WELLINGTON HUGLES
De Altamira
Foto: Wellington Hugles
Cerca de 300 famílias de desabrigados
da cheia do Rio Xingu resolveu desde as primeiras horas da manhã desta
quinta-feira (13), fechar a rodovia Transamazônica (BR 230), na entrada da cidade
de Altamira.
A manifestação contou com mais
de 700 pessoas, que atearam fogo em pneus e fecharam a estrada com troncos de
madeiras e galhos de árvores, uma imensa fila de veículos se formou em ambos os
lados, o funcionamento da obra de construção da Usina de Belo Monte foi prejudicado,
os milhares de funcionários das empresas do consórcio não puderam seguir viagem
para os canteiros de obras, o caos se formou em meio a muita revolta dos
moradores de Altamira.
Os manifestantes atingidos
pela enchente questionam o aumento do nível do rio Xingu que levou a inundação
de mais de 1.200 residências, com isso, diversos bairros foi ao fundo, e para
tentar ajudar os desabrigados à Defesa Civil tem se desdobrado para construir diversos
espaços em locais públicos para abrigá-los, no último dia 7, o município decretou
estado de emergência em Altamira em função a alta do nível do Rio Xingu.
A população está revoltada pelos
fortes impactos ambientais que estão sofrendo, como o aumento dos níveis do rio
Xingu, em função ao represamento das suas águas.
No último dia 4, as mais de
mil famílias desabrigados, desesperadas por não terem um teto para ficarem, resolveram
ocupar o Conjunto Residencial Jatobá, construído pela Norte Energia para as famílias
impactadas pela obra, mas em menos de 12 horas foi retirados por ordem
judicial.
Segundo os manifestantes, o município
foi beneficiado com a construção de centenas de casas pelo consórcio, que poderiam
ser entregues as famílias que estão passando por esta situação delicada e de privação
em função dos impactos ambientais, mas a empresa prefere deixar às casas
fechadas, em detrimento as famílias que “nasceram, se criaram e ajudaram a construir
Altamira”, e hoje estão dando a oportunidade de ser consolidado este império que
é a Usina de Belo Monte, mas não tem o direito aos benefícios imediatos em
momentos de dificuldades como estão passando, expostos as privações e dificuldades
em alojamentos e abrigos improvisados e construídos com lonas plásticas.
Até o fechamento desta edição
a rodovia Transamazônica estava fechada, comprometendo a equipe de funcionários
do segundo turno de trabalho da Norte Energia, é fato, que com o fechamento da
BR 230, a situação de trafegabilidade naquela região complica todo o desenvolvimento
econômico, bem como prejudica diretamente as obras na usina.
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