As marcas da última manifestação em defesa do reajuste salarial dos trabalhadores de Belo Monte
Máquinas poderão paralisar nesta sexta (23)
Belo Monte poderá parar nesta sexta
Passado duas semanas da última
manifestação de descontentamento dos operários que trabalham na obra de
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu em Altamira, por
não concordarem, ao índice de reajuste salarial oferecido pelo Consórcio
Construtor Belo Monte – CCMB, e, aceito, sem o aval dos trabalhadores, pelo
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do
Pará – Sintrapav.
Manifestações - No último sábado (9), dezenas
de operários da obra de Belo Monte, realizaram diversas manifestações,
culminando com a destruição e queimada de diversos prédios da empresa CCBM, em
função das informações, que a diretoria do Sintrapav, teria fechado acordo em
nome dos operários com a CCBM, aceitando o reajuste de apenas 4% a 11% aos
funcionários da obra, e que, o período de “baixada” para quem não tenha um ano
de empresa, continuará de 90 dias, para visita a família.
Estes foram os motivos que levaram a revolta
dos operários, que tiveram informações que, seria realizado no sábado (9) e
domingo (10), assembleias gerais com parte dos operários para consolidar e
aprovar o acordo selado entre a direção do Sintrapav e os patrões.
Aprovação – Segundo o sindicato, a
proposta apresentada pelo CCBM era de aumento de 11% para carteiras assinadas
com teto de até R$ 1.500,00; 6% para os que ganham de R$ 1.500,00 até R$
3.000,00; e 4% para os que ganham acima de R$ 3.000.00. Já a baixada (período
de visita à família) seria distribuída da seguinte forma: manutenção aos
novatos de seis meses, aos de segunda baixada quatro meses e aos de terceira
baixada de três meses, além do vale alimentação que aumentaria de R$ 110,00
reais para R$150,00.
No entanto, segundo os trabalhadores, a
proposta do CCBM não atende todas as reivindicações. Avança muito pouco sobre a
baixada e aumento real de salário, chegando ao ponto de ficar abaixo da
inflação para os trabalhadores que recebem acima de R$ 3 mil. Além disso, os
operários questionam o apoio continuo do sindicato às medidas do Consórcio.
O CCBM não atende também propostas dos
trabalhadores, entre as quais a instalação de lavandeiras dentro dos
alojamentos, já que os trabalhadores sofrem com a falta de máquinas de lavar; a
instalação de torres de telefonia de outras operadoras para quebrar o monopólio
da operadora OI, na qual os trabalhadores ficam impedidos de ligar a uma longa
distância pagando pouco; a baixada para o profissional e para o ajudante (hoje
em dia apenas o profissional tem direito a baixada); a baixada de avião para
qualquer distância, já que o CCBM pensa em impor a viagem de ônibus àqueles
operários que moram até 1.500 km de distância; a equiparação salarial, pois há
diferenças salariais para a mesma profissão, entre outras reivindicações
Para os operários que diariamente estão
sol-a-sol trabalhando na obra, estes reajustes no salario, ticket alimentação,
são muito inferiores a expectativa dos trabalhadores e devido a realidade atual
de sobrevivência na cidade de Altamira, que vive uma aquecimento econômico e o
custo de vida encontra-se altíssimo, ficando impossível um operário sobreviver
pagando aluguel e alimentando sua família, com um salario diminuto. O
interessante e, que quando chega o período de reajuste de nossos salários,
“nossa entidade representante de classe não defende os nossos interesses reais dos
operários, e sim, os do patrão”, desabafou um trabalhador da obra.
Paralização – Segundo informações
obtidas pelos operários desde segunda-feira (19), a direção do Sintrapav está
marcando assembleia geral para que os operários aprovem a proposta defendida
pela entidade, mas, os operários não aceitam este indicativo de percentual de
reajuste, por este motivo, durante todos estes dias, as assembleias estão sendo
remarcadas, mas, hoje (23), e a data final determinada pelo Sintrapav para a
aprovação, e, os trabalhadores da obra de Belo Monte na sua maioria absoluta
não aceitam a proposta defendida pelo Sintrapav, inclusive, os encarregados, já
concordaram, em unanimidade “cruzar os braços” em busca de seus direitos, haja
vista, que a proposta da coletividade é um reajuste de 20% a todos os
empregados, em todas as categorias, e, o aumento do ticket alimentação para R$
300,00, além do período de baixada de visita a família diminuir a todos os
operários, independente do tempo de carteira.
Força Nacional - Segundo informações, o
clima encontra-se tenso nos canteiros de obras em Belo Monte, o local, conta
com a presença da Força Nacional e da Polícia Militar, que esta orientada a
manter a ordem e assegurar que não haja novas manifestações.
A equipe de reportagem tentou inúmeros
contatos com a direção do Sintrapav tanto na matriz em Tucuruí como na filial
de Altamira, para os devidos esclarecimentos, sendo informados que os diretores
estavam viajando, e que, apenas eles poderiam comentar o assunto. (Wellington Hugles)
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