Inédito: Câmara de Vereadores terá duas sessões nesta terça-feira uma em Tucuruí e outra em Belém

 Os vereadores: Dodô (PT do B), Cleuton Marques (PR), Bena Navegantes (PP) , Pé de Ferro (PRTB), Cantão (PPS), Irmão Marajá (PSC) e Peri Araújo (PSD) estiveram no Ministério Público para tomarem ciência da folha de pagamento da PMT e anunciaram afastar Sancler Ferreira para apuração das irregularidades cometidas

Os três mosquiteiros de Sancler: Jairo Holanda, Davison Free Way e Dioney Tadinni "um por todos e todos por Sancler"

WELLINGTON HUGLES

De Tucuruí

Foto: Wellington Hugles

Se não fosse trágico seria cômico, dos 13 vereadores empossados no último dia 1º de janeiro, 7 vereadores a saber: Bena Navegantes (PP) , Cleuton Marques (PR), Dodô (PT do B), Pé de Ferro (PRTB), Florival Lima (PPS), Peri Araújo (PSD) e Deley Santos (PPS), descontentes com as inúmeras promessas não cumpridas de atendimento das indicações de obras e serviços em benéfico a população dos diversos bairros da cidade, nas áreas de atuação dos parlamentares, e após tomarem conhecimento da denúncia publicada no Jornal de Tucuruí e no Diário do Pará, dando conta de um “esquema” que compromete a folha de pagamento do município em 70 % da arrecadação dos cofres da municipalidade por mês, iniciariam uma grande movimentação para cobrar do prefeito Sancler Ferreira (PPS) o esclarecimento dos gastos com a contratação de mais de 4 mil funcionários, bem como as denúncias de nepotismo, arrecadação ilegal de salários de fantasmas, funcionários que constam na folha de contratados, comissionados e efetivos que estão fora da cidade, mas, continuam recebendo integralmente seus vencimentos, bem como, o crime capitulado na Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal que rege que o município não pode comprometer mais do que 54 % com a folha de pessoal.

Depois de diversas reuniões os vereadores montaram um “grupão” com 10 vereadores: Bena Navegantes (PP), Cleuton Marques (PR), Dodô (PT do B), Pé de Ferro (PRTB), Florival Lima (PPS), Peri Araujo (PSD), Deley Santos (PPS), Irmão Marajá (PSC), Jose Vieira (PDT) e Cantão (PPS). Que estavam afinados para na sessão legislativa desta terça-feira, estudarem a denuncia do escândalo da folha de pagamento da prefeitura, e após analise estariam dispostos a aprovarem o afastamento do prefeito Sancler Ferreira, para que fosse apurada a denúncia de crime de nepotismo, favorecimento ilícito e de responsabilidade fiscal.

Tudo certo para a realização da sessão em Tucuruí, mas, após um final de semana movimentadíssimo, e, atendendo ao pedido do prefeito Sancler Ferreira (PPS), que viajou para aguardar seus asseclas em Belém, os “soldados de Sancler”, caíram em campo e conseguiram agendar para a terça-feira uma sessão itinerante da Câmara de Tucuruí, que ocorrerá em um hotel de luxo na cidade de Belém, fato inédito e inovador para o legislativo tucuruiense, mas corriqueiro para o prefeito Sancler Ferreira que em 2010 transferiu seu gabinete administrativo para a capital paraense.

Segundo fontes fidelíssimas, já estavam hospedados em hotel cinco estrelas em Belém, os vereadores, a saber: Davison Free Way (PSDB), Dionei Tardinni (PSDB), Jairo Holanda (PSDB), Irmão Marajá (PSC), Jose Vieira (PDT) e Cantão (PPS).

Na pauta da sessão itinerante com o prefeito Sancler Ferreira, a aprovação da divisão igualitária dos cargos públicos, onde cada vereador “aliado” será beneficiado com 100 vagas na prefeitura para a lotação de seus eleitores, e uma ajuda de custo mensal além do salário de R$ 8 mil mensais e mais as diárias, um abono no pequeno valor mensal de R$ 50 mil tudo custeado pelos cofres da mãe prefeitura, onde no final das contas a população é quem paga a fatura.

As carências dos vereadores são muitas, mas, a proposta que será discutida com o prefeito, pode novamente se transformar em mais um engodo, apenas para afugentar os revoltosos de Tucuruí, colocá-los em descredito com a população e momentaneamente apagar o fogo e acalmar os rebeldes, servindo apenas como mais uma lição de aprendizagem do “mestre dos magos” da mentira e da enrolação.

Quem viver verá que “palavras ficam ao vento” e que de promessas até Santo Antônio bateu o pé, em Tucuruí será cumprida, uma coisa é verídica, de tantas promessas para seus aliados Sancler já ficou foi careca.

Por outro lado, o grupo dos seis vereadores está fortificado, e não abrem mão de defender até o fim dos seus mandatos a população, sabemos que política não se faz sem recursos, mas, as últimas eleições mostraram que mentira e enganação não reelegem ninguém.

Historicamente em seus 65 anos, Tucuruí nunca tinha cometido a imprudência de reeleger um gestor, foi uma experiência desastrosa, e que a população já está pagando muito caro por este erro, quer seja para o prefeito, quer seja para os vereadores de sua base aliada, que não tem nenhum principio quando na frente deles estão os reais dos cofres públicos.

E não esquecendo, que o gestor tem 4 mil pessoas trabalhando contratadas e nomeadas, devido a isso, teve condições de decidir a eleição, haja vista, ter obrigado que os seus contratados multiplicassem estes 4 mil empregos em 5 votos cada um, ou seja, se os 4 mil funcionários que dependem do prefeito para sobreviver saiam em caminhadas pelas ruas da cidade levantando sua bandeira e pedindo pelo menos cada um 5 votos, teria 20 mil votos, como ele teve 30 mil votos, seus funcionários pagos pelos cofres da prefeitura trabalharam muito bem em sua reeleição.

Mesmo com duas sessões previstas para esta terça-feira, os vereadores farão a abertura da sessão em Tucuruí e os “aliados” de Sancler uma reunião em Belém, onde o pêndulo da balança de ambos os grupos e o vereador Deley Santos (PPS), que poderá fazer a diferença em seu posicionamento, mas, sabendo que o vereador encontra-se na capital para reunião de preparação para o jogo do Independente no final de semana, o resultado deste embate entre os vereadores e o prefeito deverá se estender por um período bem duradouro.