O novo ministro da Justiça e
Segurança Pública, André Mendonça, pediu ao presidente Jair Bolsonaro nesta
quarta-feira (29), em discurso de posse, que cobre dele "mais
operações" da Polícia Federal.
Mendonça tomou posse na vaga
aberta por Sergio Moro, que deixou o governo acusando Bolsonaro de interferir
politicamente na Polícia Federal - Moro discordou da demissão do diretor-geral
da PF, Mauricio Valeixo, indicado por ele para o posto. Para o lugar de
Valeixo, foi nomeado o delegado Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro.
Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes, ao apreciar ação movida pelo PDT,
decidiu suspender a nomeação de Ramagem. Após a decisão do ministro, Bolsonaro
cancelou a nomeação e a exoneração de Ramagem da chefia da Agência Brasileira
de Inteligência (Abin).
"Vamos fazer operações
conjuntas. Cobre de nós mais operações na Polícia Federal, presidente da
República", afirmou Mendonça quando elencava os compromissos que terá à
frente do Ministério da Justiça.
Logo após essa fala, Mendonça
foi aplaudido pelos convidados presentes ao Palácio do Planalto.
Ao demitir Moro, Bolsonaro se
queixou do ex-juiz, dizendo que o ex-ministro da Justiça não repassava
relatórios das atividades da Polícia Federal.
O presidente também afirmou
que a Polícia Federal, sob a gestão de Sergio Moro, mais se preocupou com o
caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, do que com a facada
que levou em ato de campanha em setembro de 2018.
Uma das questões importantes,
que quem nomeia sou eu: a nossa PF não persegue ninguém, exceto bandidos.
Respeito o Poder Judiciário, mas antes de tudo respeitamos a nossa
constituição. O Ramagem foi impedido por uma decisão monocrática de um ministro
do STF. Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando posse como diretor da PF.
Tenho certeza que esse sonho meu, mas dele, brevemente se concretizará para o
bem da PF e do Brasil.
No discurso de posse no
Planalto, André Mendonça fez um cumprimento especial ao ministro Jorge Oliveira
(Secretaria-Geral da Presidência), que estava cotado pela função, mas que
relatou desconforto em assumir o Ministério da Justiça em razão da proximidade
com Jair Bolsonaro e seus filhos.
“O senhor [Jorge Oliveira] tem
aberto mão de oportunidades para melhor servir o Brasil. Se tem alguém que tem
ministrado justiça nesta Esplanada é o senhor. Tenho apreendido diariamente com
vossa excelência, com a amizade, o caráter, abnegação e altruísmo. Uma honra
servir ao lado do senhor e ao lado do senhor presidente”, disse Mendonça.
O novo ministro disse que o
Brasil vive uma crise de saúde e de estado. “Uma crise ampla que envolve não
somente a saúde, mas todos os aspectos da vida humana. O emprego, a
subsistência, a dignidade, o direito de ir e vir, os sonhos, os projetos”,
disse. “Muitos deles [sonhos e projetos] neste momento em xeque”, emendou.
Mendonça disse assumir
compromisso com o estado democrático de direito, com o combate ao crime
organizado, ao tráfico de drogas e armas, à corrupção, aos crimes contra a
vida, à violência contra a mulher e crianças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário