Famílias atingidas pela enchente são levadas para abrigos públicos

Fotos: Wellington Hugles

28 famílias, totalizando 108 pessoas já estão alojadas precariamente nas dependências da Expotuc

Desabrigados reclamam a falta de assistência da Prefeitura de Tucuruí que tem garantido apenas água em abundância nas caixas

Os marcadores da Eletrobás Eletronorte no bairro do Mangal já registram 10,60 m

A parte baixa da cidade na Matinha já esta no fundo, ninguém identifica o fim do cais e o início do Rio Tocantins

Os moradores abandonaram suas residencias dragadas pelas aguas do Rio Tocantins

 Apenas os cachorros foram deixados para trás, após a subida repentina do nível do Rio Tocantins

Muito lixo nos córregos e igarapés da cidade impedindo a vazão das aguas para o Rio Tocantins

Com a subida do rio muitas casas serão alagadas aumentando o numero de desabrigados na cidade

Com a subida do rio a Avenida Lauro Sodré começa a ser inundada e colocando as famílias em alerta da enchente

Cerca de 28 famílias do bairro da Matinha, foram transferidas de suas residências em função do aumento do nível do Rio Tocantins que já ultrapassa 10,60 metros.

Desde o dia 18 de fevereiro os familiares dos moradores da parte baixa da cidade na Matinha, viviam uma rotina inusitada, à noite as águas do Rio Tocantins subiam e levavam as famílias ao fundo sem condições de dormir e pela manhã as águas diminuíam, neste sentido a Defesa Civil do Pará, através da coordenadora em Tucuruí Nédia Coelho, resolveu transferir as primeiras famílias que tiveram suas casas alagadas preventivamente para os alojamentos na área do Parque de Exposição de Tucuruí – Expotuc.

Atualmente cerca de 28 famílias, totalizando 108 pessoas, já se encontram alojadas na Expotuc, mas reclamam da péssima estrutura de moradia e a falta de assistência da prefeitura aos desabrigados.

A desabrigada Maria Fernandes, 57 anos, esclareceu que nos anos anteriores as famílias recebiam uma ajuda da Prefeitura de Tucuruí como cesta básica, pão, leite e um botijão de gás, passado mais de 15 dias alojados no local, nada foi entregue a nenhuma família, a não ser a colocação de água nas caixas d’água fornecidas pela prefeitura aos desabrigados. Antônio Miguel Furtado, 23 anos, reclamou da grande distância de mais de 6 km que os estudantes percorrem para chegar a suas escolas, “este ano nem ônibus ou qualquer transporte foi colocado para que possamos sair do alojamento e ir até o centro da cidade nos comércios para comprar medicamentos, mantimentos e frequentar as aulas”.

Segundo informações prestadas pela coordenadora da Defesa Cível em Tucuruí, Nédia Coelho. A prefeitura e a única mantedora do abrigo, não recebendo nenhum recurso ou doação do governo do estado ou federal, inclusive serão realizadas a entrega de cestas básicas aos desabrigados nesta sexta-feira (2).

Nédia esclareceu que a Eletrobrás Eletronorte disponibilizou um ônibus com motorista para o transporte dos estudantes a partir destes primeiros dias de março para garantir que os desabrigados possam ter acesso a cidade e os estudantes a suas escolas, com referência a entrega de pão e leite a Defesa Civil estará finalizando os entendimentos para o fornecimento as famílias através da Ação Social da prefeitura.

Muitas famílias recusaram-se a sair de suas casas mesmo com o risco de alagamento e muitas já submersas, em função das muitas dificuldades encontradas no alojamento e devido aos roubos que ocorrem nas casas que ficam abandonadas, com isso reivindicam o recebimento de cestas básicas, gás, pão, leite e etc. “Aqui ficamos ilhados, nosso transporte agora e a canoa, e exigimos o mínimo de atenção da prefeitura para que não venhamos a passar fome”, afirmou Cristiane Nunes.

A coordenadora da Defesa Civil informou à reportagem que uma grande quantidade de pessoas não quisera ir para o alojamento público, mas infelizmente não poderá fornecer nenhuma ajuda do município a estas familiais, pós só realizaremos entrega de benefícios aos desabrigados que estejam alojados na Expotuc sob nossa coordenação.  (Wellington Hugles)