Hospital Regional de Tucuruí com a bactéria Klebsiella
O diretor do HRT Devaldo Rodrigues dos Santos
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles
Desde os primeiros dias do ano
de 2013, os familiares dos internos do Hospital Regional de Tucuruí vêm
denunciando a proliferação de uma provável infecção hospitalar no HRT, que já
foi identificada pela equipe de monitoramento, sendo conhecida como a
superbactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), mas, em função de ter
sido identificada apenas na UTI Adulto e na UTI Neonatal, na época não causou
grande preocupação, mas que passado o tempo à situação esta perdendo o controle
e estão expostos ao contagio todos os pacientes internos, bem como os
visitantes, funcionários e os acompanhantes dos pacientes.
No último mês de fevereiro a
equipe de reportagem, esteve nas dependências do HRT realizando visita e
observando a dimensão do contágio, dos doze pacientes que realizaram cirurgias
e que se encontravam internados na UTI Adulto, cinco tinham adquirido a
bactéria Klebsiella, devido à exposição ao ambiente, sendo infectados com esta
superbactéria. Sendo obrigados a passarem por tratamento com antibióticos que
se mostram efetivas para o tratamento das infecções hospitalares pela bactéria
KPC.
Em função a grande demanda do
medicamento, por diversas vezes houve a falta do antibiótico, e por este motivo
a preocupação dos familiares, haja vista, a bactéria ficar mais resistente no
período da suspensão do medicamento, e com isso, sua probabilidade de mutação é
ainda maior.
Os familiares responsabilizam o
diretor Devaldo Rodrigues, pela omissão na aquisição emergencial do
antibiótico, por alegar que o produto não esta disponível a nível regional.
É fato, que a equipe de
reportagem procurou o diretor do HRT Devaldo Rodrigues dos Santos, por diversas
vezes, sendo orientado por ele que acionássemos a médica infectologista
Henriana Soares Serra, que coordena a equipe de prevenção a infecções
hospitalares, a médica informou que o HRT adquiriu recentemente, e passou a ser
um dos hospitais privilegiados do país que conta com um aparelho que identifica
a existência de infecção hospitalar, inclusive o hospital sempre teve infecções
de bactérias, mas, agora é que podemos identifica-las com maior exatidão,
realmente existe tanto na UTI Adulto como na UTI Neonatal a identificação da
bactéria Klebsiella, mas que todas as medidas serão adotadas para solucionar o
problema.
Passado mais de 90 dias após a
comunicação ao diretor do HRT Devaldo Rodrigues da infecção hospitalar, de que,
diversos pacientes internos estavam acometidos com a superbactéria, nenhuma
medida administrativa emergencial foi tomada por Devaldo, para resolver o problema,
Inclusive, o medicamento ainda continua a faltar nas prateleiras da farmácia do hospital, deixando
os pacientes infectados imunes a ação da Klebsiella que pode causar pneumonia,
infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades
que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes mortal.
Na tentativa de esclarecer as
medidas que a direção do HRT estaria tomando para equacionar a ação da infecção
hospitalar, que se alastra na casa de saúde, na manhã desta quarta-feira (20),
novamente a equipe de reportagem esteve com o diretor Devaldo Rodrigues e solicitou
seu posicionamento com referência as ações causadas pela Klebsiella, sendo
repassado pelo gestor da casa de saúde a seguinte orientação, ”Se quiserem
saber qualquer informação sobre este assunto procure o Secretário de Saúde do
Estado”. Então com a palavra o secretario Hélio Franco para quem foi repassada
a responsabilidade pela infecção generalizada dentro do espaço do Hospital
Regional de Tucuruí.
A bactéria KPC (Klebsiella
Pneumoniae Carbapenemase), conhecida como “superbactéria”, foi identificada
pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter sofrido uma
mutação genética, que lhe conferiu resistência a múltiplos antibióticos (aos
carbapenêmicos, especialmente) e a capacidade de tornar resistentes outras
bactérias. Essa característica pode estar diretamente relacionada com o uso indiscriminado
ou incorreto de antibióticos.
Conheça a Superbactéria
Klebsiella - A bactéria KPC pode ser encontrada em fezes, na água, no solo, em
vegetais, cereais e frutas. A transmissão ocorre em ambiente hospitalar,
através do contato com secreções do paciente infectado, desde que não sejam
respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene.
A KPC pode causar pneumonia,
infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades
que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes,
mortal.
Crianças, idosos, pessoas
debilitadas, com doenças crônicas e imunidade baixa ou submetidas a longos
períodos de internação hospitalar (dentro ou fora da UTI) correm risco maior de
contrair esse tipo de infecção.
A resistência aos antibióticos
não é um fenômeno novo nem específico da espécie Klebsiella. Felizmente, esses
germes multirresistentes não conseguem propagar-se fora do ambiente hospitalar.
Sintomas - Os sintomas são os
mesmos de qualquer outra infecção: febre, prostração, dores no corpo,
especialmente na bexiga, quando a infecção atinge o trato urinário, e tosse nos
episódios de pneumonia.
Diagnóstico - A confirmação do
diagnóstico se dá por meio de um exame de laboratório que identifica a presença
da bactéria em material retirado do sistema digestivo. Infelizmente, nem todos
os hospitais estão suficientemente aparelhados para realizar esse exame.
Prevenção - A prevenção é
fundamental no controle da infecção hospitalar. Por isso, todos os pacientes
portadores da bactéria KPC, mesmo que assintomáticos, devem ser mantidos em
isolamento.
Lavar as mãos com bastante
água e sabão e desinfetá-las com álcool em gel são medidas de extrema eficácia
para evitar a propagação das bactérias. Esses recursos devem ser utilizados,
tanto pelos profissionais de saúde que lidam com os doentes, como pelas
visitas.
Outras formas de prevenir a
propagação das bactérias incluem o uso sistemático de aventais de mangas
compridas, luvas e máscaras descartáveis, sempre que houver contato direto com
os pacientes, a desinfecção rotineira dos equipamentos hospitalares e a
esterilização dos instrumentos médico-cirúrgicos.
Tratamento - Existem poucas
classes de antibióticos que se mostram efetivas para o tratamento das infecções
hospitalares pela bactéria KPC. Daí, a importância dos cuidados com a
prevenção.
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