Fotos: Arquivo do Jornal de Tucuruí
Usina Hidrelétrica de Tucuruí comemorou 28 anos de geração de pura energia para o Pará e o Brasil
Usina Hidrelétrica de Tucuruí a maior usina genuinamente brasileira
Primeiro lançamento de concreto da UHE Tucuruí Camargo Corrêa e Garcia Lanno
Inauguração da primeira turbina geradora em 1984 pelo presidente João Batista Figueiredo
Inauguração da 13ª turbina em 2002 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso
Inauguração da 17ª turbina pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva
Casa de força com 25 turbinas em plena geração de energia
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí construída
no Rio Tocantins, em Tucuruí, sudeste do Pará, tem sua capacidade geradora instalada
de 8.370 MW. É a maior usina hidroelétrica 100% Brasileira em potência
instalada. Seu vertedouro tem a capacidade de escoar 110.000 m³/s no período do
inverno, sendo o segundo maior vertedouro do mundo. A construção foi iniciada
em 24 de novembro de 1974, e sua primeira fase inaugurada em 22 de novembro de
1984 pelo presidente João Batista Figueiredo, na época com a capacidade de gerar
4000 MW, ampliada em meados de 2010 para a capacidade geradora de 8.370 MW,
através de suas 25 turbinas em que estão em pleno funcionamento.
Grandiosidade – A Usina Hidrelétrica de
Tucuruí teve os primeiros estudos de engenheiros brasileiros para
aproveitamento hidrelétrico do Rio Tocantins por volta do ano de 1957. O
projeto ganhou força na década de 60 como parte de políticas do Governo Federal
para o desenvolvimento e integração da Amazônia, e para atender a indústria de
alumínio gerada pelos jazigos de bauxita da região. Outro objetivo era
possibilitar a navegação naquele trecho do rio, originalmente cheio de corredeiras.
O projeto civil foi feito pelo Consórcio
Projetista Engevix-Themag. A construção coube à Construtora Camargo Corrêa, e
quebrou todos os recordes mundiais de terraplenagem, exigindo 50.223.188 m³ de
escavações, 41.600.000 m³ de aterro, e 6.000.000 m³ de concreto.
As turbinas e suas instalações foram
projetadas na França pelo laboratório da Neyterc na cidade de Grenoble. Seis
turbinas foram construídas no Brasil e as outras seis na França.
A barragem de Tucuruí, de terra, tem 11
km de comprimento e 78 m de altura. O desnível da água varia com a estação
entre 58 e 72 m. O reservatório tem 200 km de comprimento e 2.850 km² de área
quando cheio, ou seja, 0,341 km² por MW instalado. Contando com mais de 1.600
ilhas.
O reservatório tem volume total de 45,5
km³ (para cota de 72 m) e volume útil de 32,0 km³. A usina está ligada à rede
nacional pela linha de transmissão entre Presidente Dutra (Maranhão) e a Usina
Hidrelétrica de Sobradinho, via Boa Esperança (Piauí).
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí - UHE
Tucuruí é a principal usina integrante do Subsistema Norte do Sistema
Interligado Nacional (SIN), sendo responsável pelo abastecimento de grande
parte das redes: da Celpa (no Pará), da Cemar (no Maranhão) e da Celtins (no
Tocantins).
Em períodos de cheia no Rio Tocantins, a
Usina de Tucuruí também complementa a demanda do restante do país através do
SIN.
Para abrigar os operários e famílias
foram criadas pela Eletronorte as vilas residenciais Pioneira, Temporária I e
Temporária II. As Vilas Temporárias I e II eram construídas em madeira e
incluíam, além das residências, um centro comercial com um cinema, uma Escola
Infantil, um hospital e um clube social.
Construída anos mais tarde, em
alvenaria, a Vila Permanente dispunha também de um aeroporto, um porto fluvial
e um grande hospital para atendimento da população local, além dos funcionários
da construção. Essas vilas eram condomínios fechados no meio da selva
amazônica, com água e esgoto tratados, ruas pavimentadas, supermercados, e
escolas desde creche até o nível técnico.
A partir de 1984, finalizada a primeira
etapa da construção da hidrelétrica as vilas temporárias foram gradualmente
desativadas, e a residências da vila pioneira foram doadas aos moradores de
Tucuruí.
Custos - O custo da Fase I da barragem
foi US$ 7,5 bilhões (dólar de 1986), incluindo US$ 2 bilhões (23%) de juros do
financiamento. As linhas de transmissão e sub-estações custaram outros US$ 1,3
bilhões. Os custos de manutenção e operação médios (1995 a 1998) foram US$ 13,8
milhões por ano (em dólar de 1998). A produção entre 1995-99 foi em média 22,4
TWh por ano, a um custo unitário médio entre US$ 34 e US$ 58 por MWh,
dependendo do modelo contábil usado. Em comparação, a tarifa média nacional
nesse período era US$ 70 por MWh. Entretanto, os benefícios econômicos
regionais e nacionais esperados da usina nesse período foram perdidos por conta
de tarifas muito reduzidas (US$ 24/MWh em 1998) oferecidas às grandes
indústrias, especialmente de alumínio (japonesas, canadenses e
norte-americanas), por compromisso assumidos no início do projeto. Outro
agravante foi a decisão do governo de usar cimento nacional a um preço elevado,
para beneficiar os produtores nacionais, em vez de importar cimento mais barato
da Colômbia.
Em 1998 a Fase 2 estava prevista para
custar US$ 1,35 bilhões e a finalização das eclusas US$ 340 milhões, e um custo
de US$ 20/MWh.
Impactos - A inundação de vários
povoados pelo lago da hidrelétrica obrigou a Eletronorte a construir dois
povoados com infraestrutura urbana: Novo Repartimento na porção sudoeste e Breu
Branco a leste, emancipados posteriormente do Município de Tucuruí em 31 de
dezembro de 1992. Deve-se ressaltar que diversas cidades e povoados deslocados
pela Eletrobras Eletronorte (Jacundá, Jatobal e outras) já eram frequentemente
inundados pelas enchentes sazonais do rio Tocantins, a qual atingiu a vazão
medida de 68.400 m3/s, considerada nos estudos de Hidrologia como a vazão de
período de retorno de 100 anos.
Impacto ambiental e social - Tucuruí foi
construída entre 1974 e 1985, durante a ditadura militar, numa época em que
havia relativamente pouca preocupação com questões ambientais e desprezo geral
por direitos civis. O projeto inicial previa desmatamento da região a ser
alagada, mas no fim apenas 140 km² dos 2.850 km² foram limpos, com perda de 2,5
milhões de m³ de madeira potencialmente comercializável.
Estima-se que houve alguma perda de
biodiversidade, especialmente de espécies de peixes adaptados às corredeiras ou
que migravam ao longo do rio. (Em Tucuruí não foi construída nenhuma escada
para peixes, precaução hoje considerada essencial para barragens nesse
ambiente.) A pesca a jusante diminui de 1000 para 500 toneladas por ano; porem,
na região do reservatório ela aumentou de 300 para mais de 3000 toneladas por
ano, entre 1981 e 1998.
Enquanto boa parte da população a
montante, incluindo grandes proprietários do vale de Caraipé e as tribos
indígenas Parakanã, foi em parte indenizada e contemplada com investimentos em
infraestrutura, a tribo Gavião da Montanha e toda a população a jusante,
incluindo os índios Assurini, não recebeu indenização alguma.
No município de Tucuruí, 16,7% das
famílias não possuem energia, de acordo com dados do Censo 2010. Nas cidades de
Breu Branco e Novo Repartimento, que ficam na região da usina, 10% da população
está no escuro. Mesma porcentagem da média nacional. A situação de Tucuruí não
é tão ruim, mas ainda há famílias isoladas nas ilhas ao lado usina, onde é
muito difícil levar energia, vivendo a luz de lamparina.
Comemoração - O presidente da Eletrobrás Eletronorte,
Josias Matos de Araújo, destacou as ações socioambientais realizadas pela
empresa nas comunidades do entorno da hidrelétrica de Tucuruí, no rio
Tocantins, como o Plano de Inserção Regional e o Plano Popular de Desenvolvimento
Sustentável da Região à Jusante da UHE Tucuruí. “Por meio desses programas, a
Eletronorte vai investir, em 20 anos, R$ 360 milhões em projetos de saúde
pública, educação, meio ambiente, desenvolvimento urbano e agricultura
familiar”, disse Araújo. Tucuruí, a maior hidrelétrica totalmente brasileira,
com capacidade instalada de 8.370 MW, comemora 28 anos de geração de pura
energia para o Pará e o Brasil. (Wellington Hugles)
Nenhum comentário:
Postar um comentário