Margete Dantas Fiúza, morta em 2009
O empresário e deputado estadual Maurício Cotrim Guimarães morto em 2007
Prisão dos homens envolvidos na
morte do deputado da Bahia em 2007
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Divulgação
O delegado da Polícia Civil de
Jacundá Sérgio Máximo juntamente com a equipe de investigadores cumpriu na
manhã desta quinta-feira (9), o mandato judicial de prisão decretado pelo juiz
da cidade de Itamaraju no estado da Bahia, do nacional Hélio Dantas Meira, 36
anos, vulgo “Cigano”, natural de Araci/BA, preso pela polícia de Jacundá nesta
quinta-feira (9), onde responde pela acusação de ter cometido o assassinato de
sua cunhada Margete Dantas Fiúza, em 2009.
“Cigano” também figura como um
dos envolvidos no assassinato do empresário e deputado estadual da Bahia
Maurício Cotrim, em Itamaraju na Bahia, em setembro de 2007.
Após o episódio da eliminação
do deputado Cotrim, por uma quadrilha que há época foi contratada para eliminar
o parlamentar, se deflagrou uma série de outros assassinatos, totalizando 11
mortes no período de 2007 a 2011.
Segundo o delegado Sérgio
Máximo, o acusado em seu depoimento confessou ter conhecimento do esquema para
a execução do deputado estadual baiano Maurício Cotrim, mas esclareceu que não
foi ele o executor, “Cigano” descreveu todos os preparativos, a execução e a
fuga dos envolvidos e de seus irmãos, com propriedade nos detalhes.
Segundo “Cigano”, o crime foi
encomendado pelos irmãos ciganos Jorge Valdo Dantas Meira, Vivaldo Dantas
Meira, Jairo Dantas Meira e José Róbson Dantas Meira que, segundo Hélio Meira,
encomendaram o crime a um pistoleiro de Ilhéus. Os outros seis acusados, Tadeu
Antônio Barros, Júlio César Pereira Nunes, Cláudio Reis, Jailson Ramos dos
Santos, Licínio Torrezânio e Messias Pereira Sander seriam os agenciadores do
assassinato.
O delegado Máximo afirmou que
sua confissão dará uma grande contribuição para a elucidação da morte do
deputado e os demais assassinatos que ocorreram para “apagar” o rastro dos
envolvidos nas mortes, inclusive do delegado Serra.
Hélio Dantas “Cigano”, afirmou
que não teve nenhum envolvimento com a morte de sua cunhada Margete, e que ela
morreu por “falar de mais”, pois em uma das brigas em família a vítima afirmou
que denunciaria à polícia a quadrilha dos ciganos, que teria ceifado a vida do
deputado Cotrim.
Falsidade ideológica – Pesa
sobre Hélio Dantas Meira vulgo “Cigano”, outro crime cometido já em solo
paraense, onde há alguns anos atrás, após ter chegado a Jacundá foragido da
Bahia, se dirigiu até a cidade de Tucuruí e com uma Certidão de Nascimento
falsificada, tirou uma Carteira de Identidade com o nome de Pedro Santana de
Queiroz.
Assalto – A Polícia Civil só
conseguiu colocar atrás das grades o “Cigano”, em função a um fato ocorrido em
sua residência no bairro JK em Jacundá, no final de semana, onde segundo o
relato de “Cigano”, um grupo de assaltantes entraram em sua casa para assaltar,
fazendo ele e sua família de refém, mas durante o assalto os meliantes se
desentenderam e passaram a se balear um ao outro.
O delegado Sérgio Máximo,
titular da especializada de Jacundá solicitou a transferência imediata do
prisioneiro de justiça para a cidade de Marabá, em virtude a pouca estrutura da
delegacia local, e já comunicou a Comarca de Itamaraju na Bahia, para que
“Cigano” seja recambiado e inicie o cumprimento de sua pena.
Relembre o Caso - Esta onda de
mortes começou depois do assassinato do empresário e ex-deputado estadual Maurício
Cotrim Guimarães, 59 anos, assassinado no dia 14 de setembro de 2007, quando
fazia caminhada ao lado de outras tantas pessoas na Praça 2 de Julho, no centro
da cidade de Itamaraju, no estado da Bahia, quando dois homens em uma moto pararam
próximo a vítima e realizaram diversos disparos fatais.
Logo após foi assassinado na
noite do dia 18 de novembro de 2009, o comerciante Estácio Silva Gomes, 53
anos, que colaborou com o delegado especial nas investigações, e o seu filho
João Paulo Gomes Silva, 26 anos, em frente à loja da família em plena Avenida
Presidente Getúlio Vargas, na cidade de Teixeira de Freitas.
A viúva de Cotrim, Maria
Angelina na noite do dia 28 de fevereiro de 2009, na Avenida Presidente Getúlio
Vargas, região comercial do bairro Monte Castelo, também em Teixeira de
Freitas.
Logo após houve o assassinato
do paraibano Antônio Medeiros, o “Alemão”, 50 anos, ocorrido no dia 1º de fevereiro
de 2009, no bairro Moisés Reis, em Eunápolis. Ele era acusado de matar por
encomenda, a serviço de Ricardo Alagoano, e teria participado da execução do
deputado Cotrim, e no mesmo dia, foi assassinado, também em Eunápolis, Paulo
Pereira da Assunção, 38 anos.
Na saga de eliminações o
próximo da lista foi o delegado André Luiz Serra, no dia 29 de outubro de 2009,
em Ipiaú.
Uma das pessoas chaves da
solução do mistério o suspeito de ter mandado eliminar o deputado Cotrim e o
delegado Serra, o nacional Floro Calheiros Barbosa, o “Ricardo Alagoano”, 45
anos, também morreu juntamente com seu sobrinho Lucas Calheiros Barbosa, 22
anos e Rafael Costa Borges, 20 anos, em confronto com policiais militares da
Bahia no município de Barreiras, no dia 10 de abril de 2011, sendo que no dia
anterior na cidade de Gurupi, estado do Tocantins, a Polícia Federal já teria
ferido a tiros o filho de Floro Calheiros, o jovem Fábio Calheiros Barbosa, 23
anos.
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