Mais de mil expropriados lotaram o Centro de Convenções de Tucuruí para exigir o cumprimento das condicionantes dos governos federal e estadual
A reunião foi coordenada pela promotora de justiça Gracy Parente
Paulo Artieri representante da Sema
Bruno Leonel Brota representante da Eletrobrás Eletronorte
Esmael Siqueira presidente da Apovo
O promotor Lauro Feitosa convocou os presentes para nova reunião no dia 5 de abril
Na manhã desta quinta-feira 12, cerca de
mil expropriadas das obras da Usina Hidrelétrica e Eclusas de Tucuruí lotaram
as dependências do Centro de Convenções para participar de reuniu ampliada, convocada
pelo Ministério Público Estadual para tratar da pauta de reinvindicações do
movimento dos expropriados com referência aos cumprimentos das condicionantes
ambientais causadas com o s impactos das obras pela Eletrobrás Eletronorte,
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.
Passado um mês da manifestação que
culminou com o fechamento da BR 422 no Km 11, onde cerca de 500 expropriados
exigiram uma reunião para tratar da pauta encaminhada aos órgãos
governamentais. Sendo recebida uma comissão com os promotores públicos de
Tucuruí, definida a realização desta reunião, sendo intimados pelo MP os órgãos
governamentais envolvidos no imbróglio.
O representante da Sema Paulo Artieri,
após ter ouvido duras críticas de descontentamentos de diversas lideranças dos
expropriados com referência a liberação da licença de funcionamento da Usina
Hidrelétrica de Tucuruí sem pelo menos ser cumprido pela Eletrobrás Eletronorte
nenhuma condicionante ambiental. Artieri esclareceu que há época ainda no governo
militar não existia legislação ambiental, sendo que para as obras da 2ª fase da
Usina a secretaria autorizou um licenciamento corretivo, “já no período do
alteamento da cota 74, foram observados e determinados os resgastes do impacto
ambiental”.
O representante da Eletrobrás
Eletronorte Bruno Leonel Brota, em seu pronunciamento falou dos grandes
investimentos na construção da Usina em Tucuruí em função da complexidade da
região, sendo que a empresa só consegui nos anos de 97 e 98 regularizar sua situação
de licença ambiental com o início da 2ª fase, definindo programas para resgatar
os impactos ambientais. Com referência as condicionantes, Brota esclareceu que
a estatal disponibilizou meio por cento do valor total da obra, ou seja, R$ 10
milhões, para as compensações ambientais, recursos que foram liberados para a
Sema e Eletronorte para investimentos na região. A empresa disponibilizou ainda
R$ 4 milhões que estão sendo repassados para o Plano de Manejo através da Área
de Proteção Ambiental - APA do Lago de Tucuruí.
Mensalmente a estatal repassa via Agência
Nacional de Energia Elétrica -Aneel, aos municípios que tiveram suas áreas
inundadas pela barragem os recursos dos royalties da geração de energia, sendo 45%
para os municípios, 45% para o estado e 10% para o governo federal.
No ano de 2011 o município de Tucuruí
recebeu uma bagatela de R$ 12 milhões e Novo Repartimento R$ 28 milhões. A
estatal vem aplicando recursos nos sete municípios impactados pela barragem
através dos programas Pirtuc e Pijus, que ao longo dos 20 anos de execução
terão o montante de R$ 380 milhões em investimentos.
O coordenador do movimento e presidente
da Apovo Esmael Siqueira, foi contundente em rebater as afirmações dos
representantes da Sema e Eletrobrás, pós “como podemos aceitar a Sema autorizar
uma licença ambiental, quando a estatal não cumpriu se quer uma condicionante
isso e palhaçada”. O representante da Eletrobrás falou diversos valores,
inclusive na sua grande maioria repassada as prefeituras, mas os investimentos
de reposição das perdas dos pescadores tanto a jusante como a montante, nada
foi feito e muita ”cara de pau, vir aqui e mentir novamente para estas pessoas
que estão querendo rever o que lhes foi retirado”. Atualmente a Eletrobras
Eletronorte persegue nossos pescadores, ao ponto de deixa-los passando fome em
suas moradias, “isso e uma vergonha e uma falta de caráter desta empresa que
enriquece dia a ida em detrimento dos menos assistidos”, disparou Siqueira.
Estiveram presentes na reunião a
procuradora de Justiça do Pará Maria da Graça Silva os promotores públicos:
Lilian Viana (Itupiranga), Crenilda Costa (Marabá), Charles Pacheco (Goianésia
e Tucuruí), Lauro Feitosa e Priscila Igreja (Tucuruí), a reunião foi coordenada
pela promotora de justiça Gracy Parente.
Ao final o promotor Lauro Feitosa
recebeu dos dirigentes do movimento dos expropriados todos os documentos de
denúncias de malversação dos recursos públicos e a pauta de reinvindicações,
que vem suprir todas as perdas durante os 17 anos de imbróglio. O promotor
convocou todos para nova reunião no dia 5 de abril, prazo que será feito os
ajustes e a formatação do cumprimento da pauta de reinvindicações. (Wellington Hugles)
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