terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sem leitos, gestantes aguardam para dar a luz no chão da maternidade de Tucuruí







WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

Desde o início do mês de dezembro as mães parturientes de Tucuruí, estão passando pelas maiores provações no momento em que vão dar a luz, as gestantes que lotam a maternidade municipal de Tucuruí, que funciona provisoriamente há três anos dentro de uma ala cedida pela direção do Hospital Regional de Tucuruí, estão sendo obrigadas a ficarem em camas improvisadas no chão das enfermarias da maternidade aguardando o momento do nascimento de seus filhos.

Denuncias dos familiares levaram a evidenciar a situação de descaso que passam dezenas de mães parturientes da cidade de Tucuruí, que procuraram o atendimento da saúde pública no momento de darem a luz, e foram internadas sentindo as dores do início do processo de parto, em colchões improvisados no chão da ala que atende a maternidade municipal da prefeitura dentro do Hospital Regional do Governo do Estado. São muitas as mulheres gestantes internadas nestas condições, o local não tem estrutura para atender a demanda, ocorrendo à superlotação, se instalando o caos generalizado, sendo necessário o “improviso”, onde as futuras mães em trabalho de parto são colocadas no chão da maternidade.

Segundo os profissionais que prestam serviços na maternidade, está humanamente impossível atender as gestantes, os leitos estão todos lotados, sendo obrigada a colocar as parturientes em colchões improvisados no chão das enfermarias, a autoclave aparelho de esterilização esta inoperante, sendo necessária a utilização do esterilizador do Hospital Regional.

Na maternidade esta faltando tudo, medicamentos, lençóis e cobertores, além da alimentação que chega após o horário das refeições, o local corre risco de infecção, em função a lotação excedente dos pacientes e a forma desumana que as gestantes são internadas no chão, onde tem que conviver com os gatos que perambulam pelo local diuturnamente.

O Hospital Regional de Tucuruí foi criado na década de 80 para absorver a demanda dos pacientes trabalhadores das obras de construção da Usina Hidrelétrica e Eclusas de Tucuruí, que no pico da obra chegaram a movimentar quase 100 mil trabalhadores em Tucuruí.

Atualmente figura como o Hospital Regional referência ao tratamento de Alta e Média Complexidade, que atende as demandadas dos sete municípios do entorno do Lago da Hidrelétrica de Tucuruí, a saber: Tucuruí, Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá, Itupiranga, Pacajá e Novo Repartimento.

Mas, que passa por uma situação de descontrole, em função da instalação da Maternidade Municipal de Tucuruí desde o mês de dezembro de 2010, com a desculpa do início das obras de reforma do Hospital e Maternidade Municipal de Tucuruí, localizado no antigo prédio do SESP no bairro Santa Mônica, sendo o atendimento da maternidade municipal transferido para dentro de uma ala do Hospital Regional, em um acordo firmado verbalmente entre o prefeito Sancler Ferreira (PPS) e o Secretário de Estado de Saúde Hélio Franco, sendo utilizada pela prefeitura toda a estrutura e os equipamentos do HRT. E passado três anos nenhuma obra foi iniciada na antiga maternidade, sendo “empurrada com a barriga” a solução com o início das obras da nova maternidade, por isso a superlotação e o caos no momento do parto das parturientes.

Passado três anos que a maternidade municipal está funcionando dentro do Hospital do Estado, repassando a responsabilidade da saúde básica do município ao governo do estado, em detrimento aos outros seis municípios pactuados, que são obrigados a realizar o atendimento das suas gestantes nas maternidades em seus municípios, enquanto que a administração municipal de Tucuruí está com sua maternidade dentro do Hospital Regional administrado pelo Governo do Estado do Pará.

É fato, que muitas denúncias já foram protocoladas no Ministério Público e na Sespa, ainda em 2010 foi elaborado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo Ministério Público através da Promotoria de Justiça de Tucuruí, que determinava o prazo de seis meses para a manutenção da maternidade no Regional, mas, infelizmente o gestor municipal Sancler Ferreira se negou a assinar o TAC, por isso, passado três anos, a situação da maternidade complicou-se ainda mais, e quem esta diretamente prejudicada, são as mães parturientes.

Ficando as gestantes expostas ao caos no momento que sentem a dor do parto e que se dirigem a maternidade municipal, colocando em risco as suas vidas e de seus bebês, que estão prestes a vir ao mundo, tudo ocorrendo em função à falta de investimento e de uma ação da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Tucuruí para garantir o atendimento as gestantes de Tucuruí.


A reportagem tentou diversos contatos com a assessoria do Secretário de Saúde de Tucuruí Charles Tocantins, sendo informado que ele estava fora do município, e apenas ele poderia esclarecer a situação que está passando a maternidade municipal.

Um comentário:

  1. Lamentável como a cidade está abandonada, com obras inacabadas por todo lado tanto na educação como na saúde, e a sociedade tucuruiense assiste a tudo passivamente. Nem os vereadores eleitos para defender, fiscalizar e cobrar pelo povo o atual prefeito, se manifestam. Realmente, pode-se concluir com isso que cada cidade, estado ou país tem o representante que merece. Afinal, foi o próprio povo quem colocou estes lá dentro.

    Jonnes

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