A Polícia Federal iniciou, na
madrugada desta segunda-feira (24), a operação "Madeira Limpa" em
Belém, Ananindeua, Castanhal, Santarém, Óbidos, Oriximiná, Monte Alegre,
Uruará, além de Manaus (AM) e Florianópolis (SC).
A operação cumpre mandados de
prisão preventiva e temporária de 33 pessoas, incluindo servidores públicos
federais e estaduais. Entre os presos estão o secretário de meio ambiente de
Óbidos, Vinícius Picanço Lopes; Luiz Bacelar Guerreiro Júnior, superintendente
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santarém;
funcionários da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
(Semas) e um integrante da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa).
A operação desarticulou a
quadrilha de comércio ilegal de madeira. O grupo é acusado de coagir
trabalhadores rurais a aceitarem a exploração ilegal de madeira dos
assentamentos da região Oeste do Pará, em troca da manutenção de direitos
básicos, como o acesso a créditos e a programas sociais.
Segundo a Polícia Federal , o
golpe ao patrimônio público é de R$ 31,5 milhões. A operação foi requerida pelo
Ministério Público Federal (MPF) e autorizada pela Justiça Federal.
Também estão sendo cumpridos
37 mandados de busca e apreensão em residências de suspeitos e nos órgãos
públicos envolvidos. O MPF também pediu à Justiça que quatro servidores
suspeitos sejam afastados de seus cargos, e que os presos na operação sejam
encaminhados ao Centro de Recuperação Sílvio Hall de Moura, em Santarém.
Corrupção ativa e passiva,
associação criminosa, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, uso
de documento falso, crimes contra a flora e crimes contra a administração
ambiental são as acusações ao grupo.
Segundo as investigações do
MPF, iniciadas em 2014, o grupo atuava em três frentes interligadas: um núcleo
intermediador e empresarial, um núcleo operacional centralizado no Incra e um
núcleo relacionado às fraudes em órgãos ambientais.
O primeiro núcleo concentrava
os negociantes de créditos florestais fictícios, negociantes são conhecidos
como "papeleiros", e empresas que recebiam a madeira extraída ilegalmente,
o segundo núcleo atuava diretamente com o desmatamento, sob a permissão de
servidores do Incra, e o terceiro núcleo ficava responsável pela
mercantilização de informações privilegiadas sobre fiscalizações realizadas por
órgãos ambientais, e pela liberação irregular de empresas com pendências nessas
instituições.
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