutenção da Maternidade Municipal e como estão sendo gastos mensalmente os R$ 100 mil que estão sendo destinados para a manutenção do Pronto Socorro do HRT que religiosamente são creditados na conta da Prefeitura de Tucuruí?”.


Politicagem - A equipe de reportagem entrou em contato com o diretor do HRT, o médico Lourival Filho, que informalmente esclareceu que, “não temos uma data de previsão para o pagamento da GDI atrasada”, além do mais, está intenção dos grevistas, de repactuação e prestação de contas de valores inexistentes, bem como a retirada da maternidade, são pautas de “cunho político”, é fato, que “o entrosamento entre o governador e o prefeito e maior do que estas “picuinhas eleitoreiras””, ao ser perguntado se seu cargo foi indicação política, o diretor Lourival Filho foi incisivo em afirmar que sua função, e de seus auxiliares foi através de nomeação a pedido do prefeito Sancler Ferreira (PPS), “estamos a serviço do gestor municipal”, concluiu o diretor.

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