domingo, 3 de março de 2013

Matéria publicada no O Liberal: Amat respira novos ares com Sancler


O Liberal
Belém 03 de Março de 2013
Caderno Poder      
Municípios
Amat respira novos ares com Sancler
Sancler Ferreira derrotou João Salame, o candidato de Helder Barbalho

Nos próximos dois anos em que estará à frente da Associação dos Municípios do Araguaia, Tocantins e Carajás (Amat), o prefeito de Tucuruí, Sancler Ferreira, eleito presidente da entidade no último dia 22, por 25 votos a 11 dados ao prefeito de Marabá, João Salame, a quem pouco serviu o apoio do atual presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado Pará (Famep), Helder Barbalho, que saiu derrotado. Sancler, que teve apoio do governador Simão Jatene, pretende unir os municípios associados e criar um canal de interlocução com os governos federal e estadual, empresários e políticos, com o objetivo de garantir maior número de recursos, projetos e ações para a região. Em entrevista a O LIBERAL, ele fala sobre sua eleição para presidente da Amat, o comportamento de seus adversários, o apoio que recebeu do governador e a decisão de João Salame de deixar a entidade após a derrota. "Para mim é uma honra ter o apoio do governador. Ele (Salame) também teve apoio da Famep, de outros deputados que estavam lá. Em todo processo eleitoral ninguém fica órfão. Ele acabou de eleger o presidente da Câmara, e a Câmara é o Poder Legislativo, independente. A presidenta Dilma não elegeu Renan Calheiros no Senado e Henrique Alves na Câmara Federal? Não teve uma disputa na Assembleia e o candidato que teve apoio do Governo, Márcio Miranda, não se elegeu? Todo mundo tem apoio de alguém", disse. "Eu tenho uma relação muito boa com o Governo. Dez dias antes da eleição, eu era o único candidato [à presidência da associação]. Tinha viajado toda a região, conversado com quase todos os prefeitos. Na verdade, a candidatura dele foi para competir por causa de diferenças políticas e não por diferenças ideológicas, filosóficas, porque nós defendemos as mesmas coisas. Nós somos, inclusive, do mesmo partido. Então, essa [saída da entidade] é uma reação não elogiável, e eu tenho relação muito boa com o Governo, me honra isso e é essa relação boa que quero fazer com toda a região", completou Sancler. Veja a entrevista.
Liberal - Quais são suas principais metas à frente da Amat?
Sancler -Eu conversei muito claramente com os prefeitos, que a minha vinda, minha candidatura, era muito por conta de fazer uma interlocução melhor dos governos, todos os entes, seja estadual, federal, as empresas de iniciativa privada que têm serviços na região, com os municípios. Às vezes se faz dessas associações trincheiras políticas e às vezes até de oposição a um governo ou outro. No meu município, por exemplo, eu peguei recursos de vários deputados, de vários partidos. Esse é o momento nosso, dos prefeitos que recém saíram do processo eleitoral, e quem têm muitos compromissos com os seus municípios. Não dá para a gente agora montar uma trincheira de vaidade pessoal, de querer fazer oposição ao governo A ou B e estabelecer essa contenda com alguém, porque nosso compromisso é com a população. Essa foi a nossa proposta. Por isso nossa chapa se chamou "União e Diálogo". Vamos fazer um diálogo que a Amat já vinha carecendo.
Liberal - Então o senhor pretende unir os municípios para buscar recursos e projetos voltados àquela região?
Sancler - Exatamente, sem distinção, como foi falado antes do processo eleitoral, que não há nem vencedor nem vencido. Nós reunimos lá 37 prefeitos que escolheram o presidente da Associação. Essa pessoa tem o papel de fazer essa interlocução. Não tenho outra vaidade a não ser fazer isso. Aliás, estou fazendo porque estou no segundo mandato. O município está relativamente organizado. Se tivessem me feito esse convite há quatro anos eu não teria aceitado, porque recebi o município destroçado, igual a muitos prefeitos novos que têm se queixado que estão recebendo o município nessa condição, como exemplo o prefeito de Marabá. Acho que ele tem um compromisso maior agora com o município dele.
Liberal - Quais são os principais problemas da região?
Sancler - Nós temos problemas dos mais graves aos mais simples. Temos a questão da saúde, da educação, estradas. A questão das estradas no sul e sudeste do Pará é terrível. Ou seja, têm municípios lá potencialmente ricos, você vê a região de Xinguara, de Redenção, e daqui a pouco está para sair de lá só de avião. Então, têm problemas que os deputados nossos da região vão ter que envolver, porque têm muitas estradas federalizadas. Temos por exemplo a questão da Alpa, do derrocamento do Pedral do Lourenço. Se investiu lá um bilhão de reais na construção das eclusas de Tucuruí, mas a hidrovia não se encerra só com a construção das eclusas. Tem que fazer o derrocamento do pedral do Lourenço, para chegar essa hidrovia de Belém, Barcarena, até Marabá. É algo em torno de 40 quilômetros para fazer o canal. Esse derrocamento estava no PAC, saiu do PAC, tentou-se fazer com que a Vale fizesse isso, mas no compromisso a Vale tinha que construir a Alpa, e agora voltou de novo para o PAC. Então essa é uma questão que todos os políticos do Estado têm que se fazer presentes. É importante fazer essa união, esse diálogo, deixar de lado o processo político, se é partido A, B ou C. Quando chegar a época da eleição, cada um tem seu compromisso político. É importante que se diga que nós todos defendemos o Estado de Carajás, mas vai ser uma realidade para mais daqui a algum tempo. Não podemos ficar com isso como única bandeira, sem deixar de cuidar do hoje. Temos que cuidar do hoje. Essa é uma bandeira que une todos nós e o Governo do Estado é muito importante nesse processo.


Liberal - O prefeito Salame disse após a eleição que alguns prefeitos votaram com o governador do Pará e contra a criação do Estado de Carajás. O que você acha desta afirmação?
Sancler - Sinceramente eu acho a luta pelo Carajás uma bandeira importante e vamos continuar esta luta. No entanto, penso que não podemos colocar questões pessoais acima dos interesses de uma região inteira. Se queremos fortalecer e buscar recursos para os municípios é claro que temos que dialogar com os governos em todas as esferas. Quem votou em nossa chapa certamente quer a criação do Estado do Carajás, mas acima de tudo quer recursos e crescimento para o seu município. Uma coisa não inviabiliza a outra. Engraçado é que minutos antes da eleição o prefeito Salame disse que independentemente do resultado do pleito, a Amat deveria permanecer unida. No entanto, ele foi o primeiro a se colocar em posição de divergência. O projeto de Carajás é de toda uma população e não pode, de forma nenhuma, ser propriedade de um prefeito ou partido.
Liberal – Como o senhor avalia o comportamento dos seus adversários durante a campanha para eleição da diretoria da Amat?
Sancler - Eu até fico meio sem jeito para falar disso. Prefiro achar que foi só uma ressaca do processo eleitoral. Até porque, antes de começar o processo, todos foram unânimes em dizer que ao final não teríamos nem vencedor e nem vencidos, que a Amat era maior que todos nós, que todos iriam se respeitar e partir unidos. Então, quando houve o resultado, houve por parte do prefeito que perdeu uma manifestação que eu quero achar que é apenas fruto do resultado momentâneo. Marabá é importante para a nossa região. O prefeito nem tem o direito de fazer isso por questão pessoal, porque Marabá é a nossa referência, nosso centro de gravidade, centro econômico da nossa região. Agora, num processo de escolha existem duas possibilidades: ou você ganha ou perde. Então não foi uma reação elogiável, mas é até natural e eu estou pronto para conversar com o prefeito Salame e outros prefeitos para continuarmos com a nossa união.
Liberal - O fato do senhor e de João Salame serem do mesmo partido não gerou problemas e atritos no PPS?
Sancler - De forma alguma. Eu vou te fazer uma revelação. Bem antes da eleição, eu encontrei com o Salame em um evento da Famep. Nesta ocasião, ainda não éramos candidatos e ele me falou que não sairia candidato a presidência da Amat devido aos inúmeros problemas que ele encontrou em Marabá. Neste encontro, o Salame me disse que se eu fosse candidato ele votaria em mim. Na verdade, eu só vim saber da candidatura dele por terceiros, uns dez dias antes da eleição.


Liberal - Ele fez várias denúncias durante o processo, até de que o governador interferiu na campanha. O que o senhor achou desse comportamento?
Sancler - Olha, que isso fique registrado. Para mim é uma honra ter o apoio do governador. Ele também teve apoio da Famep [presidida por Helder Barbalho], de outros deputados que estavam lá. Em todo o processo eleitoral ninguém fica órfão. Ele acabou de eleger o presidente da Câmara e a Câmara é um Poder Legislativo, independente. A presidenta Dilma [Rousseff] não elegeu Renan Calheiros no Senado e Henrique Alves na Câmara Federal? Não teve uma disputa na Assembleia e o candidato que teve apoio do Governo, Márcio Miranda, não se elegeu? Todo mundo tem apoio de alguém. Eu tenho uma relação muito boa com o governo. Dez dias antes da eleição, eu era o único candidato. Tinha viajado toda a região, conversado com quase todos os prefeitos. Na verdade, a candidatura dele foi para competir por causa de diferenças políticas e não por diferenças ideológicas, filosóficas, porque nós defendemos as mesmas coisas. Nós somos, inclusive, do mesmo partido. Então, essa é uma reação não elogiável e eu tenho relação muito boa com o Governo, me honra isso e é essa relação boa que quero fazer com toda a Região. Tenho três audiências marcadas com três prefeitos e não estou olhando quem votou em mim e não votou e vou fazer isso. Vou levar secretários de Estado para reunir lá em Marabá com determinado grupo de prefeitos, lá na região do Araguaia, lá na região de Redenção, para ver nossa realidade. Não tenho vaidade de sentar na cadeira da Amat.
Liberal - De que maneira a decisão do prefeito João Salame atinge a Amat?
Sancler - Eu acho que o prefeito João Salame vai rever essa posição, no calor do resultado da eleição. Nós todos somos amigos na região. Alguns prefeitos vão conversar com ele. Marabá é importante para a Amat, para nós todos e eu prefiro responder assim.
Liberal - Este bom relacionamento com o governo do Estado vai gerar bons frutos para a Amat?
Sancler - O governador Simão Jatene tem se mostrado muito sensível e preocupado com os problemas dos municípios de nossa região. É claro que uma vez à frente da Amat não pouparei esforços no sentido de canalizar recursos para nossos municípios. Já estou discutindo com o governador uma agenda de visitas aos municípios, para verificarmos de perto os principais problemas e a busca de soluções a curto prazo.

Grifo Nosso:
Um pequeno resumo da matéria publicada em uma página inteira do Jornal O Liberal deste Domingo (3), teve como meta apenas mostrar o grande interesse da ORM, de apimentar a briga entre os dois meios de comunicação do Pará, desta feita, mostrando que o candidato de Helder Barbalho presidente da Famep, para a Amat o prefeito de Marabá João Salame, foi derrotado por Sancler Ferreira prefeito de Tucuruí, indicado pelo governador Simão Jatene,
Por outro lado, na entrevista, em nenhum momento observamos propostas de investimentos, principalmente para o município de Tucuruí, que atravessa uma das maiores crises econômicas, marcada com o maior índice de desemprego já registrado nos últimos anos.
Mas, e perceptivo, nas entrelinhas, o aquecimento dos ‘tambores’ com a preparação do nome de Sancler a nível estadual, com vistas, as eleições de 2014, haja vista, que Sancler foi reeleito prefeito de Tucuruí, e, diga-se de passagem, com uma grande margem de votos, com isso, tendo que trabalhar para postular uma ascensão política nas próximas eleições, correndo o risco de ficar sem mandato.
E claro que a parceria e a dobradinha entre o PSDB e o PPS deve ser renovada, e o postulante a vaga de vice no palácio dos despachos do Pará, com o andar da carruagem, esta mais do que definida com o nome de Sancler Ferreira.
Realizando uma pesquisa na história recente das eleições a governadoria do Pará, encontramos no ano de 1998, o registro de um tucuruiense, nascido e criado e que por duas oportunidades administrou o município de Tucuruí o atual Deputado Estadual Parsifal Pontes representando a região Sul e Sudeste, disputou as eleições na chapa como vice-governador do atual Senador Jader Barbalho, mas, que naquela eleição não se sagraram vencedores, sendo eleito para governador do Pará Almir Gabriel.

2 comentários:

  1. Mesmo tendo o de apimentar a briga entre os dois meios de comunicação do Pará, podem ter total certeza que houve pagamento para a matéria ter tal destaque e o dinheiro todos sabem de onde deve ter saído. Ou vocês acham que o Liberal morre de "amor" pelo Sancler de graça? Esta eleição de 2014, que já começou, vai arrasar ainda mais a prefeitura de Tucuruí, se a justiça não se manifestar e sabemos que por aqui isto seria um milagre! O Diário deveria mostrar o matadouro municipal da administração do Sancler!

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  2. Novos ares com Sancler? Será que novos ares são os que são emanados pelo matadouro municipal?

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