segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tucuruí fechada por 6 horas pelos expropriados

Expropriados acampados na sede do Mosaico do Lago na Vila permanente aguardando seus direitos serem cumpridos pela Eletronorte Eletrobrás

Lideranças dos expropriados acampados na sede do Mosaico na Vila Permanente, ao centro a liderança regional "Bodão"

O presidente da Apovo, Esmael Siqueira juntamente com lideranças dos expropriados no momento do bloqueio da Br

Manifestantes de diversas localidades expropriados das obras de construção da Hidrelétrica e Eclusas de Tucuruí, juntamente com a Associação das Populações Organizadas Vítimas das Obras no rio Tocantins e Adjacências - Apovo, vítimas da falta de cumprimento por parte da Eletronorte Eletrobrás, das condicionantes ambientais impactadas pelas obras da UHE Tucuruí, realizaram na manhã desta segunda-feira 12, um bloqueio na saída da cidade na Br: 422, na altura do Km 11, a manifestação teve início as 5 horas, para cobrar da Eletronorte Eletrobrás, uma solução imediata da pauta de reinvindicações entregue a diretoria da estatal em Brasília, bem como a apuração das denúncias do descaso e abandono da Gestão Estadual do Mosaico do Lago de Tucuruí, que segundo as lideranças do movimento não passa de desvio de dinheiro público, inviabilizando as atividades aquícolas, além de usar os moradores pescadores como verdadeiros laranjas.

A manifestação teve o reforço dos pescadores do lago que não estão recebendo seus seguros defesos há meses, e as novas solicitações de pedidos não estão sendo disponibilizados pelo órgão gerenciador do beneficio em Tucuruí.

Uma das principais bandeiras de luta do movimento é a cassação da licença de funcionamento da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, são cerca de mais de 500 pessoas que com o fechamento da rodovia culminou com um engarrafamento de mais de 5 km.

Meio Ambiente - A omissão da Sema a nível estadual, e dos órgãos fiscalizadores e aplicadores da lei, vem colocando em risco o bioma e o desenvolvimento de projetos, passando a ficar insustentável a sua manutenção como por exemplo o projeto Ipirá que seria para atender 325 famílias com 2.600 gaiolas flutuantes (tanques-rede), projeto de fachada onde foram entregues menos de 200 tanques-rede aos pescadores, toneladas de ração foram jogadas no lixo por falta de capacitação na administração dos recursos públicos, milhares de alevinos mortos por falta da manutenção dos projetos e assistência técnica. Os resultados destes desmandos por parte da estatal são diversos tanques-redes enterrados e abandonados, e o mais grave, a sua comercialização a revelia, manipulando pescadores e familiares.

Liberação – Após 6 horas de manifestação, a coordenação do movimento resolveu liberar parcialmente uma pista da Br 422. Para tentar escoar o engarrafamento quilométrico que se formou na rodovia. Através da mediação do major Charles e dos capitães Jonildo e Augusto da polícia militar, uma comissão foi recebida pelo titular da promotoria de justiça de Tucuruí Dr. Lauro, os manifestantes de diversas localidades solicitaram ao promotor que fossem intimados todos os envolvidos no processo que passam os expropriados e pescadores impactados pelo fechamento do rio Tocantins. O promotor ao identificar as reinvindicações das lideranças dos expropriados, determinou a convocação para uma reunião no próximo dia 15, na sede da promotoria os representantes da Eletronorte Eletrobrás, Sema, Superintendência da Pesca e outros órgãos governamentais envolvidos no assunto.

As 14:00 h o trânsito foi totalmente liberado com o anúncio das lideranças garantindo que a promotoria realizará reunião para definir o cumprimento da pauta do movimento. Para o líder dos expropriados conhecido na região como “Bodão”, o fechamento da rodovia surtiu efeito, “pois os órgãos de fiscalização da lei manifestaram-se em defesa de uma luta justa de mais de 10 mil famílias que vivem a mercê da sorte nas ilhas do lago de Tucuruí a jusante e as diversas comunidades e vilas a montante”.

Para o presidente da Apovo, Esmael Siqueira, todas as entidades fiscalizadoras dos impactos ambientais, Eletronorte e governo do Pará, são conhecedores da pauta de trabalho formalizada pela população impactada de Tucuruí, isso que estamos reivindicando a mais de 28 anos é um exemplo da forma que o governo trata a população menos assistida, e que ficam nas mãos da empresa Eletronorte Eletrobrás em Tucuruí, aguardando sua atenção e o cumprimento de suas obrigações, “espero que a população de Altamira observe nossa situação de descaso, pois se as obras de Belo Monte iniciarem antes porem da implantação de programas que venham a atender as necessidades das populações e a imediata reposição dos direitos constituídos e as condicionantes serão enganados como fomos aqui em Tucuruí”.

Dezenas de expropriados estão acampados na sede onde funciona a administração da Gestão Estadual do Mosaico do Lago de Tucuruí da Sema na Vila Permanente, e prometem só sair do local após o início do atendimento da pauta de reinvindicações dos moradores expropriados a jusante e montante do rio Tocantins a não entrada em execução causará as lideranças a opção da execução plano “B” do movimento. (Wellington Hugles)

Um comentário:

  1. O prefeito sancler está por trás do movimento, porque ele não aparece e corta caminho junto a eletronorte ?

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