Um grupo de índios, de etnias ainda não confirmada, colonos e ribeirinhos invadiram, invadiram logo pela manhã desta
quinta-feira (21), o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte (UHBM) no sítio Pimental,
em Altamira, oeste do Pará. Logo cedo antes mesmo dos funcionários chegarem para troca de turno de trabalho, dezenas de indígenas chegaram a pés no local e tomaram de conta da entrada do canteiro, os funcionários foram dispensados do trabalho retornando para Altamira.
Segundo informações do
Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela execução da obra,
cerca de 60 pessoas estão no local. "A primeira medida que tomamos foi
paralisar as atividades para garantir a segurança dos trabalhadores e dos
próprios índios. Ainda não fomos informados do motivo da invasão", afirmou
o assessor de imprensa do CCBM.
Ainda, de acordo com o
consórcio, as negociações com os índios devem ser feitas através da Norte
Energia que deve enviar um representante para as devidas providências.
O canteiro da obra invadido
foi o Sítio Pimental, o principal onde as obras estão mais adiantadas.
As informações da empresa
Norte Energia dão conta que é uma ocupação pacífica. Gerentes e equipe da Norte
Energia já estão no local dialogando e recebendo as reivindicações. A Força
Nacional também está no local com cerca de 12 homens.
No site da Ong Xingu Vivo a
advogada de direitos humanos, Maíra Irigarai, que acompanha a ação a pedido das
lideranças indígenas, relata que os protestos têm diferentes reivindicações.
"Os povos da região estão sofrendo muitos impactos com o avanço das obras de
Belo Monte, que afetam também o rio e os peixes".
Segundo a advogada, os
moradores da comunidade do Km 45, vivem ao lado da obra e relatam que estão sem
energia elétrica e sofrendo com a desinformação promovida por funcionários da
Norte Energia, que segundo os colonos estão dizendo que a terra não é mais
deles.
Manifestantes dos povos
Xipaia, kuruaya e Canela, de uma área ainda não demarcada, conhecida como
Jericoá, denunciam não ter sido incluídos no PBA, plano oficial de mitigação
dos impactos de Belo Monte. Vivendo há cerca de 10 km das obras, estão sem
poços artesianos, com dificuldade de encontrar peixes no rio e suas embarcações
não suportam o sistema de transposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário