Centro de Recuperação Regional
de Tucuruí (CRRT) um “Barril de Pólvora” prestes a explodir
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Os mais de 320 detentos do
Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT), realizaram durante toda a
manhã desta quarta-feira (22), uma grande manifestação cobrando providências
urgentes das autoridades pela situação caótica que atravessa o CRRT, com uma
população carcerária que triplicou nos últimos três anos, e para piorar, há
três dias foi suspenso o fornecimento de alimentação para os internos, assim
como água potável e um produto de luxo, inclusive, se o detento quiser beber água
gelada é obrigado a pagar uma “taxa”.
Enquanto os internos, tanto do
regime fechado como semiaberto, realizavam uma manifestação pacífica, com
gritos, queima de colchões e apitaço, os familiares estavam do lado de fora do
centro, apoiando a manifestação e denunciando a inoperância, e a perseguição
imposta pelo atual diretor Ten. Cel. Melo, que em função as denuncias
realizadas na última rebelião ocorrida no dia 5 passado, onde os detentos
exigiram melhorias estruturais e a diminuição do número de detentos do Centro
de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT), que deveria operar com 120 internos
e hoje ultrapassam 320 detentos, colocando em risco a integridade física e à
saúde, tanto dos apenados como dos funcionários e prestadores de serviços,
assim como dos Polícias Militares que fazem a proteção do CRRT.
Novamente volta a tona à
situação insustentável de convivência no Centro de Recuperação Regional de
Tucuruí (CRRT), localizada na Rodovia Transcametá, afastada a 4 km do centro de
Tucuruí, sendo palco de nova manifestação, desta vez pacífica, para alertar as
autoridades dos possíveis “motins” que poderão ocorrer e causar grandes transtornos,
tanto para os internos, como para os funcionários.
Segundo as informações prestadas
pelos familiares dos detentos, “nossos filhos e maridos estão passando as
piores privações, são obrigados a conviver em uma cela com uma capacidade
máxima que seria de 40 internos, hoje convivem com 70 presos, os internos são
obrigados a dormirem dentro dos banheiros fétidos, até em cima da pia”.
“Água potável e inexistente,
até tem um bebedouro, mas há muito tempo está quebrado, não gela a água e
encontra-se dando choque e fica dentro do banheiro sob o chão molhado”.
Os internos há três dias estão
sem alimentação, por ordem da direção, material de higiene a mais de 6 meses e
inexistente, os familiares com medo de represália preferiram não se identificar,
mas tem certeza que a superintendência da SUSIPE não tem conhecimento destas ações
impostas pelo diretor Melo, “Passamos a ser maltratadas no momento de nossas
visitas, em função de afirmarmos na rebelião passada, quando o diretor Melo
ainda estava de férias de Natal, que nos mulheres dos detentos somos assediadas
moralmente e até sexualmente”. “Esperamos que o Secretário de Segurança do
Estado tome providências urgentes, porque sabemos que nossos familiares internos
não estão presos sem terem infringido as leis, mas não são animais para serem tratados
desta forma, se houver novamente uma rebelião no CRRT, a culpa será única e exclusiva
do diretor o Ten. Cel. da PM Melo”, esperamos providências urgentes, por que esta
rebelião anunciada pode ser revertida, e assim não teremos maiores complicações
à integridade de todos dentro do centro.
No início da tarde desta
quarta-feira (22), um detento do regime fechado foi transferido para o
semiaberto, e segundo informações a partir desta quinta-feira (23), a Justiça de
Tucuruí começará a realizar análise dos pedidos de soltura de detentos que há
muito tempo já cumpriram suas penas e em função ao sistema judiciário ainda
encontram-se encarcerados.
O diretor do Centro de
Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT) Ten. Cel. PM Melo foi procurado para esclarecimentos
com referência à manifestação dos detentos e dos familiares, mas se recusou a
atender a imprensa, os funcionários da SUSIPE informaram que não houve nenhuma
vítima nesta manifestação, e que após as 14 h o Centro de Recuperação Regional
de Tucuruí (CRRT) voltou ao seu funcionamento regular mesmo com a superlotação
e as carências denunciadas pelos detentos e os familiares na parte externa.
Nota da SUSIPE encaminhada a imprensa na integra:
“A Superintendência do Sistema Penitenciário
do Estado (Susipe) informa que na manhã de hoje internos que cumprem pena no
regime semiaberto, no Centro de Recuperação Regional de Tucuruí, protestaram
contra a superlotação. A direção da unidade prisional conversou com os detentos
que pediram a agilidade nos processos.
O diretor entrou em contato
com a juíza da comarca, Dr. Cíntia Beltrão, que se comprometeu em analisar os
processos e verificar quais internos podem progredir do regime semiaberto para
o aberto.
Atualmente o Centro de Recuperação Regional de Tucuruí custodia 75
internos no semiaberto. A capacidade é para 40.
A Susipe informa ainda que os
internos recebem alimentação e água todos os dias de forma regular e que nenhum
interno está machucado dentro da unidade prisional.”.
Atenciosamente,
André Moura
tudo bem, dentro do presidio só tem seres humanos, e eles só reivindica aquilo que eles poderia ter direito, se fossem conscientizados dos erros que cometeram, 75% deles são da pior espécie que pode existir, muitos deles quando recebe suas liberdades voltam pior do que quando entrara pela primeira vez, se saem no induto, os índice de assalto e roubo na cidade e região aumenta desproporcionalmente, e eles ainda acham que estão em um hotel 5 estrela?. E revoltante quando um trabalhador acorda as 2.00 horas da madrugada pra ficar na fila de um posto de saúde esperando pra pegar uma ficha, e lá pras 9.30hs da manhã chega duas ou três viaturas da policia e mais uma da susip. levando um safado sustentado por nossos impostos que só sabe roubar e cometer terror nos cidadãos, de bem, e passa direto e é atendido primeiro do que a gente que dormiu na fila do posto de saúde. Ai é que eu continuo dizendo que quando existir direitos para os cidadãos que cumpre com seus deveres pode ser que nosso pais melhore, pois por enquanto apenas os malfeitores alcança os benefícios da Lei. isso é BRASIL.
ResponderExcluir"Encarcerados somos todos, mais ou menos, entre os muros do nosso egoísmo." O Pará se encontra se no rol dos grandes estados em que a população carcerária é a mais jovem. o número de pessoas atrás das grades ultrapassou nove mil detentos. Destes, 70% têm entre 18 e 29 anos. São mais de seis mil jovens que poderiam engrossar a população economicamente ativa do Estado, mas predominam num exército improdutivo que vive nos presídio penais e delegacias da capital e do interior, a população carcerária é de cerca de onze mil detentos, dos quais 71% são presos provisórios, segundo o superintendente do Sistema Penitenciário do Pará, Somos o estado que mais tem presos provisórios no país.
ResponderExcluirAs prisões, atualmente, não recuperam. Sua situação é tão degradante que são rotuladas com expressões como sucursais do inferno, universidades do crime e depósitos de seres humanos. O encarceramento puro e simples não apresenta condições para a integração social do condenado, como preconizada na Lei de Execução Penal. Punir, encarcerar e vigiar não bastam. É necessário que se conceda à pessoa de quem o Estado e a sociedade retiram o direito à liberdade o acesso a meios e formas de sobrevivência que lhe proporcionem as condições de que precisa para reabilitar-se moral e socialmente.
ResponderExcluirA realidade o senhor Andre esqueceu de dizer que os presos estão dormindo dentro do banheiro,atando suas rede em cima dos vasos sanitário, veja ao ponto que chegou com a superlotação no Regime semi aberto,sem material de higiene e de limpeza,ate agua gelada é vendida,não tem nem um remédio para uma simples dor. Neste espaço não entra nem uma luz do sol,não ventilação e muito menos ventilador so tem ao redor os esgoto ao ceu aberto com fezes fecal.Os processos são o de menos.
ResponderExcluirE verdade companheiro, esses malfeitores deveriam ser punidos com o mínimo o mesmo que eles fizessem de errados mais existem um tal direitos de bandidos que esse é que era pra ser o nome que era pra dar pros que se diz direitos humanos, pois exemplo bem claro é dos jornais que mostram todos os dia as atrocidades que esses monstros fazem nos presídios, e nada acontece com eles pois será que esse tal direitos humanos é sego?. e não ver tantas barbaridades que esses monstros comentem nos presídios?. Pois continuo dizendo isso é BRASIL.
ResponderExcluirTodos sabemos que o sistema penitenciário do Brasil está falido, pois na prática não consegue ressocializar o interno, como bem preceitua a Lei de Execução Penal e a Constituição de 88. E isso ocorre exatamente por três fatores clássicos: primeiro porque as decisões judiciais responsável por decidir o destino do preso demora demasiadamente, ocasionando as superlotações; segundo, que estas superlotações, ocorrem ainda por falta de investimento do Governo do Estado responsável em construir mais casas penais e diminuir o déficit de vagas; e em terceiro lugar, porque os direitos mínimos do preso, de justiça ou condenado, não são garantidos, como alimentação, assistência médica, jurídica e religiosa, acesso ao estudo e trabalho, etc, para estimular a re-socialização deste individuos marginalizados. A situação do CRT - Tucurui é caótica e periclitante, e traz no longo prazo, prejuizos a segurança da população, pois no futuro teremos, em muitos casos, presos que deixaram o cárcere mas não deixaram o crime. Recomendo que a OAB de Tucurui, o CISJU e Prefeitura Municipal, juntamente com o Ministério Público, pressionarem junto ao Poder Judiciário Estadual e governo do Estado para melhoria das condições estruturais do CRT, bem como a garantia dos direitos mínimos do apenado, pois a boa re-socialização do preso é uma medida fundamental na prevenção da criminalidade futura.
ResponderExcluirEdilson Braga Junior
Advogado e especialista em Criminologia e Sistema Penal
O Sistema Penitenciario de Tucuruí, estar super lotado demasiadamente, neste ou em outro lugar não tem como haver mudanças para essas pessoas( Presos) Uma resocialização essa é a verdade.
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