quarta-feira, 29 de abril de 2020

NACIONAL: 'Cobre de nós mais operações da Polícia Federal', diz a Bolsonaro novo ministro da Justiça


O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, pediu ao presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (29), em discurso de posse, que cobre dele "mais operações" da Polícia Federal.

Mendonça tomou posse na vaga aberta por Sergio Moro, que deixou o governo acusando Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal - Moro discordou da demissão do diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo, indicado por ele para o posto. Para o lugar de Valeixo, foi nomeado o delegado Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro. Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes, ao apreciar ação movida pelo PDT, decidiu suspender a nomeação de Ramagem. Após a decisão do ministro, Bolsonaro cancelou a nomeação e a exoneração de Ramagem da chefia da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"Vamos fazer operações conjuntas. Cobre de nós mais operações na Polícia Federal, presidente da República", afirmou Mendonça quando elencava os compromissos que terá à frente do Ministério da Justiça.
Logo após essa fala, Mendonça foi aplaudido pelos convidados presentes ao Palácio do Planalto.

Ao demitir Moro, Bolsonaro se queixou do ex-juiz, dizendo que o ex-ministro da Justiça não repassava relatórios das atividades da Polícia Federal.

O presidente também afirmou que a Polícia Federal, sob a gestão de Sergio Moro, mais se preocupou com o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, do que com a facada que levou em ato de campanha em setembro de 2018.

Uma das questões importantes, que quem nomeia sou eu: a nossa PF não persegue ninguém, exceto bandidos. Respeito o Poder Judiciário, mas antes de tudo respeitamos a nossa constituição. O Ramagem foi impedido por uma decisão monocrática de um ministro do STF. Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando posse como diretor da PF. Tenho certeza que esse sonho meu, mas dele, brevemente se concretizará para o bem da PF e do Brasil.

No discurso de posse no Planalto, André Mendonça fez um cumprimento especial ao ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), que estava cotado pela função, mas que relatou desconforto em assumir o Ministério da Justiça em razão da proximidade com Jair Bolsonaro e seus filhos.

“O senhor [Jorge Oliveira] tem aberto mão de oportunidades para melhor servir o Brasil. Se tem alguém que tem ministrado justiça nesta Esplanada é o senhor. Tenho apreendido diariamente com vossa excelência, com a amizade, o caráter, abnegação e altruísmo. Uma honra servir ao lado do senhor e ao lado do senhor presidente”, disse Mendonça.

O novo ministro disse que o Brasil vive uma crise de saúde e de estado. “Uma crise ampla que envolve não somente a saúde, mas todos os aspectos da vida humana. O emprego, a subsistência, a dignidade, o direito de ir e vir, os sonhos, os projetos”, disse. “Muitos deles [sonhos e projetos] neste momento em xeque”, emendou.

Mendonça disse assumir compromisso com o estado democrático de direito, com o combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e armas, à corrupção, aos crimes contra a vida, à violência contra a mulher e crianças.

Ele também prometeu atuação integrada com estados e municípios no combate à criminalidade

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