WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Desde o início do mês de
dezembro as mães parturientes de Tucuruí, estão passando pelas maiores provações
no momento em que vão dar a luz, as gestantes que lotam a maternidade municipal
de Tucuruí, que funciona provisoriamente há três anos dentro de uma ala cedida
pela direção do Hospital Regional de Tucuruí, estão sendo obrigadas a ficarem
em camas improvisadas no chão das enfermarias da maternidade aguardando o
momento do nascimento de seus filhos.
Denuncias dos familiares
levaram a evidenciar a situação de descaso que passam dezenas de mães
parturientes da cidade de Tucuruí, que procuraram o atendimento da saúde pública
no momento de darem a luz, e foram internadas sentindo as dores do início do
processo de parto, em colchões improvisados no chão da ala que atende a
maternidade municipal da prefeitura dentro do Hospital Regional do Governo do
Estado. São muitas as mulheres gestantes internadas nestas condições, o local
não tem estrutura para atender a demanda, ocorrendo à superlotação, se
instalando o caos generalizado, sendo necessário o “improviso”, onde as futuras
mães em trabalho de parto são colocadas no chão da maternidade.
Segundo os profissionais que
prestam serviços na maternidade, está humanamente impossível atender as
gestantes, os leitos estão todos lotados, sendo obrigada a colocar as parturientes
em colchões improvisados no chão das enfermarias, a autoclave aparelho de
esterilização esta inoperante, sendo necessária a utilização do esterilizador
do Hospital Regional.
Na maternidade esta faltando tudo, medicamentos, lençóis e cobertores, além da alimentação que chega após o horário das refeições, o local corre risco de infecção, em função a lotação excedente dos pacientes e a forma desumana que as gestantes são internadas no chão, onde tem que conviver com os gatos que perambulam pelo local diuturnamente.
O Hospital Regional de Tucuruí
foi criado na década de 80 para absorver a demanda dos pacientes trabalhadores
das obras de construção da Usina Hidrelétrica e Eclusas de Tucuruí, que no pico
da obra chegaram a movimentar quase 100 mil trabalhadores em Tucuruí.
Atualmente figura como o
Hospital Regional referência ao tratamento de Alta e Média Complexidade, que
atende as demandadas dos sete municípios do entorno do Lago da Hidrelétrica de
Tucuruí, a saber: Tucuruí, Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá, Itupiranga,
Pacajá e Novo Repartimento.
Mas, que passa por uma
situação de descontrole, em função da instalação da Maternidade Municipal de
Tucuruí desde o mês de dezembro de 2010, com a desculpa do início das obras de
reforma do Hospital e Maternidade Municipal de Tucuruí, localizado no antigo
prédio do SESP no bairro Santa Mônica, sendo o atendimento da maternidade
municipal transferido para dentro de uma ala do Hospital Regional, em um acordo
firmado verbalmente entre o prefeito Sancler Ferreira (PPS) e o Secretário de
Estado de Saúde Hélio Franco, sendo utilizada pela prefeitura toda a estrutura
e os equipamentos do HRT. E passado três anos nenhuma obra foi iniciada na
antiga maternidade, sendo “empurrada com a barriga” a solução com o início das
obras da nova maternidade, por isso a superlotação e o caos no momento do parto
das parturientes.
Passado três anos que a
maternidade municipal está funcionando dentro do Hospital do Estado, repassando
a responsabilidade da saúde básica do município ao governo do estado, em detrimento
aos outros seis municípios pactuados, que são obrigados a realizar o
atendimento das suas gestantes nas maternidades em seus municípios, enquanto
que a administração municipal de Tucuruí está com sua maternidade dentro do
Hospital Regional administrado pelo Governo do Estado do Pará.
É fato, que muitas denúncias
já foram protocoladas no Ministério Público e na Sespa, ainda em 2010 foi
elaborado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo Ministério Público através
da Promotoria de Justiça de Tucuruí, que determinava o prazo de seis meses para
a manutenção da maternidade no Regional, mas, infelizmente o gestor municipal
Sancler Ferreira se negou a assinar o TAC, por isso, passado três anos, a
situação da maternidade complicou-se ainda mais, e quem esta diretamente
prejudicada, são as mães parturientes.
Ficando as gestantes expostas
ao caos no momento que sentem a dor do parto e que se dirigem a maternidade
municipal, colocando em risco as suas vidas e de seus bebês, que estão prestes
a vir ao mundo, tudo ocorrendo em função à falta de investimento e de uma ação
da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Tucuruí para garantir o
atendimento as gestantes de Tucuruí.
A reportagem tentou diversos
contatos com a assessoria do Secretário de Saúde de Tucuruí Charles Tocantins,
sendo informado que ele estava fora do município, e apenas ele poderia
esclarecer a situação que está passando a maternidade municipal.
Lamentável como a cidade está abandonada, com obras inacabadas por todo lado tanto na educação como na saúde, e a sociedade tucuruiense assiste a tudo passivamente. Nem os vereadores eleitos para defender, fiscalizar e cobrar pelo povo o atual prefeito, se manifestam. Realmente, pode-se concluir com isso que cada cidade, estado ou país tem o representante que merece. Afinal, foi o próprio povo quem colocou estes lá dentro.
ResponderExcluirJonnes