Posto de Saúde do Bairro Terra Prometida
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Novamente volta a cena à
empresa de Construção ETUZEA, denunciada em 2012 por alguns parlamentares da
Câmara de Vereadores de Tucuruí por suspeitas de beneficiamento em licitações
com a Prefeitura de Tucuruí, que culminou com a preposição de abertura de CPI,
que há época foi “derrubada” em função da maioria dos vereadores faziam parte
da base de apoio do governo municipal.
Na manhã desta segunda-feira
(23), diversos canteiros de obras da prefeitura de Tucuruí, de responsabilidade
da Empresa ETUZEA, em Tucuruí, sudeste paraense, amanheceram paralisados, em
função a falta de pagamentos dos salários referente ao mês trabalhado, e que
não foi pago pelo atual administrador da empresa José Gomes, conhecido pela
acunha de “Russinho”, que atua como presidente da Comunidade do bairro Tozetti,
e que também é irmão do ex-procurador da empresa ETUZEA, atual prefeito do
município de Goianésia do Pará, João Gomes “Russo”, que foi quem deu início a
todas as obras desde 2011, que hoje se encontram paralisadas por falta de pagamentos
dos salários dos trabalhadores.
Os operários acusam a empresa
de maus tratos, falta de fornecimento de alimentação e até água potável nos canteiros
que é inexistente.
Um dos pedreiros, que não quis
seu nome identificado para não sofrer represálias, afirmou receber apenas R$
1.600,00, mas, só receberam o mês de novembro no dia 17, por que acionaram esta
equipe do jornalismo comandado por Wellington Hugles, e no momento do
levantamento da matéria, “Russinho” estava na obra, e para não sair na imprensa
pagou os salários, mas desde o dia 15 de dezembro os salários estão atrasados,
e o que é pior, “Russinho” esteve com os trabalhadores no canteiro e disse ser “palhaçada”
fazer greve e que não vai pagar ninguém este ano, “imaginem no final do ano no
dia do Natal querer dar um presente ou uma ceia para nossos familiares e não
podermos, isso é correto?”, desabafa entristecido o operário com lágrimas nos
olhos.
Denuncias dão conta que, desde
que eles começaram a trabalhar na empresa, nunca receberam o 13º salário, nunca
gozaram férias e não tiveram suas carteira de trabalho assinada, um dos funcionários
que já esta na empresa há cinco anos, afirmou sempre ficarem na clandestinidade
por que o “Russo”, hoje prefeito de Goianésia do Pará, que era o chefe da
empresa, disse não teria condições de fichar ninguém.
A obra do Posto de Saúde do
Bairro Terra Prometida como exemplo que está paralisada, deveria ter sido
entregue em junho de 2012, segundo a doméstica, Cláudia Lima, moradora do
bairro, “este Posto de Saúde era para ser feito em um ano, e já se arrasta por
mais de dois anos, e quem está sofrendo e a população sem saúde básica”.
Também estão em greve os trabalhadores
da empresa ETUZEA das obras da construção do Novo Cemitério Municipal, que
mesmo sem licenciamento ambiental, e a empresa não ter concluído nem 30% do
total da obra, já está funcionando com sepultamentos, que segundo a Secretaria
de Meio Ambiente do Pará (SEMA), não existe autorização e nem licenciamento
para esta em funcionamento com sepultamentos.
Os trabalhadores das obras de
reformas das Escolas Teles de Menezes no bairro Nova Tucuruí e Zolima Tenório
no bairro Alto Alegre, todas da empresa ETUZEA, resolveram cruzar os braços também
e ameaçaram denunciar coletivamente ao Ministério do Trabalho e na Justiça do
Trabalho pela falta de legalidade dos funcionários que na verdade trabalham
“encostados” sem terem seus direitos garantidos e tendo que trabalharem sem
nenhum equipamento de segurança (EPI) e em jornadas de trabalho totalmente
irregular, sem o mínimo de descanso semanal.
Segundo os trabalhadores da empresa
ETUZEA, nestas obras que foram contratadas pela Prefeitura de Tucuruí, o valor aproxima-se
a R$ 5 milhões, por isso, eles não entendem o porquê de serem sacrificados em
não receberem o salário trabalhado.
A reportagem tentou contato
com a Prefeitura de Tucuruí, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
Em contato telefônico com o
“suposto” responsável pelas obras do Posto de Saúde, Novo Cemitério e das duas
escolas, segundo as informações prestadas por José Gomes conhecido como “Russinho”,
informou que realmente o salário dos trabalhadores estão atrasados, mas tudo em
função a falta de pagamento por parte da Prefeitura de Tucuruí, disse que os funcionários
“reclamam de mais”, segundo “Russinho”, está tudo funcionando de forma correta,
ao ser indagado sobre o 13º salário e as férias não pagas, ele saiu pela
tangente dizendo, no momento oportuno faremos uma conversa com os trabalhadores,
mas garantiu que até as 12 h desta terça-feira (24), faria o pagamento dos
salários atrasados.
Afirmou ainda que não tinha feito
por estar sem segurança para levar com ele no momento do pagamento.
Com referência aos prazos de
entrega das obras, que se encontra todos atrasados a mais de 2 anos, “Russinho”
recusou-se a falar sobre o assunto.
É muito simples isso meu caro, a lei de contratos e licitações pública 8.666/93 diz que quando a empresa contratada não cumpre com suas obrigações para com as leis trabalhistas, aqui no caso salários atrasados, a responsabilidade passa a ser solidária, sendo a contratante ou o órgão gestor da obra...nesse caso a PMT...
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