Instalações incendiadas durante
protestos em Belo Monte
A revolta tomou conta do canteiro de
obras do “sítio Pimental” na tarde deste sábado (10). Após o anúncio da
proposta de aumento salarial feita pelo CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte)
de apenas 11% de aumento real, os trabalhadores se revoltaram e atearam fogo em
alojamentos, departamentos administrativos e galpões.
O SINTRAPAV (Sindicato da categoria),
que apoiou a proposta de 11% do Consórcio, foi expulso do canteiro juntamente
com toda a equipe administrativa do sítio.
“A gente fica preso aqui seis meses sem
poder ver a família, a gente fala no máximo duas vezes por semana com a esposa.
Nossa hora é muito barata, enquanto em Jiral (RO) um profissional esta ganhando
melhor e visitando a família de três em três meses, ainda vem um sindicato que só vem na obra para da apoio
pro consorcio,” disse um auxiliar de montagem funcionário do Consorcio.
Os operários estão em plena Campanha
Salarial, no sábado dia foi o último dia de prazo para o Consórcio apresentar
proposta de aumento. A partir de segunda-feira (12), os operários dos outros
canteiros também deverão se mobilizar.
Nos dias que antecederam a esses
acontecimentos, o clima já era de muita incerteza e apreensão por parte dos
operários. Enquanto o boletim do SINTRAPAV só se preocupava em dizer que eles
são os representantes “legais” da categoria, os trabalhadores queixavam-se da
falta de informação sobre os parâmetros das negociações.
Altamira: um clima de cidade sitiada
Mais uma vez a atitude do Governo
Federal, neste caso, com apoio do
governo Estadual, tem sido o de intensificar a militarização do conflito (que
já parecia previsto). Helicópteros Militares sobrevoam a cidade várias vezes ao
dia. As informações dão conta de que a Força Nacional de Segurança, juntamente
com a Polícia Militar do Estado do Pará mantém suas tropas dentro do Sítio
Pimental (uma das frentes de trabalho da obra) e um patrulhamento no entorno do
“empreendimento” e ruas de Altamira.
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