Promotor estadual Charles Teixeira ladeado pelos procuradores federais Paulo Marques e Felício Pontes Jr.
Mesa de autoridades na audiência pública promovida pelo MPF
Idosos da melhor idade expropriados da UHE Tucuruí exigem o cumprimento das condicionantes com suas indenizações "empurradas com a barriga" há anos pela Eletrobras Eletronorte
Deputado Wandekolk Gonçalves em seu pronunciamento na audiência pública em Tucuruí
Wellington Hugles pediu explicações dos motivos reais, que a gestão municipal
não resolveu até hoje a falta do fornecimento de carne bovina na cidade através
de um abatedouro da municipalidade, e o porquê que após três anos o novo cemitério
ainda não esta em funcionamento
Wellington Hugles, Charles
Teixeira e o procurador federal Felício Pontes Jr.
Os idosos expropriados a 30 ano das obras da Usina de Tucuruí, com o procurador federal Felício Pontes e o promotor Charles Teixeira
População ouviu o chamado do MPF e participou em massa da audiência
O vereador Cleuton Marques falou da vital importância da permanência do Ibama em Tucuruí
Prédio onde funciona o escritório do Ibama em Tucuruí cedido pela Eletronorte ate maio de 2014 através da intervenção do MPF de Tucuruí
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington
Hugles
Através da iniciativa do procurador da República em Tucuruí Paulo Rubens
Carvalho Marques, o Ministério Público Federal (MPF) realizou durante a manhã
de ontem no Centro de Convenções em Tucuruí, sudeste do Pará, audiência pública
para discussão sobre a importância da manutenção do escritório regional do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),
que através de determinação do Ministério do Meio Ambiente terá seu
funcionamento suspenso, sendo transferido para a cidade de Marabá.
Para o procurador federal Felício Pontes Jr., que esteve presente a
audiência, a manutenção do escritório regional do IBAMA em Tucuruí e necessário
para a garantia da defesa do meio ambiente na região, com isso, dar
oportunidade para que as ações do órgão estejam mais próximas à população dos
municípios de atuação como: Tucuruí, Baião, Pacajá, Goianésia do Pará, Breu Branco
e Novo Repartimento.
O deputado Federal Wandekolk Gonçalves esteve presente e esclareceu que
a retirada do escritório do IBAMA na região, é um desmando sem proporções,
“estaremos futuramente acompanhando as obras de conclusão da Hidrovia Araguaia
Tocantins, então, estas obras vão realizar a degradação do rio, e seus trapiches,
assim como as suas praias, e a quem esta população vai recorrer”.
Na verdade
observando todas às outras vezes que trabalhamos pelo cumprimento das metas das
condicionantes dos pescadores e expropriados, sempre temos que nos contentar
apenas com as promessas e as possibilidades de suas resoluções, na verdade, o
que vem ocorrendo é, “os justos, pagam pelos pecadores, e os injustos recebem
pelos pescadores”.
O gerente da regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Marabá Edevar Sovete, foi incisivo em
anunciar que por determinação do Ministério do Meio Ambiente, “é apenas questão
de tempo para a desmobilização completa do órgão em Tucuruí, haja vista, que já
foram transferidos para diversos outros locais os funcionários que estavam
lotados na cidade, e que atendiam a toda a região do Lago de Tucuruí tanto a
jusante como a montante”.
Segundo Sovete, isso já é uma decisão irreversível, sendo inclusive
entregue o imóvel que era ocupado pelo órgão na Vila Residencial da Usina
Hidrelétrica de Tucuruí. “Com o fechamento do escritório de Tucuruí, teremos um
reforço do trabalho em Marabá, onde a população poderá se deslocar a procura
dos serviços do IBAMA”.
Após a promulgação da Lei Complementar Nº 111/2011, o IBAMA passou a ter
limitações em suas ações de fiscalização e licenciamento, passando para a
responsabilidade das Secretarias de Meio Ambiente dos estados e municípios,
sendo este um dos maiores motivos do fechamento do escritório em Tucuruí,
esclareceu Sovete.
Durante mais de quatro horas, a audiência pública aconteceu com a
participação popular e dos representantes das entidades de classe, dando suas
opiniões e realizando questionamentos às autoridades presentes.
O Promotor de Justiça do Estado Charles Teixeira, esclareceu que, “o
escritório do IBAMA na cidade de Tucuruí, é de suma importância, inclusive, tem
que ser ampliado e modernizado, para evitar a degradação das riquezas da
região”.
Estiveram presentes na audiência os vereadores de Tucuruí e de Baião,
além do comandante do CPR IV Coronel Barata e do comandante do Policiamento
Ambiental Major Sebastião.
O Procurador da República Paulo Marques, comemorou a participação
popular e dos representantes dos órgãos públicos, infelizmente, tanto o
presidente do IBAMA a nível nacional como o superintendente no Pará, não
estiveram presentes a audiência, mas, isso não terá influência nos encaminhamentos
que aqui serão tomados, haja vista, que na apuração realizada pelo MPF aponta
que o diálogo social sobre a decisão do IBAMA deve levar em conta, sobretudo,
as peculiaridades da região, como a presença de terras indígenas, os
permanentes impactos decorrentes da instalação, ampliação e operação da Usina Hidrelétrica
de Tucuruí, a pesca predatória no rio Tocantins, a extração ilegal de madeira e
as carvoarias irregulares, que muitas vezes submetem trabalhadores a condições
análogas às de escravos, dentre outras questões.
Ao final o procurador da República Paulo Marques, após ouvir atentamente
o representante da regional do IBAMA de Marabá Edevar Sovete, informou que já
intermediou junto a Eletrobrás Eletronorte a manutenção da cessão do prédio
onde funciona o escritório do IBAMA na Vila Permanente prorrogando a ocupação até
31 de maio de 2014, e estará aguardando documentos das Secretarias de Meio
Ambiente dos municípios do entorno do Lago que necessitam da permanência do
escritório do IBAMA na região.
Encaminhará à presidência do IBAMA e ao Ministério de Meio Ambiente em
Brasília, cópia da ata desta audiência pública, e expediente demostrando a
necessidade da manutenção do escritório em Tucuruí, além de sua ampliação para
garantir maior atendimento as necessidades e carências ambientais da região.
Segundo Paulo Marques, se após estas ações o IBAMA ainda manter a
posição do fechamento do escritório de Tucuruí, será peticionada Ação
Civil Pública com pedido de liminar junto a Justiça Federal para a garantia da
manutenção e permanência do escritório em Tucuruí.
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